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Pirelli ajusta fornecimento de pneus para o GP da Cidade do México

A mudança visa otimizar o desempenho e a durabilidade dos compostos em um circuito que desafiador para os carros, por conta de sua localização

A Fórmula 1 desembarca neste fim de semana no México, para corrida no Autódromo Hermanos Rodríguez, dando sequência nesta passagem da categoria pelas Américas. Correr neste traçado representa um desafio enorme para os times, por conta da operação dos seus carros em um traçado localizado a mais de dois mil metros acima do nível do mar, tornando o ar mais rarefeito e impactando no desempenho do carro.

Assim como aconteceu em Austin, no último fim de semana, a Pirelli mais uma vez proporcionou um ajuste na gama de pneus, criando um gap entre os compostos. Desta vez os pneus ofertados serão: C2 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha). Para a Cidade do México, a Pirelli foi bem conservadora, que apresentará um impacto nos tempos. No ano passado, o pneu duro usado era o C3.

Pneus escolhidos pela Pirelli para o GP do México – Foto: divulgação Pirelli

Relembrando a prova do ano passado, o pneu macio foi basicamente ignorado, fazendo parte apenas da tentativa de garantir o ponto extra pela volta rápida. Mas agora, o cenário pode mudar, se as equipes decidirem trabalhar apenas com os pneus médios e macios da etapa, como foi no GP dos Estados Unidos.

Em 2024 todos os pilotos, com exceção de Sergio Pérez, adotaram uma estratégia de apenas uma parada durante o Grande Prêmio. A maior parte do grid optou por iniciar a corrida com o composto médio, enquanto seis competidores — todos terminando fora do top 11 — preferiram começar com o pneu duro.

Na prática, a estratégia mais eficiente se confirmou como a médio-duro, tanto em teoria quanto em desempenho na pista. O composto médio apresentou baixa degradação e apenas leve granulação, permitindo stints longos sem exigir grande esforço de gerenciamento por parte dos pilotos.

O stint mais extenso com o pneu de faixa amarela (médio) foi registrado por Oscar Piastri, que completou 39 voltas, enquanto Valtteri Bottas foi o que mais rodou com o pneu duro, atingindo 49 voltas.

Esse impulso, pode forçar as equipes em direção a uma segunda rodada de troca de pneus, para manter o ritmo e eficiência, por conta da degradação elevada, levando em consideração o fato de recorrer ao pneu mais lento (o duro).

O C2, é a saída para a equipe que quiser optar por fazer um trecho mais longo da corrida com ele, visando até mesmo uma prova de recuperação. Desta forma, o piloto pode arcar com apenas uma parada de pneus.

Essa pista, por ser pouco utilizada ao longo do ano, apresenta uma grande evolução entre as sessões; em contrapartida, o problema é a baixa aderência enfrentada principalmente no começo das atividades. Escorregar pela pista, colabora para o surgimento da granulação dos pneus e limita o competidor, beneficiando aqueles que são bons na gestão dos pneus.

A Aston Martin é uma das equipes que mais demonstra cuidado com a gestão dos pneus usados. Durante o TL2, o time costuma focar na preparação dos compostos que serão utilizados no restante do fim de semana, liberando seus pilotos para realizar voltas de aquecimento controlado. Essa prática permite à equipe um domínio mais preciso sobre o “cozimento” dos pneus, otimizando o desempenho e garantindo maior durabilidade ao longo das sessões e da corrida.

Estratégia de pneus no GP do México – Foto: divulgação Pirelli

O GP da Cidade do México é disputado em 71 voltas no Autódromo Hermanos Rodríguez, que tem 4.304 km de extensão e 17 curvas. Sua principal característica está em sua localização, situada a mais de 2.200 metros acima do nível do mar, o que torna o ar rarefeito. Com menos pressão aerodinâmica, os carros geram menos downforce, exigindo ajustes técnicos precisos e um gerenciamento cuidadoso por parte das equipes.

A reta principal, com mais de 1,2 km, permite que os carros atinjam velocidades muito elevadas, favorecidas pela mínima carga aerodinâmica. A superfície do traçado é muito lisa e, no início do fim de semana, apresenta pouca aderência devido ao baixo uso da pista. Ao longo dos três dias de treinos e corrida, a borracha se acumula, resultando em tempos de volta progressivamente mais rápidos.

Além disso, os pilotos precisam cuidar para não travar as rodas nas frenagens, já que a temperatura dos pneus cai rapidamente nas longas retas. Outro detalhe do circuito é que, devido ao seu traçado incomum, os pilotos trocando menos marchas do que em qualquer outro GP do calendário, o que adiciona uma camada extra de desafio à pilotagem.

Programação GP da Cidade do México – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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