Neste fim de semana a Fórmula 1 se prepara para travar o 10° embate da temporada 2025, a prova acontece no Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve.
Durante o último confronto na Espanha a Red Bull tentou uma estratégia ousada para superar a dupla da McLaren, porém, o Safety Car que apareceu no final da corrida derrotou o time austríaco. Para completar, Max Verstappen se envolveu em um incidente com George Russell e foi punido, caindo para a 10ª posição.
O piloto neerlandês chega para a etapa canadense pendurado, podendo lidar com uma suspensão nestes dois próximos eventos. Verstappen precisa passar ileso, pelos treinos livres, classificação e corrida no Canadá, se quiser correr na Áustria.
A McLaren segue na liderança, com Oscar Piastri comandando a tabela. O australiano soma 186 pontos ao obter a 5ª vitória da temporada 2025 em Barcelona. A punição para Verstappen, contribuiu para o time administrar uma certa distância para o rival; Lando Norris permanece na segunda posição do campeonato com 176 pontos, contra 137 do piloto da Red Bull.
George Russell é o quarto colocado com 111 pontos, contra 94 de Charles Leclerc e 71 de Lewis Hamilton. O time italiano continua em busca de encontrar uma performance melhor e somar mais pontos. No entanto, na Espanha eles assumiram a vice-liderança do Mundial de Construtores com o pódio obtido pelo monegasco são 165 pontos, contra 159 da Mercedes e apenas 144 da Red Bull.
Veremos como a Williams vai se comportar no Canadá, o time sumiu na Espanha, mas atualmente é o quinto colocado – com 54 pontos.
A Pista e os Pneus
O Autódromo Gilles Villeneuve é um dos circuitos mais tradicionais da Fórmula 1 — e um dos favoritos dos pilotos! Desde que recebeu sua primeira corrida em 1978, poucas mudanças foram feitas no traçado, além da adição e remoção de chicanes ao longo dos anos. Já as instalações evoluíram com o tempo, como o edifício dos boxes.
Localizado em uma ilha artificial em Montreal, o circuito foi originalmente chamado de Notre-Dame, mas recebeu o nome de Gilles Villeneuve como homenagem ao lendário piloto canadense, falecido em 1982 durante o fim de semana do GP da Bélgica.
O Grande Prêmio do Canadá, disputado no circuito Gilles Villeneuve, é uma das etapas mais aguardadas do calendário da Fórmula 1 — e isso não é por acaso. A imprevisibilidade que marca as corridas na Ilha deNotre-Dame transformou o traçado canadense em um palco de momentos icônicos e desfechos surpreendentes ao longo dos anos.
Um dos episódios mais marcantes ocorreu em 1991, quando Nigel Mansell, então piloto da Williams, parecia rumar para uma vitória tranquila. No entanto, a apenas duas curvas da linha de chegada, seu carro parou inesperadamente, abrindo caminho para que Nelson Piquet conquistasse um triunfo dramático, em uma das viradas mais memoráveis da categoria.
Outro momento inesquecível aconteceu em 1995, quando Jean Alesi finalmente alcançou sua primeira — e única — vitória na Fórmula 1. Correndo pela Ferrari, o francês venceu justamente no dia de seu aniversário, entrando para um grupo raríssimo de pilotos que conquistaram uma vitória na F1 nessa data especial. Antes dele, apenas James Hunt havia realizado tal feito, em 1976, ao vencer o GP da Holanda.
Esses episódios ajudam a construir a mística do circuito de Montreal, onde o inesperado pode acontecer a qualquer momento — um ingrediente que mantém viva a expectativa de equipes, pilotos e fãs a cada visita ao solo canadense.
Um dos trechos mais icônicos do circuito é o famoso Muro dos Campeões, localizado na saída da chicane das curvas 13 e 14. Em 1999, três campeões mundiais — Villeneuve, Schumacher e Hill — bateram exatamente nesse ponto, que desde então virou referência em qualquer fim de semana no Canadá.

Ao longo das sessões, as apostas são para ver quem será o primeiro campeão puxado pelo muro. No entanto, vale ficar atento aos outros competidores, que também podem cometer um erro neste trecho.
Entre tantos momentos históricos vividos no circuito Gilles Villeneuve, nenhum é tão lembrado quanto a edição de 2011 — considerada por muitos a corrida mais emblemática já realizada em solo canadense. Na ocasião, Jenson Button protagonizou uma atuação épica ao sair das últimas posições e conquistar a vitória na última volta, ao ultrapassar Sebastian Vettel sob pressão.
A prova entrou para os livros de história da Fórmula 1 como a mais longa de todos os tempos, com duração total de quatro horas e quatro minutos. Foram seis intervenções do Safety Car e um longo período de interrupção com bandeira vermelha, causado pela intensa chuva que castigou o circuito naquele domingo.
Apesar das adversidades, o caos climático e as múltiplas reviravoltas transformaram a corrida em um verdadeiro clássico moderno da categoria.
Com 14 curvas (6 para a esquerda e 8 para a direita), o circuito combina retas longas com curvas lentas e chicanes estreitas, exigindo dos carros equilíbrio entre baixa resistência ao arrasto e alto nível de downforce. Essa característica o torna semelhante ao traçado de Baku, com quem compartilha algumas exigências técnicas.
Mesmo sendo um circuito semi-permanente, Montreal oferece boas chances de ultrapassagem e costuma entregar corridas movimentadas, com disputas intensas, erros custosos e muitas histórias.
O traçado de Montreal cobra muito dos freios — em um nível comparável ao que vemos no Red Bull Ring, na Áustria. A diferença é que, por aqui, a volta é mais longa, o que permite uma melhor gestão da temperatura dos componentes, mesmo com zonas de frenagem tão intensas.
Gerenciar o resfriamento dos freios é crucial, mas não é o único desafio. O uso do DRS exige que o piloto se mantenha dentro do 1 segundo do carro à frente — mas, uma vez feita a ultrapassagem, manter a posição passa a ser prioridade. Por isso, sair bem das curvas e garantir velocidade nas retas faz toda a diferença.
Ter um carro eficiente em linha reta é fundamental no Canadá. No entanto, os pneus também entram na equação como fator decisivo: o desgaste, a temperatura e o momento certo da troca podem definir posições e até o pódio.
Montreal não perdoa erros — e cobra decisões estratégicas afiadas.
Pneus
A Pirelli levará para Montreal sua gama mais macia de pneus: C4 (duro), C5 (médio) e C6 (macio), representando uma escolha um passo mais suave em relação à seleção usada no evento do ano passado.

Diferente de ocasiões anteriores, as equipes já testaram o composto C6 em outras corridas e, com os dados em mãos, esperam um gerenciamento mais eficiente. Ainda assim, os pilotos devem lidar com o desafio de manter os pneus dentro da janela ideal de funcionamento, já que a degradação térmica pode se tornar um obstáculo.
A combinação entre frenagens intensas e acelerações bruscas gera estresse nos pneus, exigindo equilíbrio entre performance e durabilidade.
O asfalto liso e pouco utilizado ao longo do ano acumula sujeira, o que aumenta a granulação dos pneus nos primeiros treinos. Contudo, conforme a borracha vai sendo depositada na pista, a aderência melhora significativamente, trazendo evolução rápida nas sessões.
Por fim, o clima instável de Montreal é sempre um fator imprevisível. Em condições normais, a estratégia de duas paradas costuma ser a mais eficiente, já que o pit-lane oferece certo ganho de tempo — o piloto corta a última chicane e retorna à pista na curva 2, com parada estimada em 18 segundos.

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