Nesta terça-feira (10) a FIA e Fórmula 1 confirmaram um novo acordo com a Pirelli, a fornecedora de pneus italiana permanecerá ao menos até 2027 fornecendo os compostos usados pela Fórmula 1 e suas categorias de base.
Em março a FIA divulgou um edital, abrindo o processo para a escolha da empresa que forneceria os pneus para a categoria a partir de 2025. A Pirelli mais uma vez conseguiu vencer o processo. A fabricante de compostos assumiu o papel de única fornecedora em 2011 e seguirá desta forma por mais um ciclo. A Pirelli ainda pode conseguir a prorrogação do contrato renovado por mais uma temporada.
“Ao longo deste tempo, a Pirelli sempre se envolveu positivamente com pilotos, equipes, a FIA e a Fórmula 1 para fornecer pneus que permitissem corridas excelentes, analisando dados e coletando feedbacks para melhorar continuamente o produto ano após ano”, mencionou a Fórmula 1 através de comunicado.
A categoria tem passado por várias mudanças técnicas nestes últimos anos, o que forçou a Pirelli aperfeiçoar os pneus de 13 polegadas e depois realizar a troca para os compostos de 18 polegadas.
Nos últimos anos, a Pirelli recebeu diversas críticas, por conta de estouros dos pneus, pouco desenvolvimento dos compostos de chuva (que atrapalham as provas) e até mesmo foram questionados sobre a durabilidade dos compostos.
Por outro lado, a fornecedora precisou se defender de algumas acusações, alegando que seguia as especificações solicitadas e que contava com as equipes e piloto para obter feedbacks e aperfeiçoar os seus compostos. Nos últimos anos se tornou cada vez mais complicado a realização de testes e a cooperação de todo o grid, principalmente por conta da logística e dos gastos.
Por mais que os compostos sejam pensados na fábrica, é apenas com testes que a Pirelli consegue de fato obter dados para os compostos e precisa da colaboração da categoria para continuar as pesquisas. Com uma solicitação formal, neste último ano a Pirelli começou a trabalhar de uma forma mais ampla para melhorar os pneus de chuva – eles ainda não são ideais por conta das características do carro – mas ao menos algum avanço começou a acontecer.
A Bridgestone apareceu como uma concorrente para realizar o fornecimento dos compostos, mas a categoria optou por permanecer a parceria com os italianos. A Pirelli por sua vez, lidará com mais uma mudança de regulamento – por conta da introdução da nova unidade de potência – que também modificara um tanto os carros. A categoria está pensando em formas para reduzir o peso dos carros e os pneus mais uma vez devem sofrer uma alteração significativa também em dimensão.
Agora a categoria está concentrada em questões sustentáveis, buscando uma forma de reduzir a quantidade de pneus usadas ao longo do fim de semana da Fórmula 1. A Pirelli se comprometeu com pesquisas e no desenvolvimento de soluções para os pneus mais sustentáveis, para apoiar a meta estabelecida pela categoria de chegar à emissão neutra em 2030.
A partir de 2024, todos os pneus usados em eventos da F1, serão certificados pelo FSC (Forest Stewardship Coucil). Isso significa que o FSC confirmou que os componentes florestais dos pneus são geridos em uma forma que preserva a biodiversidade e traz benefícios para a vida das comunidades locais e dos trabalhadores, garantindo ao mesmo tempo a sustentabilidade econômica. A FIA confirma que a Pirelli estabeleceu boas práticas levando em consideração toda a vida útil dos pneus.
Durante a temporada 2023, em dois eventos – GPs da Hungria e Itália – a Pirelli junto com a Fórmula 1 avaliou a Alocação Alternativa de Pneus (ATA) tentando trabalhar com uma quantidade menos de pneus ao longo do fim de semana. Com a possível entrada de mais uma equipe no grid, além das questões logísticas, a redução da quantidade de pneus disponíveis no fim de semana também é um ponto para os próximos anos da Pirelli como fornecedora.
A Pirelli também terá pela frente, a necessidade de aperfeiçoar os compostos, para que a retirada das mantas térmicas possam acontecer. Os pilotos não se sentiram confortáveis com a retirada das mantas para a próxima temporada, mas o assunto ainda será discutido para 2025 e em paralelo a Pirelli precisa desenvolver os compostos.
Em um lado os pilotos querem pneus com mais durabilidade e a possibilidade de completar mais voltas com um mesmo jogo. Com a ATA em vigor, os competidores levantaram o questionamento para a quantidade de pneus de chuva que são fornecidos por fim de semana e em várias ocasiões não são usados. Também é possível se questionar a utilização dos pneus pelas equipes, em ocasiões que eles completam poucas voltas com alguns compostos e eles são descartados. Bom, são pontos para ficar atento nos próximos anos, enquanto a Pirelli permanece na Fórmula 1.
“Desde que retornou ao esporte em 2011, a Pirelli tem sido um parceiro inestimável, apoiando a Fórmula 1 através de novas gerações de tecnologia e regulamentos técnicos e fornecendo pneus para permitir corridas fantásticas para nossos fãs. O compromisso da empresa com a qualidade, a inovação e seu profundo conhecimento do nosso esporte serão vitais nos próximos anos, à medida que nos aproximamos de nossas novas regulamentações em 2026 e o trabalho em que a Pirelli está focada em relação à sustentabilidade, comprovado pela certificação FSC, garantirá que continuemos para trabalharmos juntos em direção ao nosso objetivo comum Net Zero 2030”, comentou Stefano Domenicali, Presidente e CEO da Fórmula 1.
