O icônico nome Lola, deve retornar ao automobilismo internacional e compor o grid a Fórmula E na próxima temporada. A ideia é participar da categoria elétrica como fornecedora de motores, estabelecendo uma parceria com uma equipe já presente no grid da competição.
Fundada ao final de 1950, a fabricante de carros de corrida existiu por cerca de 50 anos. Com trunfo nas 24 Horas de Le Mans e Rally, participação na Fórmula 1, fora as vitórias nas 500 Milhas de Indianapolis.
Os problemas financeiros começaram a aparecer em meados dos anos 1990, quando Broadley vendeu a marca para o empresário Martin Birrane. Após um período de administração de falência, a Lola Cars International encerrou as atividades em 2012.
No final de 2021, Til Bechtolsheimer realizou uma oferta, posteriormente em junho de 2022 conseguiu realizar a compra da Lola, incluindo não apenas a marca registrada, bem como a propriedade intelectual e o Centro Técnico Lola (com túnel de vento). A compra foi marcada pela intenção de reviver a empresa.
Após os meses que sucederam à compra, o britânico passou a avaliar as categorias de automobilismo para o retorno da Lola.
Como apurado pelo The Race, a Bechtolsheimer receberá um carro de teste Gen3 ainda este mês e realizará uma avaliação em pista no início do verão, depois do registro de fabricante oficial para ingressar na categoria elétrica no início do próximo campeonato.
A Lola mergulharia na competição como fornecedora de motor a partir de 2025, se valendo do início da segunda fase da era Gen3, quando a categoria começará a trabalhar com a versão atualizada do carro.
Beachtolsheimer visitou inicialmente o e-Prix de Nova York de 2022, começando a sondar a Fórmula E, antes de se comprometer com um programa. Sua presença também foi notada no e-Prix de Londres da temporada passada, assim como na corrida de abertura na Cidade do México que marcou o início da 10 temporada.
Como parte de um plano para participar da competição, Mark Preston foi contratado nos últimos meses, como uma das peças-chave da Techeetah. Após uma passagem pela Fórmula 1, adaptou-se à eletrificação, seguindo para a Fórmula E, para ser o chefe de equipe da DS Techeetah.
À frente do time foram conquistados três títulos de pilotos e dois campeonatos por equipe. No entanto, a Techeetah entrou em uma crise financeira e se despediu da Fórmula E ao final de 2022.
Também foi contratado Keith Smout que também passou pela DS Techeetah, mas agora trabalha como chefe comercial da Lola Cars. O time conta com uma equipe técnica experiente, incluindo o ex-designer da McLaren e Williams, Mark Tatham, atuando como diretor técnico, assim como o ex-engenheiro da HWA e da Mercedes, Michael Wilson, na função de diretor administrativo.
Como conta o The Race, a Lola participou de reuniões de grupos de trabalho da Fórmula E, incluindo participações na Associação de equipes e Fabricantes da Fórmula E [FETAMA]. Durante a última visitação realizada em um evento da categoria, Bechtolsheimer deve ter comparecido à reunião da FETAMA, realizando a sua apresentação aos demais membros da categoria.
No grid da Fórmula E existe a possibilidade de uma 12ª equipe de corrida fazer parte da competição, vaga que foi deixada pela Audi em 2021. No entanto, acredita-se que para a Lola fazer parte da competição, ela busque uma parceria com outra equipe existente, atuando como a fornecedora de powertrain ao longo do restante da era Gen3 e além.
Atualmente a Abt Cupra está buscando uma nova fornecedora de powertrain, para a próxima geração dos carros, já que as negociações com a Porsche não correram como o esperado. A ERT é uma das equipes que também vem enfrentando muita dificuldade no grid e poderia recorrer ao powertrain da Lola,
O lançamento da Lola na Fórmula E é vista como uma jogada estratégica para mostrar a renovação da marca.