A Fórmula 1 estará em Ímola neste fim de semana para disputar a 7ª etapa do calendário. A prova retorna ao calendário em 2024, após o cancelamento da corrida de 2023 em decorrência das fortes chuvas na região. Depois do GP da Emilia-Romagna, a categoria segue para Mônaco.
Em mais um ano, essa corrida gera muita expectativa, principalmente por conta das atualizações que os times prepararam para os seus carros. Enquanto alguns times vão seguir o seu cronograma com atualizações pontuais, outros aproveitam o momento da chegada a Europa para uma alteração mais drástica dos seus carros.
Na última semana em Fiorano, a Ferrari além de realizar um teste com os paralamas em busca da diminuição do spray em pista nos dias de chuva, também programou um dia de filmagens e nele a equipe usou a versão atualizada do carro, fazendo um shakedown com as novas peças que serão usadas na prova doméstica.
Lando Norris venceu o GP de Miami, depois da McLaren ter implementado várias mudanças no carro. A equipe promete fornecer o equipamento atualizado também para Oscar Piastri. O desenvolvimento da McLaren é algo que todos estão de olho, principalmente por conta do embate da equipe com a Ferrari.
A Aston Martin adiou a implementação de um novo pacote aerodinâmico para Ímola, a equipe está mirando a possibilidade de ter um desempenho melhor e ganhar um pouco mais de espaço no grid, podendo brigar mais diretamente com Ferrari e McLaren.
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A Fórmula 1 não estará sozinha no circuito, a categoria terá como apoio em seu evento a Fórmula 2 e Fórmula 3. Com a atuação das categorias de base, a aderência também será construída e buscada por esses competidores.
O circuito de Ímola
O traçado de Ímola é bem sinuoso e pune os pilotos que não estão tão bem-preparados. A pista tem características de um traçado antigo, principalmente por cobrar muita técnica e os trechos mais estreitos não deixam margem para erro. Se o piloto perder o controle do carro, acaba direto no muro de contenção.
O Circuito Enzo e Dino Ferrari, popularmente conhecido como Ímola, é um traçado icônico presente no calendário da Fórmula 1 desde 1980, quando foi palco para a realização do GP da Itália. Depois disso, a pista entrou para o calendário como GP de San Marino, até a última corrida ser disputada em 2006. A pista voltou a fazer parte do cronograma da F1 durante a pandemia, usado para preencher algumas lacunas do calendário. Elogiado por muitos, teve a oportunidade de mais uma vez receber a categoria.
Ímola oferece velocidade, mas é formado por curvas rápidas e estreitas. A pista conta com 4.909 metros e desafia os pilotos a mostrar toda a sua habilidade. Lewis Hamilton detém o recorde de volta mais rápida com 1m15s484 estabelecido em 2020. Os setores são técnicos e existem trechos de alta velocidade, esse é um circuito que testa o piloto e está no gosto de muitos pilotos, afinal, poucos circuitos atuais têm essa combinação tão precisa.
Uma das coisas mais legais nesses circuitos clássicos, são o nome das curvas. Esqueça curva 1, 2 e 3, em Ímola elas contam com nomes e isso acaba engrandecendo o traçado. Ímola passou por diversas mudanças ao longo dos anos, uma forma de oferecer mais segurança por conta dos acidentes. Por ser um circuito veloz, foi necessário criar alguns pontos de freada. Depois dos acidentes fatais de Ayrton Senna e Roland Ratzenberg, além da batida de Rubens Barrichello também em 1994, Ímola passou por uma grande reforma, onde mais chicanes foram adicionadas e outros trechos tiveram que ser redesenhados.
Como as ultrapassagens ficaram difíceis de acontecer depois das alterações, somado a um traçado estreito, para carros que foram crescendo cada vez mais, a solução foi realizar mais uma porção de alterações para aumentar a competitividade.
Com apenas uma zona de ativação do DRS, se classificar bem é extremamente importante neste traçado. Além disso, o trabalho realizado pelas equipes nos boxes pode significar um bom ou um péssimo resultado para o piloto. A parada é lenta em Ímola, desta forma é necessário reagir rapidamente se surgir um Safety Car em pista.
Pneus
Para o GP deste ano a Pirelli definiu a gama macia de pneus, que são: C3 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha). A ideia é tentar ampliar as estratégias e até mesmo promover uma segunda parada.
O asfalto de Ímola não é tão abrasivo e mesmo sendo um circuito muito técnico, os pneus não sofrem tanto com as forças implicadas ao longo das voltas. Quando a gama intermediária de pneus era utilizada, os competidores conseguiam fazer a corrida com apenas uma parada, algo só mudava se ocorre a intervenção do Safety Car.
A pista acaba evoluindo rapidamente e ter outras categorias andando no mesmo traçado, colabora para depositar borracha no asfalto.
Completar um giro neste traçado, significa lidar com velocidades médias e altas, os níveis de downforce são médios, quando comparado com outros circuitos da temporada.
O tempo é bem imprevisível nesta época do ano, tivemos corridas diversas desde que a Fórmula 1 retornou para a Emilia-Romagna. No ano passado as chuvas torrenciais que atingiram a região, impediram a realização do evento, principalmente por afetar vários locais, provocando inundações.
Neste evento, a Fórmula 1 não utilizará o formato Sprint, como aconteceu em Xangai e Miami, como aconteceu em 2022 – ainda no formato antigo, quando a categoria estava tentando se ajustar.
Roland Ratzenberger e Ayrton Senna
São 30 anos da morte destes dois pilotos, mortes que chocaram o esporte e transformaram a Fórmula 1, alertando mais uma vez sobre os perigos que existem no automobilismo. A categoria passou por uma transformação significativa em relação à segurança dos carros e também dos circuitos.
Neste mês de maio foram realizadas diversas homenagens, principalmente para Ayrton Senna que conquistou três títulos na Fórmula 1 com a McLaren. O piloto brasileiro é representado em Ímola com uma estátua, existe um grafite feito pelo artista Eduardo Kobra que também marca o circuito. Ao longo dos anos, vários fãs foram passando por Ímola e deixando cartazes, bandeiras, objetos, flores, entre outros para recordar o brasileiro.
Pierre Gasly prometeu mais uma homenagem para Senna, durante este fim de semana o francês utilizará um capacete carregando as cores do Brasil que ganharam muita vida com Senna nas pistas.
Pierre Gasly's Ayrton Senna tribute helmet for this weekend's Grand Prix at Imola 💛💚💙
📸 x @PierreGASLY on Instagram#F1 #ImolaGP @ayrtonsenna pic.twitter.com/vS4h1Lv49U
— Formula 1 (@F1) May 14, 2024
“Prestarei tributo a um dos melhores pilotos da F1 de todos os tempos, além de um dos meus ídolos, em Ímola. Vou usar um capacete com pintura especial para recordar o legado de Ayrton”, comentou Gasly.
Segundo o francês, o capacete será leiloado pela F1 Authentics após a corrida e o dinheiro será revertido para o Instituto Ayrton Senna, para apoiar o projeto que ajuda tantas crianças no Brasil.
Gasly andou com a Toleman TG184 de 1984, carro que Senna guiou em sua primeira temporada na F1. O piloto que hoje corre pela Alpine, realizou uma homenagem ao brasileiro quando ainda estava na AlphaTauri em 2020, em Ímola Gasly utilizou um capacete com o verde e o amarelo de Senna, o piloto também fez um leilão para ajudar o Instituto Ayrton Senna além de criar uma réplica em tamanho 1:2 que foram vendidos pelo site oficial do competidor aos fãs.
Vettel também realizará uma homenagem, durante um evento de exibição em Ímola, o tetracampeão mundial guiará a McLaren MP4/8 de 1993, último carro que o brasileiro usou ao defender a equipe.