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Preview do GP da Inglaterra – O próximo embate da Fórmula 1 acontece em um circuito histórico

Depois da batida de Lando Norris e Max Verstappen na Áustria, as expectativas estão altas para o que pode acontecer na casa da McLaren

A Fórmula 1 segue para a Inglaterra neste fim de semana, palco da 12ª etapa da temporada. O campeonato ganhou outro tom, embora seja difícil a McLaren e Lando Norris superarem Max Verstappen, o embate entre os competidores se intensificou no GP da Áustria e vem alimentando o interesse pela competição.

No evento Sprint, Norris já tinha buscado a liderança, mas com uma manobra, combinado ao uso do DRS, o piloto da Red Bull saltou para a ponta. Norris foi superado por Oscar Piastri e o pódio da corrida Sprint foi formado por estes três competidores.

No domingo, Verstappen que estava com um carro mais equilibrado, conduzia na ponta, sem se importar com o que estava acontecendo atrás. No entanto, na segunda parada nos boxes, a prova mudou. A Red Bull cometeu um erro no pit, algo que é muito raro na equipe e a vantagem que Verstappen tinha para Norris foi reduzida drasticamente. O holandês ainda cometeu um erro e assim o inglês conseguiu efetivar a aproximação.

Eles iniciaram um duelo, que resultou em uma batida e no abandono de Norris, pois o carro ficou bem danificado. Verstappen retornou para a pista, depois de um pneu furado, faturou o quinto lugar e somou pontos, enquanto o adversário terminou a corrida zerado.

O embate entre os pilotos chamou a atenção para uma punição tão pequena aplicada pelos comissários, além do estilo de Verstappen que geralmente faz com que uma batida aconteça em um embate mais duro.

A Mercedes faturou a sua primeira vitória no ano, com George Russell que era o terceiro colocado e foi promovido para a primeira posição depois do enrosco.

Se a corrida do último fim de semana foi na Áustria, casa da Red Bull, agora os pilotos vão para o lar de Lando Norris e de sua equipe, engasgados com o que aconteceu no último fim de semana.

A McLaren progrediu muito no grid e é natural ver os olhos voltados para a performance da equipe. Ainda é difícil afirmar que a equipe terá o mesmo desempenho apresentado nas últimas corridas, mas correndo em casa os pilotos geralmente têm mais garra para buscar bons resultados.

Silverstone, o templo

A Inglaterra está presente no calendário da Fórmula 1 desde o início da competição, aliás, a primeira corrida da F1 ocorreu em 13 de maio de 1950, prova que foi vencida por Giuseppe Farina. Lewis Hamilton é o piloto que mais venceu nesta pista, o inglês conta com 8 vitórias e sete poles. O circuito segue marcando presença no calendário, com fãs viajando de vários lugares para conhecer o traçado.

Silverstone é o quinto circuito mais longo do calendário de 2023, perdendo apenas para Spa-Francorchamps (7.004 km), Baku (6.003 km), Jeddah (6.174 km) e Las Vegas (6.120 km). Anteriormente era o quarto mais longo, mas com a chegada do circuito de rua de Las Vegas, Silverstone perdeu espaço.

O circuito é marcado pela alta velocidade, com curvas rápidas e fluidas, desta forma os freios não são submetidos a uma grande pressão em Silverstone, diferente do que acontece na Áustria. As equipes aproveitam para ficar focadas em outras áreas, como o ajuste fino do carro e na configuração aerodinâmica.

Como acontece em alguns circuitos tradicionais, as curvas são conhecidas por nomes e não por números. Como a Copse, a icônica dupla Maggotts e Becketts, além da reta principal carregar o nome de Sir Lewis Hamilton. O mesmo é observado em circuitos como Spa-Francorchamps, Mônaco e Monza.

Cicuito de Silverstone – GP da Inglaterra – Foto: reprodução

O vento é um ponto de atenção para os pilotos e pode dificultar a realização das voltas pelo traçado. Por ser uma antiga base área, o espaço é amplo, desta forma as rajadas de vento atrapalham bastante os pilotos. Essa característica também tem um impacto direto no equilíbrio do carro e altera o seu comportamento, sendo muito comum ver os pilotos cometerem alguns erros e até terem voltas rápidas prejudicadas por essa mudança repentina da direção dos ventos, podendo até mesmo atrapalhar as equipes durante a coleta de dados.

Os competidores precisam se ajustas para acertar os pontos de frenagem, além da velocidade de entrada ao se aproximar do apex das curvas e se atentar a aceleração para a saída delas.

Para a configuração do carro, o ideal é reduzir o máximo de arrasto, desta forma os times trabalharam em configurações especiais para essa pista, lembrando até mesmo algumas escolhas realizadas para Baku e Montreal.

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Assim que a largada é realizada, o carro entra em aceleração e os pilotos completarão duas curvas antes de precisar acionar os freios pela primeira vez. A distância do pole até o ponto na Village (Curva3) que acontece a freada, são percorridos 644 metros, no entanto, por conta dos carros mais pesados no começo da prova, eles precisam tirar o pé do acelerador após 255 metros.

Cerca de 78% da volta em Silverstone é feita em aceleração plena, sendo uma alta taxa quando é comparado com outros circuitos do calendário.

A pista foi construída em uma antiga pista de aviões da RAF (Força Aérea Real), o circuito passou por diversas mudanças ao longo dos anos, sendo a mais notável um grande projeto de renovação em 1991 e outras alterações para tornar o traçado mais seguro.

É uma pista muito amada pelos pilotos, além de ser o lar de McLaren, Aston Martin e Williams. Para os pilotos da casa, como Lando Norris, Lewis Hamilton, George Russell e Alexander Albon (o piloto optou por defender a bandeira da Tailândia) é um prestígio correr em seu país, em um circuito com muita tradição.

Pneus

O traçado que as equipes vão enfrentar neste fim de semana é bem exigente para os pneus. A Pirelli sabe que o nível de abrasividade da pista é alto, desta forma fornece a gama dura de pneus: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha), em uma escolha completamente oposta do que foi usado na Áustria.

Pneus escolhidos para o GP da Inglaterra – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

Os pneus dianteiros são os mais exigidos, o traçado de Silverstone é extremamente rápido e as forças laterais estão sempre atuando nos pneus. As curvas que geram as maiores cargas são: 1, 8, 9, 10, 11, 12 e 15.

A parada nos boxes dura cerca de 23 segundos, pois Silverstone tem o segundo pit-lane maior da temporada, com 509 metros, desde a entrada do pit que começa na curva 15 e a saída que acontece na curva 2. No entanto, ao realizar uma troca de pneus, os pilotos vão evitar as curvas 16, 17, 18 e 1.

Circuito de Silverstone conta com duas ativações do DRS – Foto: reprodução

Os pilotos vivenciam algumas das maiores forças G laterais da temporada em sua passagem por Silverstone, com um máximo esperado de 5G na Curva 11 na sequência Maggotts-Becketts.

O Safety Car pode aparecer e acaba influenciando nas estratégias da prova, dependendo do momento que for acionado. A pista conta com duas zonas de DRS, para ajudar nas ultrapassagens – que ficam entre as curvas 05 e 06, 14 e 15.

Neste TL1 do GP da Inglaterra, teremos a participação de alguns pilotos da base. O recém confirmado pela Haas, Oliver Bearman, terá a chance de guiar pela terceira vez no ano o equipamento do tim norte-americano. As avaliações realizadas com Bearman fazem parte do programa de preparação para o próximo ano, quando Bearman guiará por uma temporada completa como piloto titular.

Jack Doohan assumirá o carro da Alpine pela segunda vez na temporada, o piloto aguarda uma decisão do time que ainda não definiu quem será o companheiro de Pierre Gasly. Na Williams, Franco Colapinto participará da sessão, usando o carro de Logan Sargeant.

Programação – Horários do GP da Inglaterra – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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