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Preview GP de São Paulo – Em casa é melhor!

Neste Preview para o GP de São Paulo você poderá conferir as características da pista e outros detalhes sobre a prova

O GP de São Paulo neste ano será disputado como penúltima etapa temporada 2022. A prova no ano passado foi muito boa, a Sprint funcionou em Interlagos e vimos mais um embate entre Max Verstappen e Lewis Hamilton.

O campeonato do ano passado foi disputado ponto por ponto, Hamilton encontrou folego no Brasil para emplacar uma sequência de vitórias e chegar em Abu Dhabi empatado com Verstappen. O inglês lidou com punições que quase fizeram o público desacreditar em sua disputa pelo título, mas o piloto conseguiu realizar duas corridas de recuperação, vencendo no domingo.

O GP passou por uma alteração do nome em 2021, para ser conhecido como GP de São Paulo, com o intuito de valorizar a cidade e a região que a prova é disputada. Por conta da mudança de nome as estatísticas zeraram, sendo um ‘novo’ evento para a categoria. Porém, foram disputadas 48 provas no Brasil. Tirando a corria que não foi realizada em 2020 por conta da pandemia, desde a entrada do Brasil no calendário da F1 em 1973, o país não deixou de receber uma etapa.

Características da Pista

O Autódromo José Carlos Pace é um circuito curto, onde o tráfego é intenso, principalmente durante a classificação. Os times precisam ficar atentos com a movimentação na pista para escolher o melhor momento de realizar a liberação dos seus pilotos. O traçado é quarta pista mais curta do calendário, atrás apenas de Mônaco, Zandvoort e México. Também é um dos circuitos com a volta mais rápida, pois 72% é feita em aceleração.

O fim de semana será movimentado por conta da Sprint, existe uma janela muito curta para configurar os carros e encontrar o acerto ideal. Por conta da instabilidade climática que São Paulo tem passado, os times podem lidar com a chuva ao longo do fim de semana e automaticamente eles têm pela frente um desafio ainda maior.

O calor também é um problema para as equipes, pois é difícil para realizar a refrigeração dos equipamentos. Interlagos se torna um grande desafio em qualquer uma das condições enfrentadas em pista.

Lewis Hamilton fez duas grandes provas de recuperação no último ano, conseguindo trabalhar boas ultrapassagens. Os pilotos precisam fazer as suas escolhas e ter uma atitude ousada em Interlagos para ganhar posições. É fácil ficar preso em um trenzinho, desta forma é importante fazer uma boa largada.

Os pilotos precisam cuidar da bateria dos seus carros, um trabalho complicado com poucos pontos de frenagem, principalmente se você é o piloto que está defendendo a posição.

Neste fim de semana por conta da Sprint, os pilotos vão enfrentar duas largadas, algo que é um desafio. A reta de largada é um ponto desafiador pois encaminha os pilotos para a primeira curva do circuito, onde fica o “S” do Senna – esse trecho do autódromo deixa os pilotos malucos, pois qualquer erro pode provocar uma batida – pilotos acabam espalhando e perdendo a tangente da curva.

Por conta da inclinação da primeira curva, é muito comum ver os pilotos errando o ponto de freada, podendo até mesmo danificar o pneu usado. É um ponto interessante para ultrapassagens na corrida, pois os pilotos escolhem formas diferentes para completa-la.

O Safety Car costuma ser usado em Interlagos, a corrida em 2016 teve vários períodos de neutralização, por conta de acidentes e da chuva. A ação do Safety Car é perfeita para alterar a estratégia das equipes, assim como um possível Virtual Safety Car.

O traçado é bem desafiador, fluido e veloz, a prova ainda é disputada em sentido anti-horário, sendo mais um desafio aos competidores. A pista é muito técnica, onde o piloto trabalha o acelerador e freio em conjunto, contando com trechos sinuosos e retas que não são muito longas. Para auxiliar nas ultrapassagens os pilotos tem duas zonas para a abertura do DRS.

O ar rarefeito não é como na Cidade do México, mas ele ainda adiciona uma certa dificuldade ao desafio, pois a pista de Interlagos está situada a 800 metros acima do nível do mar, sendo a segunda maior altitude do calendário, perdendo apenas para a Cidade do México. Os motores são mais exigidos, podendo ocorrer alguns abandonos. Como a aproximação do final da temporada e um fim de semana com Sprint pela frente, Interlagos não é um bom lugar para realizar trocas no motor.

Pneus

A Pirelli adotou para o fim de semana a gama intermediária, os mesmos tipos de pneus que já foram usados no GP dos Estados Unidos e México. A configuração funcionou no ano passado, colaborando para uma prova intensa, desta forma a Pirelli aposta mais uma vez na mesma seleção para a prova que será disputada neste fim de semana em Interlagos.

Pneus escolhidos para o GP de São Paulo – Foto: Ale Ranieri / BP

Lembrando que com o fim de semana Sprint a distribuição de pneus muda, os times deixam de receber 13 jogos de pneus, para trabalhar com 12. A divisão fica assim: dois pneus duros (C2 – faixa branca), três médios (C3 – faixa amarela) e seis macios (C4 – faixa vermelha). Enquanto para chuva, as equipes recebem seis jogos de intermediários (faixa verde) e três pneus para chuva extrema (faixa azul).

Interlagos possibilita que os times façam estratégias bem diferentes, como foi o caso do GP do Brasil de 2019, onde os três primeiros colocados fizeram apostas completamente distintas. Em 2021 os pilotos apostaram como estratégia principal duas paradas, começando a prova com os pneus macios e realizando dois trechos com os pneus duros.

Se a chuva aparecer, ela vai alterar a aderência do traçado, onde os pilotos podem enfrentar uma pista verde, com baixa aderência e que demora para a evolução do traçado ser sentida. Em caso de pista seca, isso também afeta o consumo dos pneus.

Confira os horários

Programação para o GP de São Paulo – Foto: Ale Ranieri / BP
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Um pouco da história

O Grande Prêmio do Brasil acontece no autódromo José Carlos Pace, localizado em Interlagos, na cidade de São Paulo, desde o seu primeiro evento que ocorreu em 1973.

O projeto que levou à sua construção foi muito importante para toda a Grande São Paulo, principalmente porque trouxe o plano de interligação da cidade e consequentemente mais acesso à região em que ele se encontra. Uma estrada que ligava Santo Amaro a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e acabava no pedágio da Vila Sophia acabou sendo construído entre os anos de 1927 a 1933. Além disso, o plano de mais uma ligação entre a Avenida Washington Luís e Interlagos e a pista do Aeroporto de Congonhas nasceu na mesma época. Com isso a região de Interlagos recebeu um plano comercial para abrigar comércio e empresas.

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Seu nome foi sugerido pelo francês Donat-Alfred, pois foi construído entre duas represas: a Guarapiranga e a Billings. Não é errado falar que a chuva vem da represa, mas a pergunta que sempre fica é “de qual represa?”.

As corridas automotivas no Brasil, começaram antes da segunda guerra mundial, em um circuito na Gávea, Rio de Janeiro. Em 1936, um projeto para a construção de um autódromo permanente foi iniciado e no ano seguinte um dos templos do automobilismo já estava concluído.

Interlagos rapidamente ganhou a fama de circuito difícil e sem margens para erro, devido as elevações que a pista e sua superfície áspera.

A corrida realizada em 1972, não era parte do calendário oficial da Fórmula 1, mas serviu para chamar a atenção da FIA para o Brasil e mostrar que o país tinha condições de fazer parte do campeonato e no ano seguinte, por fim, entrou na disputa oficial.

Permanecendo até 1977 em Interlagos, no ano seguinte a prova foi transferida para Jacarepaguá no Rio de Janeiro, já que pilotos e equipes reclamavam do asfalto áspero e dos solavancos do circuito paulista. Em 1979, a prova retornou para São Paulo, em instalações novas, mas passados dois anos do regresso para a cidade, descobriu-se que nem tudo estava do jeito esperado, pois faltava segurança, algo que era muito cobrado na época. As insatisfações e o asfalto acabaram retornando para a pauta, então em 1980 a ideia de alternar Interlagos com Jacarepaguá surgiu, já que o autódromo paulista precisava de algumas reformas.

Autódromo de Jacarepaguá

O circuito do Rio de Janeiro era tão exigente quanto o de Interlagos, com curvas angulosas, um asfalto abrasivo e contava com uma ligeira inclinação. A corrida no Brasil era alocada no início da temporada para aproveitar o clima tropical do país. A maioria das corridas realizadas naquela época contaram com o calor constante e altas taxas de umidades. A corrida no Rio acabava exigindo muito do piloto por causa dessas altas temperaturas e eles ficavam extremamente esgotados no final.

Mudanças no Autódromo de São Paulo

Interlagos faz parte da história da Fórmula 1 – Foto: reprodução F1

Além das mudanças com as elevações que necessitaram ser executadas no circuito paulista, o autódromo sofreu alterações em seu traçado em 1990 e, se ele já era desafiador, passou a ficar mais exigente ainda. Esse encurtamento na pista fez com que o número de voltas aumentasse e consequentemente os patrocinadores do evento e da marca recebessem mais destaque na transmissão, pois tinham mais chances de aparecerem mais vezes.

Chico Rosa foi o engenheiro civil responsável pela readaptação do autódromo de Interlagos e sua proposta era manter as curvas 1 e 3, já que trabalhavam com a alta velocidade e com a redução para a terceira curva. A curva 4 também seria mantida, com a ideia de preservar a parte antiga do circuito para que ele pudesse ser usado por outras categorias, no entanto Bernie Ecclestone não queria concorrência, principalmente com a Indy e pediu para que novas alterações no projeto fossem realizadas.

Bernie Ecclestone colocou a jogada do “S” do Senna no final da reta dos boxes, que seria um jeito de inviabilizar as corridas da Indy e deixar a pista externa inutilizável. A Curva do Sargento ficou totalmente esquecida, pois não tinha mais ligação com a Curva do Sol e atualmente faz parte do estacionamento do autódromo. O anel externo poderia até ser utilizado, mas ficou em péssima situação depois das reformas.

Nos novos parâmetros Alan Prost foi o primeiro vencedor, na corrida que marcava a volta após 10 anos de Interlagos no Grande Prêmio do Brasil.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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