O Grande Prêmio dos Estados Unidos, na verdade se chamava Grande Prêmio da América e começou a ser disputado em 1908, mas só entrou no Campeonato de Fórmula 1 em 1959 e no ano seguinte as 500 Milhas de Indianápolis também passaram a fazer parte da categoria.
As disputas pelo país estiveram em diversos lugares e autódromos diferentes. O GP dos Estados Unidos também sofreu com o declínio depois de 1916, devido à falta de participação europeia, já que a Primeira Guerra Mundial havia assolado o continente. A América do Norte também desenvolveu uma paixão pelos ovais o que ainda causa muito conflito com o povo Europeu.
As 500 milhas de Indianápolis foram responsáveis por estabelecer esta conexão com as corridas europeias. Ao longo dos 11 anos em que a prova esteve no calendário, foi rara a disputa de pilotos da Europa, pois era muito caro fazer a travessia de um continente para o outro e também as modificações que precisavam ser feitas para o carro de Fórmula 1 se adaptarem ao circuito oval. Por esses motivos, apenas Alberto Ascari se aventurou com a Ferrari em 1952 a participar da prova, mas acabou não a finalizando, por enfrentar problemas mecânicos.
lll Vencedores das 500 Milhas de Indianápolis durante período em que fez parte da F1:
1950 – Johnnie Parson (Wynn’s Kurtis)
1951 – Lee Wallard (Belange)
1952 – Troy Ruttman (Agajanian)
1953 – Bill Vukovich (Full Injection Spec.)
1954 – Bill Vukovich (Full Injection Spec.)
1955 – Bob Sweikert (John Zink Spec.)
1956 – Pat Flaherty (Zink Spec.)
1957 – Sam Hanks (Bolond Exhaust)
1958 – Jimmy Bryan (Bolond)
1959 – Rodger Ward (Leader Car)
1960 – Jim Rathmann (Ken Paul)
lll Sebring e Riverside
Alec Ulmann foi um dos pioneiros em corridas automobilísticas e com o incentivo dele, em 1959, a corrida de Fórmula 1 começou a ser organizada em Sebring International Raceway, na Flórida, sendo intitulada por Segundo Prêmio dos Estados Unidos. A ideia inicial era ela ser realizada em 22 de março após a corrida das 12 horas de Sebring, mas foi alterada para 12 de dezembro, fazendo parte da última rodada.
A prova fora realizada três meses depois da etapa de Monza e incluía sete pilotos americanos e Bruce McLaren da Nova Zelândia, que ganharia a sua primeira prova da Fórmula 1 e na época se tornaria o mais jovem a vencer um Grande Prêmio.
Apesar do circuito criar um clímax emocionante para a temporada, a corrida não foi bem-sucedida, pois a localização do autódromo fez com que a prova ficasse isolada e dificultou a presença do público.
Ulmann não desistiu do evento e mudou o local da corrida para Riverside International Raceway na Califórnia, uma hora a leste de Los Angeles, para o ano seguinte. Stirling Moss venceu a prova e dando show ao fazer a pole position. Mais uma vez o evento sofreria com a falta de divulgação.
lll Watkins Glen
Durante a maior parte de 1961, Ulmann procurou um lugar para que o Grande Prêmio dos Estados Unidos pudesse ser realizado, no entanto em agosto daquele ano, Cameron Argetsinger, proprietário do Autódromo de Watking Glen, localizado em Finger Lakes, Nova York, concederia o seu circuito para a competição. Depois da aprovação, a prova seria realizada no mesmo local por 20 anos. O evento acabou se tornando uma tradição para os fãs, criando um ambiente de férias, além de ser extremamente bem organizado.
Ao contrário das outras duas corridas, este evento foi bem-sucedido e trouxe bastante lucro. No entanto a sua posição no campeonato era desfavorável, pois as decisões acabavam ocorrendo antes e uma forma de tornar a competição atrativa foi colocar grandes prêmios em dinheiro.
Em 1971 uma parte da pista foi arruinada e precisou ser reestruturada, ganhando assim uma milha. Um novo pit-lane também foi adicionado. As melhorias na construção, aumentaram o nível de desafio e fez com que ele se tornasse mais popular entre as equipes e os fãs.
Alguns acidentes aconteceram no circuito, como o de 1973 que custou a vida de François Cevert, que acabou capotando com a sua Tyrrell e o Campeonato de Construtores seria entregue para a Lotus. No ano seguinte, no evento que decidia o bicampeonato de Fittipaldi, a prova seguiria bem até a décima volta, quando Hemuth Koinigg, indo de encontro ao guardrail, foi decapitado em acidente incrivelmente trágico.
Anos se passaram ainda com belas competições no circuito, mas aos poucos o autódromo começou a apresentar defeitos e deixar de ser um dos queridinhos. Os pilotos se queixavam do asfalto irregular, as equipes de impressa, do seu espaço para realizar os trabalhos. Os fãs também começaram a reclamar das pessoas que frequentavam os locais e do uso que faziam dos espaços públicos e do pátio para os trailers.
Em 1980 o autódromo voltou a passar por algumas melhorias, mas seria o último Grande Prêmio sediado no local. No ano seguinte ele até fora incluído no calendário, mas algumas dívidas que ficaram acumuladas e não puderam ser pagas, impossibilitaram que ele permanecesse no calendário e a prova precisou ser transferida para o estacionamento Cesar’s Palace em Las Vegas, sendo que em 1981, naquele estacionamento. Nelson Piquet alcançaria o seu primeiro título sobre Carlos Reutemann.
Piquet supera Reutemann e conquista o seu primeiro campeonato – Dia 149 dos 365 dias mais importantes da história do automobilismo
lll Outros lugares de disputa do Grande Prêmio dos Estados Unidos
Em 1976 também tivemos o Grande Prêmio de Long Beach em Los Angeles, somando mais uma competição para os Estados Unidos e um dos poucos países a sediarem duas corridas no ano.
Las Vegas ficou por apenas dois anos na Fórmula 1 e depois as competições passariam a acontecer em Detroit, permanecendo no calendário de 1982 a 1988. A Fórmula 1 ainda passou por Dallas em 1984.
lll Phoenix
Os planos de continuar as provas em Detroit em 1989, não puderam ser concluídos e a competição precisou novamente encontrar um local se mudando para o deserto do Arizona em Phoenix.
A competição não ganhou força no local escolhido, e além disso foi completamente ignorada pelos moradores. O evento acabou ocorrendo no verão, uma época que devido às altas temperaturas, a população acabava/acaba se reservando mais dentro de suas casas, com isso a prova precisou ser alterada para março, na abertura do campeonato, para os próximos dois anos que a competição teve a intenção de se manter no local.
Os Estados Unidos por fim, ficou sem competições da Fórmula 1 de 1992 até 1999.
lll Grand Prix de Indianápolis
Só nos anos 2000 que o pessoal da América do Norte seria agraciado com o retorno da Fórmula 1 e ainda em um dos mais lendários circuitos do automobilismo, mais conhecido como Indianapolis Motor Speedway, em Indiana. A Fórmula 1 retornava a um local já conhecido, no entanto, bem diferente do seu começo, já que os carros passaram a competir no circuito misto e apenas uma curva do oval, fazia parte da prova.
Em 2005 a competição foi o maior vexame do automobilismo e também da temporada, quando apenas 6 carros acabaram participando da corrida, já que os pneus da fabricante francesa Michellin apresentou defeito durante os treinos.
lll Austin
De 2008 a 2011, a América do Norte ficou novamente sem a Fórmula 1. No entanto já em 2009 as negociações começaram a ocorrer e várias hipóteses foram levantadas, desde a que alimentava a esperança da prova voltar para Indianápolis, tanto a que sonhava em uma prova em Nova York.
Em março de 2010, Austin, no Texas, acabou recebendo o sinal de positivo para finalmente abrigar a competição, com contrato de 10 anos. Alguns problemas surgiram no meio do caminho, mas em 2012 já no calendário oficial, a prova já tinha data.
A popularidade voltou a crescer, devido à sua cultura e música e à tradição das corridas automobilísticas no país. Foi criada uma atmosfera amigável, fora as ações que acabam direcionando os olhos para o circuito, como a de 2017 que promoveu a campanha do Outubro Rosa.
lll Pneus
As corridas em Austin são conhecidas pela imprevisibilidade e para trazer mais emoção, a Liberty Media inverteu México e EUA, para que a definição do título pudesse ocorrer em um local diferente.
A Pirelli trás para está disputa os mesmos pneus utilizados no México, desta forma o C2 (faixa branca – duro), C3 (faixa amarela – médio) e C4 (faixa vermelha – macio). Os treinos livres de sexta-feira vão ser de suma importância, pois desta vez as equipes vão utilizar os pneus P Zero de 2020. Cada equipe vai receber dois conjuntos dos pneus macios com as especificações do próximo ano e que devem ser usadas nestas duas sessões; ele é conhecido como o C4 de 2020.
Desta vez eles apostaram nos pneus mais duros, diferente da configuração utilizada no ano anterior, quando eles lidaram com os macios, supermacios e ultramacios da gama Rainbow. Buscando um desempenho mais uniforme, a fornecedora deu preferencia por mudar a estratégia.
Kimi Raikkonen venceu a corrida com apenas uma parada nos boxes, enquanto Hamilton que chegou em terceiro, realizou duas paradas.
O nível de degradação é considerado médio, no entanto o clima é instável nesta época do ano, variando a temperaturas elevadas e fortes chuvas que até mesmo já canceram atividades na pista.
lll Corrida de 2018
Kimi Raikkonen venceu a corrida conquistando a primeira vitória da Ferrari no circuito texano. O finlandês arriscou tudo na largada, assumindo a primeira posição assim que realizou a ultrapassagem em Hamilton na volta 1 e fechou a porta para evitar um rebote. E foi assim até a sua primeira parada nos boxes, pois acreditava-se que a Mercedes manteria a estratégia inicial.
O inglês foi para os boxes na volta 38 e assim Raikkonen retomou a liderança, acompanhado por Verstappen e Bottas, mas a terceira posição seria facilmente cedida pelo companheiro de equipe de Hamilton.
Na antepenúltima volta, devido a aproximação dos líderes Hamilton tentou abocanhar a segunda posição, mas acabou espalhando e perdeu a chance e assim o holandês confirmou a segunda posição.
A próxima corrida foi a do México, com Vettel adiando a conquista do quinto título de Hamilton, apesar de ter que remar todo o grid, após se tocar com Daniel Ricciardo e rodar logo em seguida, ainda na primeira volta.
O GP de Austin foi ainda mais conturbado por conta de Alonso que foi acertado por Stroll e precisou abandonar a prova. Grosjean bateu em Leclerc e prejudicou o desempenho do piloto da Sauber, que passou a se arrastar na pista até as paradas nos boxes.