O GP da Itália acontece neste fim de semana logo depois da realização do GP da Holanda, sendo a segunda perna de uma rodada dupla. O lendário circuito de Monza é sempre aguardado pelas equipes de Fórmula 1, já que é uma das pistas memoráveis do calendário, contendo uma torcida única.
Na corrida que marcou o retorno da categoria depois das férias foi vencida por Lando Norris, o piloto da McLaren quebrou a sequência de vitória de Max Verstappen em casa. O britânico cruzou a linha de chegada com mais de 22 segundos de vantagem, faturando ainda a volta mais rápida.
Norris conseguiu uma pole no sábado, mas não sustentou a ponta depois da largada, mas munido por um bom equipamento e que recebeu atualizações na Holanda, o competidor conseguiu buscar o adversário. Na volta 18 Norris concluiu a ultrapassagem, logo depois começou a ampliar a distância para Verstappen e não sofreu ameaças.
Com o resultado na Holanda, Norris conquistou a sua segunda vitória na F1 e a segunda na temporada 2024. A última vitória de Max Verstappen aconteceu na Espanha, desde aquele momento já venceram George Russell, Lewis Hamilton (2x) e Oscar Piastri, além de Norris que repetiu o feito do GP de Miami.
A batalha pelo Mundial de Construtores segue acirrada e a McLaren pode sonhar com esse título ao final do campeonato, o time atingiu a marca de 404 pontos, contra 434 da Red Bull. No duelo entre os pilotos, Max Verstappen faturou 295 pontos, enquanto Norris tem 225 pontos em seu nome. Ainda serão disputadas nove etapas, incluindo o duelo na Itália, além disso, os pilotos têm três eventos Sprint, o que significa mais alguns pontos em jogo até a conclusão da temporada 2024.
No começo do ano era difícil de acreditar que aconteceria um duelo pelo título, a Red Bull começou com uma campanha muito forte e acreditava-se no domínio de Verstappen como ocorreu em 2023, mas as coisas mudaram um pouco, a McLaren se aproximou dos rivais e tornou o duelo mais interessante.
Mesmo a Ferrari, que não esperava um bom resultado na Holanda, participou do pódio. A equipe que correrá em casa neste evento, espera entregar o máximo possível em Monza e está em busca de um grande resultado, almejando até uma vitória. Diante do seu público, a torcida vibra muito mais com a chance de ver o time da casa brilhar, com 19 vitórias no circuito, eles têm a fama de priorizar essa etapa.
O foco total está em Verstappen e Norris, mas também é preciso ficar de olho na Mercedes. O time alemão tem flutuado no grid, em alguns momentos disputa pódio e vitórias, mas em outros fica completamente apagado, como ocorreu na Holanda. Mesmo George Russell brigando pelo pódio no começo da corrida, terminou a prova próximo de Lewis Hamilton – enquanto o companheiro de equipe tinha feito uma prova de recuperação. A Mercedes assim como a Ferrari em alguns momentos toma decisões ruins para os seus pilotos.
Neste GP da Itália, a Mercedes pode sofrer um pouco, a equipe não costuma andar bem em pistas quentes e por conta do recapeamento da pista e a retenção de calor que essa mudança pode gerar, é esperado que o desempenho do time alemão seja prejudicado. Veremos ao longo das primeiras sessões de verificação na pista.
A Itália costuma proporcionar boas provas, veremos do que a pista será capaz.
O Circuito e a prova na Itália
O GP da Itália faz parte do início da Fórmula 1, a primeira corrida foi realizada em 1950, sendo uma das provas que sempre esteve presente no calendário da categoria. Monza praticamente foi palco de todos os GPs da Itália, porém, em 1980 a prova precisou ser realizada em Ímola.
Monza é uma das pistas mais antigas, construída apenas depois de Brookland no Reino Unido e Indianápolis nos EUA.
O Circuito de Monza é conhecido como o ‘templo da velocidade’, o apelido faz jus ao que é correr neste traçado, pois em cerca de 77% do tempo de volta é realizado em aceleração plena, o que equivale a 80% da distância. Por conta das longas retas, grande parte da volta é feita em oitava marcha, além disso, o circuito permite poucas trocas de marcha, apenas 40 mudanças ao longo da volta.
O circuito tem 5.793 km, composto por 11 curvas. São muitas retas que formam o traçado, bem diferente do que foi enfrentado na Holanda. A prova é disputada em 53 voltas.
Os times apostam em configurações de baixo downforce para os seus carros, mas é necessário trabalhar a traseira deles. Os implementam novas asas traseiras para a realização dessa prova. O papel do vácuo se mostra extremamente importante, principalmente durante a classificação. Falando em configuração, o equilíbrio do carro é incrivelmente importante nesta pista, justamente por conta das altas velocidades atingidas.
Essa é uma das pistas mais sensíveis à potência da F1. Mesmo com o aumento modesto de potência, pode impactar no tempo de volta, justamente por conta das longas retas, mas também às saídas de curvas de baixa velocidade para aquelas retas que exigem muito mais potência nas zonas de aceleração.
Pneus
A Pirelli no ano passado mudou a configuração dos pneus usado em Monza, optando por fornecer a gama macia de compostos. Essa alteração prevaleceu para a prova de 2024, desta forma os competidores vão trabalhar com os pneus C3 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha).
Na prova desta temporada a F1 não vai inventar moda, desta forma não será trabalhada a ATA (alocação alternativa de pneus) e nem mesmo o formato sprint.
Porém, o circuito foi recapeado e quando isso acontece, o asfalto geralmente é mais escuro que o anterior, retendo mais calor. Isso pode afetar diretamente no consumo dos pneus e na sua performance.
LEIA MAIS: Pirelli define gama macia de pneus para disputa do GP da Itália de 2024
Além disso, a superfície mais lisa, combinada a gama mais macia de pneus, acaba por gerar mais aderência para os competidores. Por mais que as equipes conheçam bem Monza, será preciso usar ao máximo os treinos livres para preparar os carros e compreender como a mudança do asfalto impactará em seus desempenhos.
Depois que as mudanças aconteceram no circuito de Monza, uma equipe de engenheiros da Pirelli visitou o local e encaminhou as informações para a FIA e os times, preparando-os para o evento. O circuito está passando por algumas mudanças de modernização, além do recapeamento, também mudaram alguns túneis subterrâneos e o sistema de coleta e drenagem de água.
A melhor estratégia no ano passado foi definida pelo uso dos pneus médios e duros, aonde grande parte do grid realizou apenas uma parada. Apenas seis competidores pararam duas vezes nos boxes para substituir os pneus.
O pit-stop na Itália é um dos mais demorados, desta forma as equipes optam geralmente por parar apenas uma vez. Também é necessário que os times estejam bem atentos com o que está acontecendo em pista, para não perder a oportunidade de realizar uma troca de pneus, em um momento de neutralização da prova.
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