A Fórmula 1 disputara neste fim de semana o GP da Cidade do México, prova que corresponde a 20ª etapa da temporada 2022. A prova retornou ao calendário em 2015, ficando de fora apenas em 2020 – por conta da pandemia.
Os Campeões estão definidos, Max Verstappen conquistou o seu segundo título no Japão, enquanto a Red Bull faturou o quinto título de construtores nos Estados Unidos. Mas a Red Bull ainda tenta garantir que Sergio Pérez fique com a vice-liderança do campeonato, superando Charles Leclerc da Ferrari.
A Red Bull sobrou na última corrida realizada no México, Max venceu, mas dividiu o pódio com Lewis Hamilton e Sergio Pérez. A perspectiva para este ano e com o título de Verstappen já resolvido, Pérez consiga fazer uma boa prova e possa vencer em seu país, mas antes de tudo, precisará realizar uma boa classificação. O mexicano trocou o motor de combustão interna nos Estados Unidos, para melhorar a eficiência do motor, então não deve lidar com novas penalidades neste fim de semana.
Agora estamos em uma parte crucial da temporada, mesmo com alguns times lutando por suas posições no campeonato, eles estão investindo no carro do próximo ano. A Mercedes promoveu algumas alterações no W13 nos Estados Unidos, voltadas para coletar dados e as informações obtidas vão colaborar para a construção do carro do próximo ano.
A Pista e características
O traçado lembra muito Monza no formato, porém, também é comparado ao circuito do Azerbaijão, por conta da velocidade. O Autódromo Hermanos Rodríguez é o terceiro circuito mais curto do calendário, contando com apenas 4.304 km, perdendo apenas para Zandvoort e Mônaco.
A altitude em decorrência da localização desta pista afeta o desempenho dos carros, e um impacto semelhante ao esperado para o Brasil. Os times precisam levar isso em consideração para realizar algumas escolhas. A Cidade do México fica a 2.240 metros do nível do mar, assim como São Paulo que está a cerca de 760 metros do nível do mar.
O ar se torna mais rarefeito, afetando diretamente no comportamento dos carros e afetando a sua aerodinâmica. Se não bastasse a operação difícil para configurar os carros, também existe o problema relacionamento ao sistema dos freios, com menos ar circulando é necessário apreender a lidar e controlar o superaquecimento. Os times também vão lidar com problemas de desempenho da unidade de potência, por isso algumas trocas ou foram planejadas para os Estados Unidos ou podem ser executadas agora se a situação da unidade de potência não estiver tão adequada.
Os times estão interessados para verificar o comportamento dos seus carros por conta do efeito solo. Parte do downforce gerado pelo carro vem do seu assoalho, mas também existe a contribuição dada pela asa traseira e dianteira. Obviamente toda a superfície do carro são trabalhados para gerar o downforce, porém estes são os elementos aerodinâmicos mais óbvios.
Mas ainda existe uma questão, por conta deste ar mais rarefeito, o vácuo para a utilização das ultrapassagens não é tão efetivo neste traçado, desta forma, o GP na Cidade do México se torna uma corrida mais estratégica, onde é importante fazer uma boa classificação e combiná-la à uma boa estratégia.
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Ao compreender em quais setores os times podem extrair mais dos seus carros e como eles funcionam, fica um pouco mais fácil para configurar os seus equipamentos e valorizar o seu projeto. O primeiro setor é rápido, justamente por conta da longa reta, o restante da pista que o tem o formato de Monza, é mais sinuoso. De acordo com o ajuste aerodinâmico escolhido, o carro trabalha melhor ou acaba saindo muito nas curvas. As equipes podem trabalhar com asas maiores para a dianteira e parte traseira do carro, buscando mais pressão, mas quando adotam esse tipo de configuração, acabam ganhando nas retas, mas perdendo nas curvas, gerando a falta de aderência – fazendo os carros deslizarem mais nas curvas.
O traçado conta com três pontos para a ativação do DRS, uma delas está localizada na reta principal, na classificação se faz importante por conta da abertura da volta.
Pneus
Os pneus adotados para o GP da Cidade do México, são aqueles que correspondem à gama intermediária. Os pilotos vão trabalhar com o C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha).
A Pirelli já avaliou a utilização da gama mais macia de pneus durante a prova que foi disputada em 2018. Mas o asfalto é bem abrasivo e prejudicou o trabalho das equipes, assim a fornecedora de pneus mudou a estratégia para os próximos anos e optou pelo conjunto de pneus Intermediários.
A prova disputada em 2021 contou com a estratégia de apenas uma parada, onde Max Verstappen começou a prova com os pneus macios e instalou os compostos duros para o final da corrida. Grande parte dos times investiram na estratégia de apenas uma parada.
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No TL2 que será realizado no México, os pilotos vão fazer mais uma sessão de testes, a Pirelli avaliou os compostos mais duros nos Estados Unidos e agora fornecerá aos times os pneus protótipos mais macios. A intensão é boa, pois eles podem avaliar o comportamento destes compostos na pista, sua durabilidade e até mesmo avaliar a possibilidade de voltar a fornecer a gama mais macia de pneus neste traçado em outras edições.
O GP do México
O primeiro Grande Prêmio do México não foi disputado pelo campeonato de Fórmula 1, mas foi realizado em 7 de novembro de 1962, utilizando as mesmas regras da competição, o que acabou atraindo participantes e equipes da categoria para a disputa. A morte do mexicano prodígio Ricardo Rodríguez aconteceu neste evento e tempos depois o autódromo prestaria uma homenagem a ele e ao irmão Pedro que faleceu em 1971, sendo um dos grandes incentivadores de corrida no país. Por isso o autódromo mais tarde foi intitulado como Autódromo Hermanos Rodriguez. Antes de receber o nome pelo qual conhecemos o autódromo hoje, era chamado de Magdalena Mixhuca.
Era amado por ser considerado um desafio que não podia ser comparado a nenhum outro já experimentado: estava localizado a 2.240 metros acima do nível do mar. Sem falar que era um dos circuitos mais velozes. As provas só passaram a ser disputadas oficialmente pela Fórmula 1 em 1963, com a categoria permanecendo no país até 1970. Entre 1971 e 1985, não ocorreram corridas pelo campeonato de F1 no autódromo, mas as tentativas para que ele retornasse ao calendário, sempre foram inúmeras.
Em 1980 e no ano seguinte, a IndyCar fez uma breve visita para a realização do Grande Prêmio de Tecate. Depois da tentativa de abranger outras competições, o autódromo que fora rebatizado, necessitou de algumas reformas para que pudesse ser palco de novas provas, principalmente por conta das questões de segurança. O layout foi ligeiramente encurtado e algumas melhorias em relação à segurança foram realizadas. As atividades retornaram em 1986, para o calendário da Fórmula 1, contando com uma vitória de Gerhard Berger em sua Benetton B186. Em 1988 foi movida de outubro, para ficar mais próxima dos Grandes Prêmios dos Estados Unidos e do Canadá.
Retorno ao Calendário
O autódromo não ficou sem atividade, mas as corridas que realizadas lá não faziam parte da Fórmula 1. O retorno se deu apenas em 2015, embora as negociações ocorressem desde 2011. No final de 2013 existia um burburinho sobre a sua entrada no calendário do ano seguinte, mas quando foi divulgado, o GP do México não estava entre as etapas.
A Fórmula 1 avisou que a falta de tempo para a reorganização das datas das corridas não permitiu o encaixe da prova, mas que ela já estava confirmada para 2015, com contrato de 5 anos firmado por Bernie Ecclestone.
A categoria não pode correr em 2020 por conta do Covid-19, o espaço foi até mesmo usado para montar um hospital provisório para atender as vítimas da pandemia. No pior momento, a F1 não pode correr nas américas, deixando o seu retorno programado para 2021.
A prova será disputada no domingo, quando o segundo turno das eleições acontecem no Brasil. A Band informa que a corrida será televisionada, mas como ela ocorre no horário que se inicia a contagem dos votos, a transmissão será dividida, por conta da cobertura da eleição.