É impressionante como uma leitura de muito tempo atrás, pode perdurar na cabeça de alguém por muito tempo. No meu caso este livro é sobre automobilismo e uma mulher fantástica, mas também foi o primeiro livro “mais complexo’’ que eu consegui finalizar em inglês. O livro conta a história de Janet Guthrie, uma mulher que queria ganhar as pistas. O nome do livro é ‘’Speed Girl: Janet Guthrie’’ e olha recomendo está leitura para o dia da mulher.
Este texto poderia encaixar perfeitamente no tema dos 365 dias mais importantes do automobilismo por conta do aniversário dela, assim como em comemoração à este mês em que tanto se fala sobre os direitos das mulheres, já que no dia 8 de março é celebrado o dia Internacional da mulher, então para aliar o útil ao agradável vim apresentar está mulher para vocês.
Janet Guthrie nasceu em 7 de março de 1938 e inicialmente ela se formou como engenheira aeroespacial trabalhando na aviação, seguindo os mesmos caminhos do seu pai. Porém naquela época a profissão era atípica para uma mulher.
Ela acabou se interessando por corridas ainda em 1963 e assim competindo em um Jaguar XK 140.
É importante dizer que Janet foi a primeira mulher a se aventurar na Nascar, acabou competindo nas 600 Milhas de Charlotte em 1976 terminando em 15°. Uma competição no maior estilo de circuito oval da corrida mais americana possível.
O que era mais fabuloso nela, não eram os resultados, pois a equipe da qual ela fazia parte nem era de ponta, mas Janet era esforçada e tinha vontade de aprender, além de se interessar por tudo o que estavam fazendo no seu carro. Era carismática, tinha potencial e encontrou pessoas que acreditaram nela e além disso, decidiram apostar principalmente nela.
Ela competiu em 33 corridas da Nascar em quatro temporadas e o seu melhor resultado neste tempo foi um sexto lugar em Bristol em 1977.
No livro Speed Girl o período mais relatado é o da sua luta para competir nas 500 Milhas de Indianápolis e de todos os transtornos que ela passou nas classificações até chegar na prova. Na IndyCar foram um total de 11 provas e é impressionante os relatos dela, até mesmo de uma sabotagem para que ela não pudesse se classificar.
Guthrie não se considerava feminista, mas para a sua época ela era um grande desafio, uma mulher ”fora dos padrões” desbravadora, que várias vezes escutou dos seus colegas a frase ” – Volte para casa e vá ter bebês”.
Ela não entendia o que era ser feminista porque ela só estava fazendo o que sempre teve vontade e acreditava que para todas as mulheres deveria ser assim também. Janet viveu em uma época que não era comum ver mulheres nos autódromos como jornalistas e se quer acompanhando corridas, então os comentários machistas nem eram vistos dessa forma, porque não existia uma outra opção.
Janet acabou virando um símbolo de curiosidade na sua época, os jornalistas faziam sempre a mesma pergunta, como era ser mulher no automobilismo e começaram a instigar a curiosidade. Graças a esse tipo de atitude, algumas poucas mulheres, mais ainda assim muitas para a época, começaram a se interessar pelo esporte por conta dela e a frequentar os autódromos apenas por Janet ser a inspiração delas.
” Eu sou mulher, e dai?”
Eu não conhecia Janet até ler o livro, mas acabei me apaixonando por ela e admirando está mulher. Ela me deu forças e só reforçou a minha ideia de que eu posso sim ser jornalista, acompanhar as corridas, gostar de automobilismo e estar no autódromo pelo simples fato de amar a velocidade e esse esporte tão maravilhoso. Ela pode não ter tido a dimensão da sua importância na época mais precisamos de mais mulheres dentro do automobilismo encorajando mais garotinhas, adolescentes, meninas, mulheres e senhoras a obterem os cargos que desejarem dentro do automobilismo e fora deles.
Que o dia da mulher seja todos os dias. Não desistam mulheres de buscarem um mundo melhor. Vocês podem fazer tudo.