ColunistasFórmula 1Post

Leclerc domina na Austrália e vence GP, enquanto Verstappen lida com mais um abandono

O GP da Austrália foi disputado neste domingo (10), dois anos após uma prova ser cancelada e o mundo passar por uma pandemia de Covid-19. Melbourne está de volta, a prova não foi tão movimentada como era o esperado depois dos ajustes realizados na pista, mas vimos boas disputas no circuito.

Charles Leclerc conquistou a sua quarta vitória da carreira, o monegasco demonstrou muita segurança durante toda a corrida, não deixando espaço para que Max Verstappen roubar a ponta. Leclerc conquistou a pole, liderou todas as voltas da corrida e ainda obteve o ponto extra por conta da volta mais rápida. O dia da Ferrari só não foi ainda mais perfeito, pois Carlos Sainz abandonou a prova ainda no início, pois perdeu o controle do F1-75 e ficou atolado na brita. Os pontos conquistados aqui, garantem a sua permanência na liderança.

Este é o segundo GP do ano que Max Verstappen não completa, pois novamente surgiram problemas no motor que levaram ao abandono do holandês. Durante a corrida Verstappen ainda tentou perseguir Leclerc, mas o piloto da Ferrari tinha um ritmo superior. Sobrou para Sergio Pérez representar a Red Bull no pódio, a corrida do mexicano foi agitada, com várias disputas.

George Russell estava na pista no momento certo quando o Safety Car pintou na pista, por conta da batida Sebastian Vettel. O piloto da Mercedes foi administrando a prova, duelou com Pérez e garantiu o pódio depois do abandono de Max Verstappen. Lewis Hamilton ficou com a quarta posição, assegurando mais alguns pontos para a Mercedes, mesmo diante de toda a dificuldade enfrentada pela equipe alemã.

Lando Norris e Daniel Ricciardo conseguiram um bom resultado para a McLaren, depois de um fim de semana promissor da equipe. Norris completou a corrida na quinta posição, enquanto o dono da casa foi o sexto colocado, obtendo os seus primeiros pontos no campeonato de 2022. Esteban Ocon ficou com o sétimo lugar, seguido por Valtteri Bottas da Alfa Romeo. O piloto finlandês precisou escapar de Lance Stroll para entrar na zona de pontuação. Pierre Gasly foi o nono colocado, enquanto Alexander Albon completou o top-10. O piloto da Williams que largou da última posição, fez a corrida toda com os pneus duros e só instalou os compostos macios no último giro. Albon ainda conseguiu o seu primeiro ponto e o primeiro da Williams neste ano.

Não completaram a prova: Verstappen, Vettel e Sainz. Próximo do final da corrida, vários carros demonstravam que estavam bem instáveis, por conta do desgaste dos compostos.

A Fórmula 1 realiza uma breve pausa, para retornar em Ímola.

Saiba como foi o GP da Austrália

Depois que a classificação foi realizada, algumas alterações ocorreram no grid. Alexander Albon foi desclassificado pois a Williams não conseguiu entregar 1 litro do combustível para análise da FIA. O piloto da Williams que tinha se classificado na décima sexta posição, largou do vigésimo lugar.

LEIA MAIS: FIA ressalta procedimento para a relargada pós-Safety Car e não vai tolerar manobra feita por Verstappen

Lance Stroll também não teve muita sorte na classificação, a Aston Martin precisou recuperar o seu carro depois do TL3, pois o canadense perdeu o controle do AMR22 e bateu no muro de contenção. Quando Stroll foi liberado para a pista, o piloto bateu em Nicholas Latifi e danificou o seu carro mais uma vez. Stroll foi punido pelo toque com o piloto da Williams, perdendo três posições no grid de largada.

Largaram com os pneus duros apenas, Sainz, Alonso, Schumacher, Magnussen, Stroll e Albon. Os compostos de Magnussen e Stroll eram usados. Todos os outros pilotos do grid tinham apostado nos pneus médios para o início da prova. Os pneus C3 conseguem atingir a temperatura ideal mais rápido do que os duros, mas ao largar com os duros, é possível fazer um stint mais longo no início.

Largada

Charles Leclerc conquistou a pole, superando Max Verstappen no último instante, portanto ganhou a oportunidade de comandar a largada. Alonso teve o seu carro recuperado, portanto conseguiu começar a corrida da décima posição.

Leclerc largou bem, conseguindo fechar a dupla da Red Bull. Hamilton se aproveitou de um vacilo de Pérez, para assumir a terceira posição, enquanto Norris foi fechado, caindo para a sexta posição. Sainz largou mal por estar com os pneus duros e caiu para a décima terceira posição. Antes do final da primeira volta, Sainz duelou com Schumacher e o espanhol perdeu mais uma posição.

No segundo giro, Leclerc tentava abrir um pouco mais de vantagem para Verstappen. Sainz perdeu o controle do carro, por conta dos pneus duros frios. O piloto espanhol ficou preso na brita e assim provocou a entrada do Safety Car, pois não tinha condições de sair sozinho – abandonando assim a prova.

Os dez primeiros eram: Leclerc, Verstappen, Hamilton, Pérez, Russell, Norris, Ricciardo, Ocon, Gasly e Alonso. Lance Stroll seguiu para os boxes, trocando os pneus duros pelos compostos médios, para na volta seguinte retornar aos compostos duros, na tentativa de não realizar mais uma parada até o final da prova.

O Safety Car deixou a pista ao final da sexta volta, Verstappen foi lembrado que não poderia ficar ao lado de Leclerc para a relargada, por conta de regra que foi relembrada pelo diretor de prova.

O monegasco conseguiu manter a ponta, enquanto todos respeitavam a relargada. O monegasco precisaria construir a distância para o holandês mais uma vez. Hamilton se manteve na terceira posição, sem Pérez ainda atacar o inglês.

Nenhuma ultrapassagem acontecia, mas os pilotos estavam aguardando a liberação do DRS que aconteceu na volta nove. Pérez se aproximou de Hamilton, pois podia usar o DRS para atacar o inglês. Portanto, no décimo giro o piloto mexicano reassumiu a terceira posição. Hamilton tinha atrás dele agora Russell e depois a dupla da McLaren.

Vettel escapou momentaneamente do traçado regular na curva 11 e ao passar pela brita, carregou um pouco de sujeira para o traçado. Vettel tinha despencado para a décima nona posição. Verstappen era visto fritando o pneu na última curva durante a décima primeira volta. Durante a prova ainda era possível ver vários pilotos cometendo erros, principalmente pela dificuldade para encontrar um ponto de freada.

As ultrapassagens eram bem limitadas, mostrando que as alterações no traçado não tinham ajudado muito, pois os carros ainda são grandes e não existem muitos pontos efetivos de ultrapassagem no circuito. Mas ao longo da décima quarta volta, Bottas atacava Tsunoda, buscando o décimo primeiro lugar. Latifi seguiu para os boxes, realizando a substituição dos pneus médios, para usar os compostos duros. Schumacher parou no giro seguinte.

Na volta 16, Leclerc tinha mais de sete segundos de vantagem para Verstappen. Tsunoda foi ultrapassado por Bottas, enquanto Magnussen também passou a atacar o piloto da AlphaTauri. Concentrado na busca pela posição, o piloto da Haas perdeu o controle do carro, extravasando os limites de pista e assim caiu para a décima quarta posição.

Duas voltas depois foi a vez de Ocon realizar a troca dos seus pneus, a parada do piloto da Alpine não foi boa e assim o francês retornou na décima sétima posição. Na volta dezenove foi a vez de Verstappen trocar os seus pneus e usar os compostos duros, que estavam muito frios. O holandês voltou à frente de uma disputa entre Alonso e Gasly, onde o piloto da Alpine ganhou a oitava posição.

E na vigésima volta da prova, Hamilton encostou em Pérez, conseguindo abrir o DRS e pressionar o piloto mexicano. O inglês da Mercedes estava buscando o pódio. Portanto, na volta 21, Pérez trocou os seus pneus, abandonando a disputa com o inglês. Norris também trocou os seus pneus neste instante da prova.

Foi na volta 22 que vimos uma movimentação na pista. Riccardo foi devolvido para a pista na décima posição, à frente de Albon, enquanto o tailandês estava disputado espaço na pista com Vettel e Stroll. O australiano controlou bem o carro, mesmo com os compostos duros frios.

Leclerc não perdeu a liderança da prova ao fazer a sua troca dos pneus na volta 23. Hamilton parou no mesmo giro, retornou à frente de Pérez, mas o piloto da Red Bull realizou a ultrapassagem, instantes antes do Safety Car ser ativado. Vettel perdeu o controle do carro na curva cinco, batendo no muro de contenção e danificou a parte dianteira do carro. O piloto alemão abandonou a prova. A Mercedes foi muito esperta neste momento, parou Russell ao Safety Car ser ativo e assim o piloto foi devolvido no terceiro lugar.

Com o Safety Car em pista, os dez primeiros eram: Leclerc, Verstappen, Russell, Alonso, Pérez, Hamilton, Magnussen, Norris, Ricciardo e Albon. Apenas Alonso, Magnussen e Albon não tinham realizado a parada obrigatória.

A relargada aconteceu na volta 27, Leclerc deixou o carro balançar e quase perdeu a liderança para Verstappen. Obviamente o holandês partiu para cima, mas instantes depois o monegasco conseguiu estabelecer uma diferença para o rival. Russell tentou partir par o ataque, mas começou a ficar isolado na terceira posição. Magnussen que estava no sétimo lugar, era pressionado pela dupla da McLaren, que buscava o sétimo lugar.

Alonso era perseguido por Pérez, mas como o espanhol estava com os pneus mais gastos, não brigou pelo quarto lugar, na volta 29. Hamilton chegou no piloto da Alpine e com o DRS, fez a ultrapassagem durante a reta principal.

Leclerc abriu mais de quatro segundos de vantagem para Verstappen. Magnussen seguia defendendo a sétima posição, enquanto Russell era atacado por Pérez. Algumas disputas se intensificaram neste instante da prova.

Na volta 34, Norris ultrapassou Magnussen. Sobrou para Ricciardo disputar com o piloto da Haas, mas o dinamarquês não facilitava a briga para o dono da casa. Foi apenas no giro seguinte que Ricciardo concluiu a ultrapassagem.

A Mercedes informou Russell que se ele estivesse gastando muito os pneus para segurar Pérez, deveria deixar o piloto da Red Bull passar, mas o britânico ainda se esforçou para manter a posição até a volta 36. O mexicano usou o DRS e retomou o terceiro lugar.

E na volta 39, mas uma vez o motor da Red Bull Powertrains deixava o holandês na mão. O piloto sentiu um cheiro de queimado e ao encostar o carro, viu labaredas saindo da parte traseira. O virtual Safety Car foi ativo momentaneamente. Russell assumiu a terceira posição.

Bottas foi atacado por Stroll na relargada, jogando o finlandês para fora da pista.

Com 41 voltas, os dez primeiros eram: Leclerc, Pérez, Russell, Hamilton, Norris, Riccardo, Albon, Ocon, Stroll e Gasly. Alonso tinha parado, mas retornou na décima terceira posição, precisando escalar o grid para retornar a zona de pontuação.

Na volta 44 a direção de prova aplicou um punição de cinco segundos para Stroll, pois o piloto tinha trocado de linha, quando se defendia dos ataques do piloto da Alfa Romeo. O canadense foi alertado sobre as manobras de defesa que estava realizando.

A briga do meio do grid era intensa, com Stroll segurando Gasly, Bottas, Alonso e Schumacher. O francês da AlphaTauri tentava escolher uma linha diferente para obter a nona posição.

Com 50 voltas, Leclerc tinha mais de quinze segundos de vantagem para Pérez. Gasly ultrapassou Stroll e logo abriu mais de um segundo de vantagem. Sobrou para Bottas buscar o piloto da Aston Martin, que conquistou o décimo primeiro lugar na volta 52. Pérez perdeu o controle do carro, extravasando os limites de pista. Alonso começou a sofrer nesta fase final da corrida, o piloto da Alpine perdeu para Zhou e Magnussen, caindo para a décima quarta posição.

Próximo do fim da prova, mais pilotos estavam tendo muita dificuldade para lidar com os carros, principalmente por conta dos pneus que estavam bem desgastados. Alonso que tinha perdido performance, parou mais uma vez e instalou outro jogo de pneus médios.

Enquanto a última volta era dada, Albon fez a sua parada, o piloto tailandês que estava na oitava posição, conseguiu retornar em décimo, conquistando o primeiro ponto da Williams da temporada.

Leclerc recebeu a bandeira quadriculada na liderança, obtendo a quarta vitória da carreira e ainda cravou a volta mais rápida, anotando 1m20s260, garantindo um ponto extra. Pérez e Russell completaram o pódio.

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo