Oliver Rowland conquista título inédito e se junta à galeria de campeões da Fórmula E

Com uma campanha marcada por vitórias, superações e consistência, Oliver Rowland se sagrou campeão da 11ª temporada da Fórmula E, tornando-se o 10º piloto diferente a conquistar o título no mundial de carros elétricos.

O britânico que defende a Nissan, fez uma temporada muito consistente, aproveitando as oportunidades ao longo do campeonato, para obter o máximo de pontos. E mesmo em um momento que Rowland enfrentou uma sequência não favorável, o competidor precisava apenas “administrar” as coisas.

O caminho até o título está longe de ser o mais fácil, Rowland começou o campeonato com uma penalidade no e-Prix de São Paulo, custou ao competidor a possibilidade de iniciar a temporada com vitória. No entanto, no momento que resta apenas a rodada dupla em Londres, para marcar o encerramento do campeonato, já temos o nome do campeão, que até agora acumulou 4 vitórias e sete pódios.

Na Fórmula E é muito difícil manter um bom ritmo do início ao fim do campeonato, principalmente com as muitas rodadas duplas – que neste ano contaram com a adição do pit-boost, onde os pit-stops na categoria foram retomados. Com a possibilidade de embaralhar ainda mais o grid, as equipes quebraram a cabeça para lidar com essa novidade.

Na decisão deste fim de semana, em Tempelhof, Berlim, Rowland largou apenas da oitava posição após cumprir uma punição de cinco posições no grid, imposta por uma colisão com Stoffel Vandoorne (Maserati MSG Racing) na véspera. Mesmo assim, entregou uma performance sólida e terminou em quarto lugar — o suficiente para garantir o título, graças a uma reviravolta inesperada de seu principal rival.

Pascal Wehrlein, da Porsche, era a maior ameaça ao título e largou na pole position após dominar os treinos. Contudo, uma estratégia questionável da equipe alemã no uso do Modo Ataque e a queda de desempenho na segunda metade da prova fizeram com que o alemão despencasse na classificação, terminando apenas em 16º — fora da zona de pontos.

“Eu esperava que antes do fim de semana o resultado pudesse ser [o Campeonato Mundial], mas depois de ontem e desta manhã fiquei mais preocupado que isso não pudesse acontecer”, comentou Rowland, em entrevista após o término do evento em Berlim.

“Eu não tinha a mínima ideia de onde o Pascal estava. Meu engenheiro chegou, acho que faltavam quatro ou cinco voltas para o fim, e disse: ‘P4, está bom’, e eu achei isso um pouco estranho. Aí olhei para o telão, cheguei perto do oitavo lugar e pensei: ‘Ah, então ele não está entre os oito primeiros’. Na próxima vez que olhei de novo, o encontrei quando comecei de baixo.”

“Eu não sabia se ele tinha tido algum problema, então sabia que o quarto lugar seria suficiente se Wehrlien não pontuasse, eu tinha essa informação. Não queria perguntar, porque não queria dar azar.”

A conquista tem um sabor especial para Rowland, cuja trajetória na Fórmula E é marcada por altos e baixos. O piloto estreou na categoria em 2016, em Punta del Este, ainda pela Mahindra. Passou pela Nissan, voltou à Mahindra e, após uma saída conturbada na oitava temporada — sem perspectivas de futuro —, teve nova chance com a equipe japonesa a partir da nona temporada.

Aos poucos, tanto a Nissan, como Rowland, foram apresentando um crescimento e conseguiram esse resultado.

“Corri um risco enorme pela minha carreira e pela minha família, porque meu contrato é o que nos mantém alimentados e bem, então me afastar dele foi um período muito, muito difícil na minha vida.”

“Lembro-me de não dormir por umas duas, três semanas em algum momento. Fazer história e sair vitorioso do outro lado com a equipe com a qual comecei na Fórmula E é simplesmente perfeito”, comentou o piloto.

“Como piloto de corrida, muitos dias são ruins e você precisa continuar acreditando que é capaz de superar as adversidades. No início deste ano, eu estava confiante de que teríamos uma boa chance.”

“Mas, voltando a Punta del Este, lembro-me de não ter a mínima ideia de nada quando cheguei e sair pensando: ‘Não tenho certeza se quero fazer isso de novo, porque foi bem difícil’. No momento em que cheguei ao campeonato e vi o calibre dos pilotos aqui, e dos campeões mundiais anteriores, foi uma grande conquista ser campeão mundial para mim, e fazer parte disso é incrível.”

Mesmo com o título de pilotos garantido, a temporada ainda não terminou para Rowland. Com duas etapas restantes em Londres, a Nissan continua na disputa pelo título de equipes e fabricantes. Coincidentemente, foi lá que o piloto venceu no ano passado — e ele não esconde o desejo de repetir o feito, agora como campeão mundial.

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