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Iron Dames participa das 24 Horas de Le Mans e demonstra muita garra ao longo da prova

Com um trio entrosado e aguerrido, as pilotas da Iron Dames conquistam o 4º lugar nas 24 Horas de Le Mans

Neste ano disputando às 24 Horas de Le Mans, cinco mulheres estiveram no grid de uma das provas mais icônicas. O número de mulheres participantes foi pequeno perto dos 181 pilotos homens que formaram o grid, mas a garra e a determinação outra vez marcou a história dessa prova de resistência.

A equipe Iron Dames na realidade é um projeto com o intuito de apoiar as mulheres no automobilismo, não apenas as pilotas, mas também engenheiras, mecânicas, jornalistas e muito mais. Cada vez mais a presença das mulheres são questionadas em grandes eventos de automobilismo. A Iron Dames surgiu como uma forma de mostrar para todos que as mulheres tem a capacidade para ocupar os mesmos lugares que os homens.

Criado em 2018, elas são as primeiro conjunto feminino da história a competir corridas de resistência, alcançando excelentes resultados. Ano após ano o objetivo é estar cada vez inseridas no mais no automobilismo.

O carro rosa, fácil de se identificar na pista, foi guiado por Sarah Bovy, Rahek Frey e Michelle Gatting. Antes elas estavam abordo de um Ferrari, mas o novo contrato possibilitou as pilotas a guiar o Porsche 911 RSR-19.  Nessa corrida histórica, celebrando os 100 anos da competição, diante de uma multidão enorme e apaixonada, as pilotas entraram mais uma vez no Circuito de La Sarthe.

A Iron Dames compete na classe LMGTE-AM e travou uma disputa grande pela vitória em sua classe. Após a largada que foi um verdadeiro caos, elas evitaram cometer erros e rapidamente estavam brigando pela ponta na sua classe. Durante a ação do Safety Car em pista, além das bandeiras amarelas e as zonas lentas, elas foram progredindo na pista. A Iron Dames foi uma das poucas equipes que se deu bem durante o Safety Car e isso rendeu a possibilidade de ficar parte da prova entre os líderes.

A luta pela vitória se encaminhou com o #33 da Corvette Racing, em outros momentos também batalharam com o Ferrari 488 GTE EVO, da equipe Kessel. Infelizmente quando a prova foi encerrada elas não conseguiram se manter no pódio ou faturar a vitória, um pit-stop no final da corrida, aliado com uma mudança de freios na última hora da prova, devolveu as pilotas para o quarto lugar. Em pista elas foram ultrapassadas pelo #86 da GR Racing Porsche.

“Esta quarta posição sinaliza uma progressão significativa nos resultados da Iron Dames em Le Mans, mas nos dá uma sensação incompletude. Muito obrigado a todos da equipe por seu incrível trabalho duro e atitude de nunca desistir. Temos o prazer de levantar a bandeira das mulheres no automobilismo e inspirar outras a fazerem o mesmo”, comentou Deborah Mayer, idealizadora da Iron Dames ao final da prova.

Doriane Pin que atualmente corre defendendo a Prema, guiando o Oreca LMP2 #63 não terminou a prova. Daniil Kvyat já tinha enfrentado um problema com o clima que lidavam em pista, mas Doriane conduziu o carro na sua vez com perfeição, trabalhando uma recuperação notável, já que o início da corrida foi bem complicado por conta de danos na carroceria, bem na entrada de ar. Os problemas eram sentidos desde a primeira volta por conta dos detritos de pista e precisaram fazer uma sequência de pit-stops para resolver o problema.

A corrida era realizada, mas quando as chances tinham melhorado para uma possível batalha pelo pódio, Kvyat perdeu o controle do carro nas curvas Porsche, o impacto foi duro nas barreiras, mas o piloto saiu ileso do acidente, no entanto o #63 não pode concluir a prova.

“No que diz respeito a Doriane, apesar da desilusão final, teve uma semana excelente para a sua estreia nas 24 Horas de Le Mans e deixou a sua marca para o futuro. Essa experiência difícil a fará crescer ainda mais rápido. Estaremos aqui no próximo ano com determinação e grandes ambições”, seguiu Deborah Mayer.

Mesmo que o resultado não seja tão positivo, as pilotas que fazem parte da Iron Dames mostraram mais uma ver um grande desempenho, além da qualidade do trabalho. Le Mans é uma prova complicada e o grupo precisa ter um entrosamento muito bom, além de paciência para lidar com tudo o que acontece na pista. A prova foi bem complicada e diferente de várias 24 Horas de Le Mans que já vimos.

Tivemos vários abandonos ao longo das 24 Horas de Le Mans, 20 carros não completaram a prova, a corrida foi muito acidentada. O trio da Richard Mille que também compete na LMGT-AM e conta com a pilota francesa Lilou Wadoux não completou a prova, o carro também se envolveu em acidente.

LEIA MAIS: Lilou Wadoux se torna a primeira mulher a vencer no WEC
A francesa que é tímida com as câmeras, tem mostrado um bom trabalho no GTE-AM. Com o apoio da AF Corse (divisão de GT da Ferrari, faturou uma vitória nas 6 Horas de Spa se tornando a primeira mulher a vencer em todas as categorias do WEC.
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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