Preview do GP da Bélgica – Spa abre segunda metade da temporada com Sprint

Neste fim de semana a Fórmula 1 disputará a 13ª etapa do campeonato, na Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps. Essa será a penúltima rodada, antes das férias de verão.

Após uma pausa de três semanas, depois da realização do GP da Inglaterra, os competidores vão encarar novos desafios. Nesse período as equipes conseguiram pensar em seu desenvolvimento e fazer uma análise dos últimos eventos. A Ferrari, por exemplo, vai introduzir um novo pacote de atualização, contando com uma nova suspensão traseira – que a equipe conduziu uma avaliação em Mugello, na última semana.

A equipe italiana busca uma sobrevida no campeonato, perseguindo uma vitória, dentre os poucos pódios que conseguiu ao longo do campeonato – embora seja a atual vice-líder do Mundial de Construtores, com 222 pontos, contra 210 da Mercedes e 172 da Red Bull.

A McLaren é a força desse campeonato, juntos, Oscar Piastri e Lando Norris já somaram 460 pontos e estão travando uma batalha interna pelo título da temporada. Antes da pausa, Norris cravou a sua segunda vitória consecutiva e a quarta da temporada, atingindo a marca de 226 pontos, enquanto Piastri deixou a Inglaterra um tanto decepcionado, mas ainda com uma segunda colocação e líder, com 234 pontos.

O time britânico tem se aproveitado dos últimos deslizes de Max Verstappen e da Red Bull, para se distanciar um pouco do neerlandês que tem 165 pontos.

Na Red Bull, o time vive uma novela, a disparidade entre Verstappen e Yuki Tsunoda construiu um abismo. No entanto, é esperado que as coisas melhorem até o final da temporada, depois que Christian Horner foi demitido após o encerramento do GP da Inglaterra.

Laurent Mekies assumiu o comando da Red Bull, depois de atuar como líder da Racing Bulls. O novo chefe de equipe talvez possa ajudar o time em um destino melhor até o final do campeonato.

Por fim, é esperado também que exista uma resolução sobre a permanência ou não de Max Verstappen na Red Bull. A Mercedes costuma resolver as suas pendências antes das férias de verão, momento este que muitos acreditam que será anunciado a mudança do neerlandês para o time alemão.

O GP da Bélgica e o Circuito de Spa-Francorchamps

A prova da Bélgica marca o início da segunda metade do campeonato. O evento deste ano será a 70ª edição do GP da Bélgica, uma prova disputada em meio a Floresta das Ardenas, o circuito é dos quatro que marca o início da Fórmula 1, junto com o GP da Inglaterra (Silverstone), Mônaco e Itália (Monza).

Até o momento, Spa sediou 57 Grandes Prêmios – 18 vezes entre 1950 e 1970, em 1983 e todos os anos desde 1985, exceto 2003 e 2006. A primeira prova disputada em Spa pela Fórmula 1 aconteceu em 1950, mas este é um espaço que conta com relato de provas que antecedem a categoria. O circuito que hoje é grande, já foi muito maior quando recebeu a F1 no início, contando com 14,1 km, no entanto, o traçado passou por alterações ao longo dos anos, para se tornar o traçado que conhecemos hoje.

Spa-Francorchamps é sinônimo de desafio. Ícone da Fórmula 1, o circuito belga combina tradição, técnica e velocidade em um traçado que exige o máximo de pilotos, carros e engenheiros.

Com seus 7.004 km, Spa é a pista mais longa do calendário, o que também faz com que o número de voltas da corrida seja o menor da temporada: apenas 44 giros. Mas não se engane — o que falta em quantidade, sobra em intensidade. Cerca de 80% da volta é feita com o pé cravado no acelerador, o que torna essa uma das provas mais exigentes para os motores.

A descida rumo à primeira curva de Spa também guarda uma curiosidade estatística: é uma das mais curtas do calendário. São apenas 137 metros entre a linha de largada e a freada para a curva 1, o que coloca Spa como a terceira menor distância até a primeira curva em toda a temporada — atrás apenas de Baku e Las Vegas, ambas com 112 metros.

Essa curta distância aumenta as chances de confusão na largada, especialmente em um pelotão apertado e com tantos carros disputando espaço logo nos primeiros segundos de prova.

Um dos trechos mais impressionantes é o que vai da saída da curva La Source até a freada em Les Combes: são impressionantes 23 segundos de aceleração plena, onde qualquer erro pode custar caro, especialmente em uma volta rápida no qualifying. Isso porque, errar no início do traçado significa perder tempo precioso e ter que percorrer um longo caminho até a próxima tentativa.

Trechos como a icônica Eau Rouge/Raidillon — que passou por modificações em 2022 para ampliar a segurança — seguem sendo desafios técnicos e físicos até mesmo para os pilotos mais experientes.

Acertar o carro em Spa é outro capítulo à parte. O equilíbrio entre pressão aerodinâmica e velocidade final é crucial: uma asa maior ajuda nas curvas do setor intermediário, mas compromete nas longas retas. Já uma asa menor melhora o desempenho nas retas, mas dificulta a estabilidade nas curvas de alta.

Além disso, o consumo de combustível é elevado, exigindo atenção estratégica das equipes. A necessidade constante de frear e retomar aceleração ao longo do traçado colabora para esse desgaste, algo semelhante ao que foi visto na etapa anterior, na Hungria — outro circuito conhecido por esse tipo de exigência.

Escolha de pneus para Spa 2025

A Pirelli preparou uma combinação especial de compostos para o GP da Bélgica deste ano, apostando em uma gama que amplia as possibilidades estratégicas: C1 (duro), C3 (médio) e C4 (macio). A alteração tem relação direta com a busca por uma prova mais dinâmica, assim como uma alteração nas estratégias da prova.

Com o formato Sprint, as equipes terão menos pneus disponíveis (12 jogos por piloto) e apenas uma sessão de treinos livres para entender o comportamento dos compostos, tudo isso sob a ameaça constante do clima instável de Spa.

O clima é algo que precisa ser levado em consideração, o circuito está localizado em uma área propícia para a instabilidade climática, assim como a época do ano que o evento acontece. A previsão é de chuva para o fim de semana, em alguns momentos, dessa forma acaba se alterando a aderência dos pneus com a pista.

Spa é um circuito muito longo, onde também é possível ver trechos da pista molhados e outros sem chuva, por conta da sua extensão e posição.

Como funciona o evento Sprint?

A Sprint

Desde o ano passado a prova em Miami é disputada como um evento Sprint, na tentativa de melhorar a ação do fim de semana como um todo. As equipes vão enfrentar duas classificações e duas corridas, mas em sessões combinadas.

A ideia é que os times possam trabalhar alterando a configuração dos carros, por conta de o evento contar com dois sistemas de parque fechado.

• Na sexta-feira o dia começará com um TL1 (de 60 minutos), está será a única atividade avaliativa e preparatória para os competidores;
• No final do primeiro dia será definido o grid de largada da prova Sprint;
• O sábado por sua vez começa com a Sprint (prova de 100 km) – na Bélgica são 15 voltas;
• Com a conclusão da primeira fase do fim de semana, os pilotos vão retornar ao traçado mais uma vez no sábado, agora para definir o grid de largada da corrida principal;
• O domingo fica com a prova principal como tem acontecido desde a implementação deste formato.

Classificação Sprint

Na classificação para a prova Sprint, volta a obrigatoriedade do uso dos pneus.

• Q1 e Q2, os competidores são obrigados a usar um conjunto de pneus médios novos – C3;
• Q3 pneus macios – C4;

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