O GP dos Estados Unidos contou com o formato Sprint, sendo a 5ª vez no ano que a categoria lidou com a corrida rápida no sábado.
Como o Circuito das Américas já é um traçado bem conhecido pelos times, eles tinham uma ideia de como os compostos adotados para a etapa se comportariam neste traçado. Na sexta-feira as equipes trabalharam com um único treino livre e foram bem comedidas na utilização dos pneus, tentando poupar os compostos para o restante do fim de semana.
Após a realização das sessões classificatórias, a Fórmula 1 disputou duas provas. Na corrida de 100 km, utilizar os pneus médios era a melhor opção, no entanto, Carlos Sainz foi o único que experimentou os compostos macios. O piloto espanhol teve uma boa reação após a largada, mas conforme a corrida foi se desenvolvendo, precisou escolher quais batalhas iria travar, para não comprometer os compostos. De qualquer forma, Sainz perdeu espaço no grid.
ℹ️ Starting tyre compounds for the #USGP #F1Sprint
🔴 @Carlossainz55 the only driver on softs
🟡 @alex_albon the only top 10 starter on new tyres pic.twitter.com/ujDgjUEs0B— Pirelli Motorsport (@pirellisport) October 21, 2023
O sábado e o domingo foram marcados por vitórias de Max Verstappen. Mas a prova principal merece algumas considerações.
Os pneus macios tiveram o seu uso praticamente descartado. Eles foram os protagonistas da classificação, por ser os compostos mais rápidos disponíveis para a prova, mas com a degradação alta, além da combinação de uma pista quente, eles se tornaram compostos que não era possível contar para a prova.
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Com apenas um treino livre como referência, algumas equipes acreditavam que era possível realizar a prova com apenas uma parada. Os dados estavam errados, o caminho mais seguro e rápido estava na combinação de duas paradas.
Conforme a corrida foi se desenrolando no domingo, era possível notar que a pista estava muito boa para trabalhar com os pneus médios, desta forma, diversas equipes estabeleceram para os seus competidores uma estratégia voltada para a utilização de dois jogos de pneus médios.
Max Verstappen venceu a corrida principal realizando um esforço maior do que era esperado. Porém, vale ressaltar que ao correr no Circuito das Américas, as equipes precisam levantar os seus carros por conta dos bumps e por está ser uma pista muito ondulada. O carro da Red Bull opera melhor quando tem um contato maior com o solo, como nesta pista precisaram fazer o oposto, o RB19 ficou muito dianteiro e um tanto difícil de controlar.
Para vencer a prova, a Red Bull também mirou em uma aposta mais conservadora, desta forma Verstappen precisou fazer o primeiro Stint um pouco mais comedido para não danificar os compostos. Contando com dois jogos de pneus médios novos, a Red Bull analisou os competidores que estavam a sua frente e mirou a estratégia em Lando Norris. Aqui Hannah Schmitz, mais uma vez mostrou um excelente trabalho ao fazer uma leitura completa da prova de Verstappen, pois desta vez, ele estava em um cenánario que precisaria realizar ultrapassagens enquanto conservava os compostos.
Obs:. Verstappen não faturou a pole para a corrida do domingo, o piloto começou a prova da sexta posição, lidando com uma prova completamente diferente, pois no sábado era o pole da Sprint. No domingo o holandês precisava realizar ultrapassagens para conseguir chegar ao topo.
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O britânico assumiu a liderança da prova pouco depois da largada, mas o piloto da McLaren contava com apenas um jogo de pneus médios novos e um usado. Trabalhar com o composto usado parecia não ser uma opção para a McLaren, mesmo jogando esse composto para o final da prova. A Red Bull então optou por fazer dois stins de médios, pois a McLaren precisaria ir para a estratégia de duas paradas usando os pneus duros.
Para o final da prova, quando o circuito estava melhor, Verstappen não tinha a possibilidade de trabalhar com os pneus médios, por conta da estratégia adotada pela Red Bull. Seguindo a regra de completar a prova usando ao menos dois tipos de pneus diferentes, não existia uma alternativa a não ser utilizar os compostos duros.
Em um primeiro momento parecia que Norris tinha alguma possibilidade de vencer está corrida, por conta do ritmo apresentado por Verstappen no início da corrida. No entanto, o britânico acabou sendo derrotado pelo ritmo que foi entregue por Verstappen e Hamilton. Em pista, Norris acabou sendo ultrapassado pelo piloto da Mercedes que contava com os pneus médios para o trecho final da prova.
Vale ressaltar que Hamilton e Charles Leclerc foram desclassificados ao final da prova, após análise realizada pela FIA nas pranchas dos carros destes dois competidores. Por conta do desgaste elevado da peça, os carros ficaram fora do que é pedido no regulamento. Porém, é necessário destacar que o ritmo da Mercedes neste circuito chamou a atenção. Hamilton costuma ir bem nesta pista, mas apresentou uma boa performance, contribuindo para elevar as expectativas de como a temporada do próximo ano pode se desenrolar.
Na Ferrari, Carlos Sainz foi o que se deu melhor, mesmo com um fim de semana que o piloto sofreu mais que o companheiro de equipe nas classificações. O carro de Sainz estava mais alto, contribuindo para perder um pouco de performance, assim como aconteceu com Verstappen.
Charles Leclerc largou da pole, mas foi surpreendido por Norris na largada. Depois dessa reação, a corrida do monegasco perdeu completamente o controle. A Ferrari começou a trocar as estratégias, avaliando os diversos cenários que havia analisado no dia anterior. Optaram por trabalhar com o monegasco com apenas uma parada, confiando exatamente naqueles dados que se provaram estar errados.
Quando as primeiras paradas começaram, Leclerc lidou com um undercut do companheiro de equipe. Mais à frente quando Sainz realizou a sua segunda parada, Leclerc foi alertado para não segurar o companheiro de equipe pois Sainz estava em uma estratégia diferente. O monegasco não entendeu como por fim Sainz estava ficando a sua frente, quando ele tinha sido o pole.
Com a desclassificação de Hamilton, Norris e Sainz ganharam uma posição cada no grid, com o espanhol herdando um pódio. No primeiro resultado do fim de semana, a Ferrari se quer estava no pódio depois de largar da pole, mas Sainz foi beneficiado quando as coisas mudaram após a análise dos carros.
Neste pico de reviravoltas do fim de semana, é importante destacar a atitude que a Haas e a Aston Martin tiveram para o domingo. Ao trocar a configuração dos carros, as equipes começaram a prova do pit-lane. Tanto Fernando Alonso como Lance Stroll contaram com boas estratégias, que contribuíram para a dupla avançar no pelotão. Foi uma infelicidade Alonso não terminar a corrida, após o cenário ter mudado drasticamente, quando a equipe deu um passo para trás e arrumou o acerto do carro.
Lance Stroll chegou à zona de pontuação, cruzando a linha de chegada ocupando o oitavo lugar, mas foi parar em sétimo após a desclassificação dos adversários. A Haas não teve a mesma sorte, com o domingo ainda sendo complicado para a equipe.
Yuki Tsunoda chegou à zona de pontuação e com o resultado a AlphaTauri chegou à marca dos 10 pontos e agora briga para superar a Haas no mundial de construtores. A equipe norte-americana está tentando ter uma base para o próximo ano e melhorar a performance do seu projeto. Isso também vale para a AlphaTauri, que ainda não se encontrou, mas tem contado com a determinação dos competidores, em especial Tsunoda.
Apenas a dupla da AlphaTauri trabalhou com os pneus macios, Tsunoda conseguiu o ponto da volta mais rápida no traçado. Com Daniel Ricciardo inicialmente parecia que a equipe tinha optado pela estratégia de apenas uma parada, como o final do pelotão realizou duas trocas de compostos, o australiano perdeu espaço no grid e caiu para o final do pelotão. Os pneus macios foram usados por Ricciardo em uma tentativa de salvar a prova do australiano, mas não deu certo, Ricciardo foi o último carro a cruzar a linha de chegada.
A Williams também conseguiu alguns pontos e aqui vale dizer que Logan Sargeant surpreendeu no domingo conseguindo apresentar uma das melhores performances da temporada. O fato de ter terminado a corrida próximo do companheiro de equipe, contribuiu para ele ser promovido para a zona de pontuação quando Hamilton e Leclerc foram desclassificados.
Verstappen encerrou mais um evento da temporada com vitória, chegando à marca de 50 vitórias na carreira, em um ano extremamente dominante do competidor.