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Preview do GP do Brasil de Fórmula 1 – O campeonato só acaba após o GP do Brasil

Foto das capas: Rafael Catalan Instagram.com/RafaGCatelanLiveracing.com.br

O Grande Prêmio do Brasil acontece no autódromo José Carlos Pace, localizado em Interlagos, na cidade de São Paulo, desde o seu primeiro evento que ocorreu em 1973.

O projeto que levou à sua construção foi muito importante para toda a Grande São Paulo, principalmente porque trouxe o plano de interligação da cidade e consequentemente mais acesso à região em que ele se encontra. Uma estrada que ligava Santo Amaro a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e acabava no pedágio da Vila Sophia acabou sendo construído entre os anos de 1927 a 1933. Além disso, o plano de mais uma ligação entre a Avenida Washington Luís e Interlagos e a pista do Aeroporto de Congonhas nasceu na mesma época. Com isso a região de Interlagos recebeu um plano comercial para abrigar comércio e empresas.

Seu nome foi sugerido pelo francês Donat-Alfred, pois foi construído entre duas represas: a Guarapiranga e a Billings. Não é errado falar que a chuva vem da represa, mas a pergunta que sempre fica é “de qual represa?”.

As corridas automotivas no Brasil, começaram antes da segunda guerra mundial, em um circuito na Gávea, Rio de Janeiro. Em 1936, um projeto para a construção de um autódromo permanente foi iniciado e no ano seguinte um dos templos do automobilismo já estava concluído.

Interlagos rapidamente ganhou a fama de circuito difícil e sem margens para erro, devido as elevações que a pista tinha e sua superfície áspera.

A corrida realizada em 1972, não era parte do calendário oficial da Fórmula 1, mas serviu para chamar a atenção da FIA para o Brasil e mostrar que o país tinha condições de fazer parte do campeonato e no ano seguinte, por fim, entrou na disputa oficial.

Permanecendo até 1977 em Interlagos, no ano seguinte a prova foi transferida para Jacarepaguá no Rio de Janeiro, já que pilotos e equipes reclamavam do asfalto áspero e dos solavancos do circuito paulista. Em 1979, a prova retornou para São Paulo, em instalações novas, mas passados dois anos do regresso para a cidade, descobriu-se que nem tudo estava do jeito esperado, pois faltava segurança, algo que era muito cobrado na época. As insatisfações e o asfalto acabaram retornando para a pauta, então em 1980 a ideia de alternar Interlagos com Jacarepaguá surgiu, já que o autódromo paulista precisava de algumas reformas.

lll Autódromo de Jacarepaguá

O circuito do Rio de Janeiro era tão exigente quanto o de Interlagos, com curvas angulosas, um asfalto abrasivo e contava com uma ligeira inclinação. A corrida no Brasil era alocada no início da temporada para aproveitar o clima tropical do país. A maioria das corridas realizadas naquela época contaram com o calor constante e altas taxas de umidades. A corrida no Rio acabava exigindo muito do piloto por causa dessas altas temperaturas e eles ficavam extremamente esgotados no final.

lll Mudanças no Autódromo de São Paulo

Além das mudanças com as elevações que necessitaram ser executadas no circuito paulista, o autódromo sofreu alterações em seu traçado em 1990 e, se ele já era desafiador, passou a ficar mais exigente ainda. Esse encurtamento na pista fez com que o número de voltas aumentasse e consequentemente os patrocinadores do evento e da marca recebessem mais destaque na transmissão, pois tinham mais chances de aparecerem mais vezes.

Chico Rosa foi o engenheiro civil responsável pela readaptação do autódromo de Interlagos e sua proposta era manter as curvas 1 e 3, já que trabalhavam com a alta velocidade e com a redução para a terceira curva. A curva 4 também seria mantida, com a ideia de preservar a parte antiga do circuito para que ele pudesse ser usado por outras categorias, no entanto Bernie Ecclestone não queria concorrência, principalmente com a Indy e pediu para que novas alterações no projeto fossem realizadas.

Bernie Ecclestone colocou a jogada do “S” do Senna no final da reta dos boxes, que seria um jeito de inviabilizar as corridas da Indy e deixar a pista externa inutilizável. A Curva do Sargento ficou totalmente esquecida, pois não tinha mais ligação com a Curva do Sol e atualmente faz parte do estacionamento do autódromo. O anel externo poderia até ser utilizado, mas ficou em péssima situação depois das reformas.

Nos novos parâmetros Alan Prost foi o primeiro vencedor, na corrida que marcava a volta após 10 anos de Interlagos no Grande Prêmio do Brasil.

lll Pneus

Para a penúltima corrida da temporada a Pirelli optou pelos pneus (C1 faixa branca – duro), (C2 faixa amarela – médio), (C3 faixa vermelha – macio), a borracha de goma mais dura é ideal para o circuito abrasivo como o do Brasil. E mesmo com esta especificação é possível que os tempos estabelecidos na pista melhorem com relação aos obtidos na temporada passada, por conta da evolução dos carros.

A escolha destes compostos, favorece a permanência dos pilotos em pista com cada stint feito. Mas além disso é necessário se atentar a meteorologia pois Interlagos é a uma das pistas com clima mais aleatório possível, pois vai desde temperaturas elevadas a chuvas torrenciais.

O autódromo foi recapeado em 2014 e passa ainda por um tempo de maturação. A pista possui 15 curvas, é feita no sentido anti-horário, podendo punir aqueles pilotos que extravasam os seus limites. O pneu dianteiro direito é o mais consumido. Hamilton venceu a corrida com a estratégia de uma parada, mas as equipes abusaram da estratégia diferentes.

https://www.instagram.com/p/B427J-lBCU8/

lll Corrida de 2018

Lewis Hamilton largou da pole, mas não permaneceu na liderança da corrida por todas as voltas, pois Max Verstappen imprimia um bom desempenho na pista, andando próximo do inglês por conta da ultrapassagem realizada em Raikkonen, Vettel e Bottas.

A Ferrari não tinha uma boa estratégia por conta dos pneus médios escolhidos para a largada e acabaram se afastando da briga. Na volta 19 Hamilton realizou a sua parada e instalou os pneus duros, mas não parecia a melhor escolha, apesar de ser os compostos mais duros do final de semana.

O inglês passou a ser o sexto colocado, enquanto isso Verstappen seguia na pista sem perspectivas de parar. Na volta 27 foi a vez de Vettel se dirigir para os boxes, enquanto na volta 31 Raikkonen era chamado para os boxes e pouco depois a Ferrari optou pela ordem de equipe, deixando o finlandês ultrapassar o companheiro de equipe, para caçar Bottas.

Max Verstappen só foi para os boxes na volta 35, instalando os pneus médios para o final da prova e foi a vez dele atacar Lewis Hamilton e a ultrapassagem veio na volta 39, recuperando a liderança da prova.

Mas foi durante a volta 43 que Verstappen e Ocon se encontraram, o piloto da Racing Point era retardatário, mas mesmo assim o francês não deu espaço, eles fizeram o S do Senna lado a lado e se encontraram metros depois, pois Verstappen acreditava que teria espaço, mas Ocon não abriu e o toque foi inevitável.

Verstappen tinha mais a perder e realmente perdeu a prova pois Hamilton ultrapassou o piloto da Red Bull, que ainda tentou correr atrás da diferença, mas cruzou a linha de chegada separado por 1s4.

A “roupa suja” ainda foi lavada pois Verstappen partiu para cima de Ocon, empurrando o piloto quando deixaram os seus carros. Ocon foi punido com um stop e go, mas dez segundos.

Foto das capas: Rafael Catalan Instagram.com/RafaGCatelanLiveracing.com.br

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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