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Preview do GP do Japão – Mudanças, expectativas e a estreia de Tsunoda na Red Bull

O Circuito de Suzuka receberá a Fórmula 1 neste fim de semana para o duelo da terceira etapa do campeonato

O GP do Japão neste ano será disputado como terceira prova da temporada 2025, mas a etapa também marca o início de uma rodada tripla.

O campeonato conta com a McLaren na liderança, o time já atingiu a marca dos 78 pontos, contra 57 da Mercedes e 36 da Red Bull. Atualmente a Williams é a quarta colocada com 17 pontos, sendo a mesma pontuação da Ferrari – que sofreu uma desclassificação dupla no GP da China. Até a terceira etapa do ano nove times obtiveram pontos, desta forma a Alpine é a única zerada na tabela.

O GP do Japão é uma oportunidade para a Ferrari melhorar a sua posição no campeonato, mas também marca a busca incansável da Red Bull de somar pontos com os dois carros – algo que não aconteceu nas duas primeiras etapas do ano.

O grande marco deste evento fica por conta do time austríaco, pois Yuki Tsunoda realizará a sua estreia na equipe principal. Liam Lawson, por sua vez, retorna para a Racing Bulls e terá como companheiro de equipe Isack Hadjar. As expectativas estão altas com essa mudança, já que Tsunoda tem apresentado um bom crescimento, mas de qualquer forma o RB21 segue como um carro difícil de guiar, onde Max Verstappen é o piloto que mais tira do equipamento.

Tsunoda tem uma grande missão, correndo em casa, a busca é por um bom resultado é observada de perto. Obviamente serão feitas comparações do desempenho dele com o de Verstappen e de Lawson. O evento também marca a última prova da Honda com a Red Bull e Racing Bulls. Pontuar bem é importante nesta ocasião, para deixar mais uma grande marca nesta parceria, o time austríaco aproveitou este momento para usar uma pintura especial, dando destaque para a fabricante de motores.

No campeonato de pilotos, Lando Norris é o atual líder com 44 pontos, contra 36 obtidos por Verstappen e 35 de George Russell. Oscar Piastri é o quarto colocado após um grande desenvolvimento na sprint da China e tem 34 pontos em seu nome. Andrea Kimi Antonelli é o quinto colocado com 22 pontos. O top-10 conta ainda com Lewis Hamilton em nono, com apenas 9 pontos e Charles Leclerc em décimo, com 8 pontos.

O GP do Japão

O circuito de Suzuka é uma das pistas mais amadas pelos pilotos de Fórmula 1. O traçado, em formato de ‘8’, é bem sinuoso e conta com curvas rápidas e desafiadoras. Em relação ao desgaste dos pneus, ele é acentuado, mas acontece geralmente de forma uniforme por conta do formato do traçado e a distribuição das formas. A pista é composta por 10 curvas para a direita e 8 para a esquerda.

O trecho mais conhecido do circuito é a famosa 130R, a curva recebeu esse nome devido ao raio de 130 metros, podendo ser feita a mais de 300 km/h em sétima marcha. Os pneus são exigidos em todo o circuito, mas nessa curva particularmente precisam entregar o máximo de eficiência.

Circuito de Suzuka – Foto: Fórmula 1

O traçado é praticamente todo composto por curvas, apenas 1,2 km da volta são retas, dos 5.807 km que formam o traçado. Por conta desta falta de retas, o circuito conta com apenas uma zona de ativação do DRS, assim como Mônaco.

Se a 130R é uma das curvas mais rápidas da F1, o circuito também conta com a curva 11, uma das mais lentas, completada em cerca de 60 km/h. A zona de frenagem da curva 11 é uma das mais desafiadoras, para completá-la os pilotos acionar os frios na metade da curva 10, ela é completada perto dos 3,5G. A aceleração é o destaque deste traçado.

O traçado é extremamente técnico, como muitos dos circuitos mais antigos do calendário. Um erro em qualquer parte do traçado prejudica toda o giro neste traçado.

Neste ano é esperado que os tempos de volta caiam ainda mais, pelo simulado pelas equipes. Da saída da última chicane, até o final do primeiro setor – está uma sessão importante da pista, pois comporta curvas de média e alta velocidade, algumas delas sendo bem longas, como as duas primeiras após a reta de largada/chegada. Com a evolução dos carros e essa melhoria no traçado, os tempos devem melhorar gradualmente ao longo das sessões.

Como as retas são curtas nesta pista, as equipes apostam em uma configuração com mais downforce. É importante que o piloto tenha domínio do seu carro, pois se o carro sair de frente ou de traseira, prejudica os giros dos pilotos na pista e principalmente uma tentativa de volta rápida.

Confiança é a palavra-chave, se o piloto não tiver confiança em seu equipamento, ele perderá muito tempo de volta. Ao longo do início do campeonato, foi algo que Liam Lawson ressaltou sobre o carro da RBR, ele não tinha confiança para extrair o melhor do carro e confiar na resposta que ele teria em pista. Yuki Tsunoda também disse que isso é importante e ele precisará se acostumar com as características do equipamento ao longo das três sessões de treinos livres.

Para 2025, além das recentes mudanças na superfície do circuito, algumas adaptações foram feitas em relação ao ano passado. A curva 9 recebeu uma zebra dupla mais alto em substituição a anterior, enquanto as áreas de grama sintética nas curvas 2, 7, 9, 14 e 17 foram trocadas por trechos de brita, alterando as condições dos limites e tornando o desafio ainda maior.

Por ser uma pista que os pneus são bem exigidos, a Pirelli fornece a gama dura, formada pelos compostos: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha).

Pneus escolhidos para o GP do Japão de 2025 – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

Não é uma pista que fornece muitas zonas de ultrapassagem, mas a prova pode ser movimentada por conta da escolha dos pneus e por escolha de estratégias diferentes entre os pilotos.

Pelas características do traçado é normal o surgimento do Safety Car, mas uma bandeira vermelha também não pode ser descartada – e ela costuma mudar as estratégias da corrida.

A primeira curva é um ponto de ultrapassagem, enquanto na Spoon os pilotos têm se arriscado um pouco mais nos últimos anos. A última chicane também é um ponto usado para as trocas de posição.

Os limites de pista são muito cobrados em Suzuka, e neste ano com mais áreas de brita, ela vai ajudar a punir os competidores que forem além das zebras.

A chuva é um ponto de atenção, mesmo com a mudança de época para a realização das provas, o clima é instável durante a primavera. Os radares estão em conflito para a definição do fim de semana, mas a chuva pode aparecer no domingo.

Horários da Fórmula 1 do GP do Japão – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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