Você aí que corre apenas uma bateria de Kart e já se sente quebrado, precisa conhecer a história de Luigi Chinetti, pois ele foi o primeiro piloto a vencer uma Le Mans com uma Ferrari e se não bastasse isso dessas 24 horas, ele não correu apenas 20 minutos.
Tomei conhecimento sobre a história desse piloto, pelo livro ”A Arte de Correr na Chuva” e após esse fato decidi pesquisar mais sobre essa história. Por fim concluí que mais pessoas deveriam conhecer Luigi Chinetti.
Chinetti nasceu em 17 de julho de 1901 e faleceu em 17 de agosto de 1994, não ele não correu com um carro de numeral 17, seria muita coincidência em sua vida, mas fez história com uma Ferrari, número 22 em 1949.
O brilhante piloto nascido na Itália, foi naturalizado americano em 1946. Ele migrou para os Estados Unidos, enquanto a Segunda Guerra Mundial tomava conta da Europa. Neste período ele disputou 12 provas consecutivas nas 24 Horas de Le Mans, somando três vitórias. Como ainda não era o bastante para ele, Chinetti, ainda tinha no seu currículo duas vitórias nas 24 Horas de SPA.
Claro que não foi com um estalar de dedos que ele se tornou piloto, ainda em Milão, em meados de 1917, com dezesseis anos, começou a trabalhar como mecânico na Alfa Romeo.
Para fugir do fascismo que se espalhava pelo seu país natal, decidiu seguir para Paris na França e lá voltou a trabalhar com a Alfa Romeo, mas desta vez como vendedor e piloto de testes de carros esportivos.
Dirigindo carros da Alfa Romeo, disputou a primeira 24 Horas de Le Mans em 1932 ao lado de Raymond Sommer, (piloto francês) e venceram ela. No ano seguinte, ao lado de Louis Chiron (piloto monegasco) ganhou a prova de 24 Horas de SPA e se juntou a Philippe Étancelin (piloto francês) em 1934, para vencer mais uma corrida em Le Mans. Todos estes competidores que estiveram ao seu lado, passaram pela Fórmula 1.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, as corridas voltaram a ser realizadas na Europa e ele pode voltas a competir lá. Um dos feitos mais brilhantes da sua carreira, ocorreu em 1949, na prova de Le Mans. O ítalo-americano, correu com a Ferrari e se tornou o primeiro a vencer com a marca. A Ferrari utilizada foi o modelo 166MM, V12, com deficiência na embreagem e caixa de câmbio, deficiência está, que precisou ser entendida pelo piloto para que ele conseguisse se desenvolver ao longo das voltas. Chinetti correu nele por mais de 23 horas e só deu o gostinho para Peter Mitchell-Thomson por 20 minutos, durante o domingo. Thomson era o proprietário do carro e um barão da Escócia, primo distante da rainha da Inglaterra.
Chinetti entendeu que a única forma de vencer aquela prova, seria dominando a máquina ao entender ela e por isso passou a sexta-feira antes da prova, conhecendo o carro. Thomson preferiu aproveitar o final de semana, se embriagando e só apareceu no autódromo na manhã do domingo, onde por sua vez, assumiu o automóvel.
Chinetti terminou a prova, completamente travado e precisou de ajuda para ser removido do carro vencedor.
Ainda não satisfeito, pois claro, pilotos sempre querem mais, Chinetti voltou a vencer dirigindo com uma Ferrari no mesmo ano, mas desta vez nas 24 Horas de Spa, ao lado de Jean Lucas, piloto francês.
Dirigindo automóveis de outros fabricantes, ele permaneceu disputando provas de Le Mans de 1932 a 1953.
Piloto, mecânico e homem de negócios, o foi nomeado por Enzo Ferrari como agente oficial da Ferrari, nos Estados Unidos. Ele foi dono da única concessionária por muito tempo no país. Chinetti continuou atraindo clientes por conta da sua história, em todos os negócios que conquistou após este. As vendas eram feitas em segredo, tentado evitar que chamasse a atenção e como um grande segredo, ele mantinha os clientes ricos preservados.
Em 1958, ele teve a ideia de criar a N.A.R.T (North American Racing Team), uma equipe de corridas em provas de resistência para promover a marca da Ferrari nos Estados Unidos. Ele manteve o legado da montadora italiana, presente nos Estados Unidos, por conta de todas as vendas que fez a estas pessoas ricas.
A equipe NART, obteve vitórias e prestígio e com isso a Ferrari Spider 275GTB ficou famosa.
Chinetti quase não era fotografado, isso fazia parte do como preservava a identidade dos seus clientes, pois vivia próximo a eles.
A história deste piloto está presente no capítulo 41 de ”A Arte de Correr na Chuva”, escrito por Garth Stein.