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Preview do GP de Abu Dhabi – Último embate e a decisão do título da temporada 2025

Com Norris, Verstappen e Piastri ainda na briga, Abu Dhabi volta a ser palco de uma decisão tensa e estratégica pelo título mundial

A temporada 2025 da Fórmula 1 chega ao final, com a categoria partindo para Abu Dhabi onde disputará a 24ª corrida. O campeonato segue em aberto, pois a McLaren não conseguiu resolver as coisas nas etapas anteriores, especialmente no Catar, quando Lando Norris tinha grandes chances de faturar o seu primeiro título.

O time de Woking perdeu pontos importantes desde as férias de verão, no mesmo ritmo que Max Verstappen emplacou seis vitórias – uma delas sendo na prova Sprint em Austin. Ao todo, em corridas principais, o neerlandês faturou a sua sétima vitória no ano, com o feito no Catar.

Max aproveitou todas as oportunidades que surgiram no meio do caminho, inclusive alguns dos erros da McLaren, enquanto estavam extremamente focados em obter o título do Mundial de Construtores.

A McLaren deixou vários pontos no caminho, por não dar uma preferência clara para um dos seus pilotos. Oscar Piastri também foi engolido depois do GP da Itália, lidando com abandonos e resultados fora do pódio, até apresentar algum sinal de recuperação no Catar – quando já é um pouco tarde.

No entanto, Lando Norris conseguiu aproveitar algumas oportunidades, participou de alguns pódios desde a Itália, venceu no México e dominou a etapa do Brasil. Mas no Catar foi apenas o 4° colocado, enquanto Max vencia e conseguiu reduzir a diferença pera ele em 12 pontos.

O britânico tem ainda muitas chances de terminar o evento como campeão, precisa apenas terminar no pódio, independente do resultado dos seus rivais; porém, em vários momentos, quando a McLaren afirmou que não poderia de forma alguma cometer erros, foram os mais conturbados.

A desclassificação em Las Vegas dos dois carros, além do erro estratégico no GP do Catar, marca uma temporada que poderia ser irretocável, mas foi o completo oposto. Com o carro que eles tinham no início do campeonato, no momento que a Red Bull estava sofrendo mais em pista, sem a Ferrari participar da luta por vitórias e a Mercedes ainda tentando se acertar, eles deixaram algumas coisas passar.

Piastri está logo atrás, separado por 4 pontos de Verstappen. O australiano tem chances ainda de obter o título, embora para ele seja um pouco mais complicado, pois ele depende completamente dos resultados dos rivais, especialmente o de Norris. Será que a McLaren tomará a melhor decisão em Yas Marina?

Veremos como será agora, pois é um momento decisivo no campeonato, mas em Abu Dhabi tudo pode acontecer.

A Pista de Yas Marina

O GP de Abu Dhabi fez a sua estreia no calendário da F1 em 2009, sendo uma prova que começa no entardecer e avança pela noite. Cerca de 4.700 holofotes são usados para iluminar a pista e viabilizar a corrida.

A prova de 2021 foi a primeira corrida que aconteceu após a pista passar por uma reforma e o layout do traçado sofrer alterações, o responsável pelas mudanças foi Jarno Zaffelli. O circuito foi reduzido de 5.554 km para 5.281 km no ano passado, para permitir mais ultrapassagens. O número de voltas foi ampliado de 55, para 58 giros, para compensar a modificação realizada.

Circuito de Abu Dhabi – Foto: divulgação Fórmula 1

O pit-lane é o único da temporada que tem um túnel no final, os pilotos passam por baixo da pista para chegar ao trado. É geralmente um local complicado, principalmente por conta dos pneus.

O TL1 e o TL3 são sessões que acontecem geralmente com as temperaturas quentes, desta forma o TL2 é o momento que os times têm uma oportunidade maior de sentir a pista nas condições que vão enfrentar durante a classificação e corrida.

O circuito de Yas Marina é um traçado desafiar, e que exige precisão e cobra a habilidade dos pilotos. O traçado conta com retas importantes, combinados com curvas de baixa velocidade e sessões técnicas, oferecendo um bom teste de desempenho dos carros, além da destreza dos pilotos.

É bem comum nesta prova os times usarem os seus equipamentos no limite e os motores ficam praticamente imprestáveis, afinal é a última prova do calendário e a hora de usar tudo. Com alguns duelos no Mundial de Construtores, é a última chance que as equipes têm de definir as suas posições e garantir o dinheiro do campeonato – respectivo ao seu desempenho.

Com o encerramento da prova, os competidores seguem para a reta e acabam celebrando o final da temporada realizando zerinhos. Esse é quase um ritual do final da temporada, algo que não acontece nas outras provas.

A pista foi projetada por Hermann Tilke, o seu layout conta com 9 curvas à direita e 12 à esquerda, sendo mais uma pista nesse fim de temporada que os pilotos fazem o percurso no sentido anti-horário.

Pneus

Para o encerramento da temporada 2025, a Fórmula 1 chega a Abu Dhabi com uma escolha de pneus já tradicional: C3, C4 e C5, a gama mais macia da Pirelli. A seleção segue o padrão adotado nos últimos anos em Yas Marina, um circuito que combina baixa abrasividade, trechos de aceleração forte e curvas de velocidade intermediária — características que permitem explorar ao máximo os compostos mais macios sem comprometer significativamente a durabilidade.

Pneus do GP de Abu Dhabi – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

A pista costuma apresentar episódios de granulação, especialmente nas primeiras sessões, mas o fenômeno tem sido cada vez mais limitado com as gerações atuais de pneus. Em 2024, por exemplo, quase todo o grid largou com o composto médio e conduziu a corrida com apenas uma parada, reflexo da degradação controlada ao longo da prova. Para 2025, a tendência é semelhante, com a possibilidade até de um uso mais estratégico do pneu macio, que em anos anteriores aparecia quase exclusivamente na classificação.

O Safety Car é sempre uma variável importante, capaz de alterar completamente os rumos da corrida. Além disso, o desgaste e o gerenciamento dos pneus nas voltas iniciais desempenham um papel crucial, impactando diretamente o restante da prova. A definição da estratégia é um desafio, já que as corridas dos últimos anos apresentaram cenários distintos, levando as equipes a reagirem de maneiras variadas.

Como de costume, a corrida tem início ao entardecer e avança pela noite, com as temperaturas diminuindo gradualmente após o pôr do sol, sendo mais altas apenas no início da prova.

A etapa também marca a despedida dos atuais pneus, em utilização desde 2022. A partir do próximo ano, a Fórmula 1 adota uma nova geração de compostos, mais estreitos — embora mantendo o aro de 18 polegadas — para acompanhar o regulamento técnico de 2026. O processo de transição já começa imediatamente após o GP: na terça-feira, equipes e pilotos participam de um teste coletivo organizado pela Pirelli, utilizando carros-mula desenvolvidos para simular as exigências aerodinâmicas do novo pacote.

Yas Marina, além de fechar o campeonato, torna-se, portanto, o primeiro passo real rumo à Fórmula 1 de 2026 — uma temporada que promete mudanças profundas não apenas nos carros, mas também na forma como os pneus influenciarão o desempenho, a estratégia e a dinâmica de corrida.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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