Neste fim de semana a Fórmula E desembarca em Portland, nos Estados Unidos para disputar a 12ª etapa do calendário. Será a primeira vez que a categoria elétrica visitará Oregon, depois de realizar as suas provas em Nova Iorque.
A prova nos EUA sempre foi importante para a categoria, sendo uma forma de apresentar a Fórmula E para a população, além da eletrificação. Nova Iorque não pode receber a corrida neste ano, pois algumas obras estão acontecendo na área que a corrida era disputada, desta forma optaram por mover a prova para Porland. No próximo ano a região deve receber novamente a Fórmula E, por conta das obras.
A Fórmula E correu na América em todas as temporadas, com exceção da 6ª temporada que foi afetada pela pandemia. Em sua primeira temporada, a Fórmula E correu em Miami e Long Beach, desta forma era impensável deixar os Estados Unidos fora do calendário.
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Portland é apaixonado pelo esporte, a cidade é apelidada de ‘Soccer City, EUA’, por conta da sua próspera cultura no futebol, tanto em campeonatos masculinos, como nos femininos. Além disso, eles também foram palco para a IndyCar de 1984 a 2007, depois de uma ausência de dez anos a categoria retornou à Oregon em 2018 e desde então tem visitado a cidade.
Na reta final
A temporada da Fórmula E está chegando ao final, depois de Portland, apenas mais quatro etapas serão disputadas, a categoria ainda vai passar por Roma e Londres, realizando rodadas duplas nesses locais.
Após a vitória em Jakarta, Pascal Wehrlein retornou à liderança do Campeonato, o piloto alemão soma 134 pontos, mas definitivamente não está com a vida fácil. Jake Dennis que foi ao pódio nas últimas quatro corridas, soma 133 pontos. Nick Cassidy venceu em Berlim e em Mônaco, mas não teve muita sorte em Jakarta, obtendo pontos apenas na Corrida 1 disputada na Indonésia, com isso, o neozelandês soma 128 pontos. Mitch Evans também não é um piloto a ser descartado nesta reta final, o piloto conta com 109 pontos.
A performance de Pascal Wehrlein decaiu com a aproximação da Jaguar e Envision, com isso, o piloto perdeu a liderança do campeonato em Mônaco. Também é importante lembrar da campanha de Dennis, afinal, o inglês venceu no México, faturou dois pódios em Diriyah, mas ficou até a segunda corrida em Berlim se voltar ao pódio, enquanto Wehrlein ainda conseguia faturar alguns pontos. No entanto, mesmo com o resultado ruim em quatro etapas, Dennis faturou 7 pódios em 11 etapas, fazendo uma campanha muito forte.
Como a Fórmula E é extremamente dinâmica, o bicampeão da Fórmula E, Jean-Eric Vergne da DS Penske não pode ser descartado, o piloto ocupa o 5º lugar da tabela, separado por 37 pontos do líder.
Estreia de um novo Circuito no Calendário
A Fórmula E teve algumas boas surpresas em 2023, como as provas que foram realizadas em Hyderabad, Cape Town e São Paulo. Agora a categoria terá a oportunidade de conhecer Portland. A prova será disputada em um circuito permanente, no Portland International Raceway.
O circuito e seu layout são familiares à Indy, sendo palco de batalhas acirradas na categoria, como a prova de 1997, em uma batalha acirradíssima, conseguiu vencer o rival Gil de Ferran e Raul Boesel por meio décimo de segundo, para conquistar a sua primeira vitória na categoria.
A pista surgiu depois de uma grande enchente que atingiu a cidade inteira, deixando para trás estradas que poderiam ser usadas como pista de corrida durante o icônico Rose Festival de Portland. A pista se tornou o lar do automobilismo quando a Trans-Am Series começou a competir na pista e, nas décadas seguintes a Indy Car e a Nascar também seguiram o exemplo.
Grandes campeões brasileiros já triunfaram, como Emerson Fittipaldi (1989 e 1993), Gil de Ferran (1999 e 2000) e Cristiano da Matta (2002 e 2005).
Nos anos 2000 a sua popularidade caiu, mas após alguns anos, a Indy e a Nascar se interessaram novamente pelo circuito. Agora é a vez da Fórmula E compartilhar com essas categorias a chance de conhecer o traçado e testar os seus carros novamente em um circuito permanente.
O circuito é um dos mais longos no calendário da Fórmula E, com 3.190 km e 12 curvas, o maior desafio no começo da prova, será as duas primeiras curvas. As equipes estão se preparando para realizar a prova em um circuito fluído e rápido. O vácuo também deve desempenhar um papel importante na disputa, principalmente para a preservação de bateria para os minutos finais da batalha.
Esse começo do traçado será fundamental nas batalhas por posição, mas os pilotos também precisam ficar ligados na volta de classificação, ao acerta-la, fica um pouco mais fácil para os pilotos acertarem o restante da volta e registrar um bom tempo no traçado.
“É uma pista que certamente traz boas lembrança para o fã brasileiro, com vários grandes nomes brilhando em outras categorias por lá. Porém, passado à parte, não será um desafio fácil. Portland será o traçado mais rápido da temporada, com retas muito longas e curvas de alta velocidade”, comentou Lucas di Grassi.
“Será um pouco como uma versão extrema de Valência (Circuito Ricardo Tormo, outra pista permanente, que sediou a Fórmula E na temporada 2020-2021). Então, esperamos que a corrida tenha muitas ultrapassagens e mudanças na liderança. Acho que os pilotos também aproveitarão ao máximo o vácuo. É muito importante para nós correr novamente nos Estados Unidos e estou muito feliz por ir a Portland. Estou definitivamente ansioso pela corrida”, seguiu o piloto brasileiro.
Os pilotos estão confiantes para atingir a maior velocidade da temporada e talvez na história da Fórmula E, por conta das características do traçado.