Em meio à pressão crescente por resultados, Frédéric Vasseur rompeu o silêncio e respondeu com firmeza aos rumores de que estaria prestes a deixar o comando da Ferrari ao fim da temporada 2025. Alvo de manchetes da imprensa italiana nas últimas semanas, o chefe da equipe usou uma entrevista ao Canal+ para criticar o que chamou de “jornalismo sensacionalista” e expressar preocupação com os efeitos desse tipo de cobertura sobre o ambiente interno da escuderia.
“Quando nomes como esses são lançados, ou quando contratações que nunca aconteceram são inventadas, ou quando se diz que Charles irá para a Mercedes no próximo ano, acho que a única razão é que os jornalistas esperam obter cliques e atenção com isso. Ou fazem isso para atrapalhar a equipe, ou ambos”, disse Fred Vasseur, claramente incomodado com algumas das manchetes publicadas nos últimos dias.
Vasseur que assumiu o comando da Ferrari em 2023, é alvo das cobranças da imprensa italiana. Se no ano passado, eram só elogios, pela contratação de Lewis Hamilton e mudanças internas, agora o tempo de “paz” acabou e iniciaram as cobranças para ter um time no topo.
“Mas, de qualquer forma, se eles querem nos apoiar ou se aproximar da equipe, falharam, porque acho que as perguntas certas precisam ser feitas”, continuou.
Uma fala durante a entrevista chamou ainda mais a atenção: “Se a Ferrari não vence há vários anos, mudamos o chefe da equipe, mudamos os pilotos, mudamos quase tudo, exceto uma coisa”.
Embora não tenha especificado qual é a “coisa” que não foi alterada, é possível fazer algumas especulações.
O chefe de equipe pode estar falando sobre a mentalidade da Ferrari, algo que é um pouco mais difícil de mudar nos cargos mais altos do time. Sempre existiu a cobrança para retomar os anos de glória da Ferrari, atrelado a isso, eles têm buscado um bote salva-vidas.
Fred não chegou na equipe fazendo mudanças logo de cara, ele tentou entender o cenário da Ferrari e quais eram as reais dificuldades do time. O problema não era apenas substituir as pessoas, mas mudar a mecânica de trabalho.
Um dos processos que Vasseur destacou no último ano, foi resgatar a confiança dos membros, encaixar melhor as peças. Trabalhar para evitar erros e fazer o time assumir riscos.
O ano passado começou igualmente ruim, mas a Ferrari conseguiu reagir e terminar o ano como vice-campeã no Mundial de Construtores, tentando reivindicar o título na parte final. O cenário neste ano é mais distante.
Alguns atribuem esse comentário de Vasseur, como algo relacionado a John Elkann, presidente da Ferrari. O nome dele foi atrelado aos rumores de uma negociação para a contratação de Christian Horner.
“Minha posição é frágil por definição. É como a de um treinador de futebol. Sabemos que, quando você faz esse trabalho na Ferrari ou em qualquer outro lugar, você fica exposto. Acho que há três chefes de equipe que mudam a cada temporada.” – destacou o francês.
“Não vim aqui pensando em ficar para o resto da vida. Estou apenas tentando desenvolver a equipe, progredir, construir algo. Mas não vamos ganhar um campeonato assim. Certamente não com esse tipo de jornalista por perto.”
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