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GP da China: o que esperar da segunda etapa da temporada 2025

A prova em Xangai promete muitas emoções, principalmente com a renovação do asfalto

Por conta de algumas alterações no calendário, o GP da China será palco do segundo duelo da temporada 2025.

Na Austrália, Lando Norris venceu a prova e começa o campeonato na liderança. Max Verstappen dividiu o pódio com o piloto da McLaren e com George Russell. No Mundial de Construtores é a McLaren que lidera, com 27 pontos, a mesma pontuação obtida pela Mercedes com o resultado de George Russell, combinado ao quarto lugar de Andrea Kimi Antonelli.

A primeira prova contou com a chuva, mascarando alguns desempenhos e inflando outros. Provas que as equipe geralmente enfrentam situações como a da Austrália, colaboram para essa flutuação do grid, como os pontos obtidos pelo quinto lugar da William – com Alexander Albon – ou o sexto lugar de Lance Stroll com a Aston Martin, ou ainda o sétimo lugar com Nico Hülkenberg.

O Circuito Internacional da China fornecerá para a batalha mais um vislumbre das forças do campeonato. O bônus é que o fim de semana deve acontecer sem a incidência da chuva, no entanto, o novo asfalto será um desafio para os competidores, principalmente com um evento sprint pela frente. Veremos como eles vão se portar.

A Austrália forneceu um vislumbre de uma McLaren rápida e forte, enquanto a Red Bull aparenta novamente um carro instável, de difícil controle e que não é favorável para poupar os pneus. O time austríaco já trabalha em um novo pacote de atualizações que deve surgir dentro de três ou cinco corridas, para diminuir o gap para a McLaren.

A Ferrari se anulou completamente na passagem por Melbourne: no sábado a equipe priorizou trabalhar com um acerto de chuva e perdeu terreno na classificação; no domingo a equipe cometeu um erro na estratégia e fez seus pilotos perderem mais algumas posições dentro do top-10. O time tem potencial para se recuperar e apresentar um bom desempenho, mas espanta a quantidade de erros que pode cometer de uma vez.

Quanto a Mercedes, bom, ninguém estava dando nada pelo time, tanto em projeto, como pela dupla de pilotos. George Russell nos últimos anos tem adquirido a fama de cometer erros em momentos decisivos; do outro lado da garagem eles contam com o estreante Andrea Kimi Antonelli.

Porém, foi exatamente o time alemão que surpreendeu. Russell sobre aproveitar os problemas que aconteceram com outros pilotos – em especial o erro de Oscar Piastri – para abocanhar o pódio. Kimi Antonelli, embora não tenha feito uma boa classificação, conseguiu fazer uma corrida de recuperação, saindo de P16 para P4. Os pontos que a dupla capitalizou, fez diferença no resultado e atualmente eles ocupam o segundo lugar do campeonato.

Tem muita coisa por vir, principalmente em um fim de semana com prova sprint – onde Max Verstappen costuma brilhar.

O Circuito de Xangai

O traçado foi desenhado pelo famoso arquiteto Hermann Tilke, uma pista com um design icônico e facilmente reconhecível. Embora nos últimos anos, as pistas que ele projetou não tenham caído no agrado, Xangai é uma exceção pelas suas particularidades.

O traçado é bem variado, conta com pontos de ultrapassagem e os times precisam ficar atentos as estratégias, pois o undercut costuma ser efetivo nesta pista. É uma pista que colabora para visualizar a ação dos times, tanto em curvas, como o desempenho em retas importantes.

O circuito é formado por 16 curvas, combinado por sessões de alta velocidade e curvas mais lentas. Os carros também são cobrados pela força lateral. A pista tem características bem interessante e cobra muito dos pneus, tanto pelo impacto de algumas curvas, como a abrasividade do asfalto.

A pista conta com 5.451 km, palco que será utilizado para a disputa de 56 voltas no domingo. Ao longo deste circuito os pilotos têm duas zonas de DRS, a primeira localizada na reta principal, entre as curvas 16 e 1. A segunda ativação ocorre entre as curvas 13 e 14, em mais uma longa reta do circuito de Xangai.

Circuito Internacional de Xangai – Foto: reprodução Fórmula 1

Este é um ano desafiador para as equipes, principalmente por conta do recapeamento realizado na pista. No ano passado, quando a prova foi disputa, apenas parte do asfalto foi recapeada, outra parte da pista ficou apenas no betume, atrapalhando muito a aderência dos pneus.

Para 2025, a pista recebeu um novo asfalto, não apenas o traçado regular, mas a área de boxes. A reforma foi realizada no verão chinês e a pista já foi usada algumas vezes, mas obviamente o asfalto ainda passa pelo processo de maturação. Com uma superfície mais lisa, isso deve afetar o consumo dos pneus, mas é esperado que o traçado evolua rapidamente, com os competidores sentindo uma boa diferença durante uma sessão de 60 minutos.

A Pirelli não fugiu da zona de segurança e mais uma vez fornecerá a gama intermediária, formada pelos pneus: 2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha). Essa seleção tem performado bem nas corridas disputadas neste traçado e vale lembrar que a Pirelli fez um ajuste para 2025, tentando se adequar a evolução que é esperada para os carros deste ano.

Seleção de pneus para o GP da China de 2025 – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

O comportamento dos carros será observado com atenção, nesta nova visita ao traçado, a Fórmula 1 optou por manter a realização do evento Sprint, o que significa que as equipes contam com apenas uma hora de testes para fazer a verificação do novo asfalto, assim como definir qual o melhor acerto para a prova Sprint (classificação + corrida).

Evento Sprint e seu formato

Com o formato Sprint em vigor, as equipes enfrentam um fim de semana mais dinâmico, com duas sessões de classificação e duas corridas. No entanto, isso também significa menos tempo para ajustes e reconhecimento da pista, aumentando a margem para erros em momentos decisivos.

Para 2024, a Fórmula 1 implementou uma mudança significativa no formato Sprint, buscando tornar o fim de semana mais estratégico. A alteração agradou e foi mantida para 2025.

Até 2023, as equipes precisavam lidar com um único regime de parque fechado após a classificação de sexta-feira, o que significava que qualquer configuração errada afetava tanto a Sprint quanto a corrida principal, sem possibilidade de ajustes. Além disso, a Sprint funcionava quase como uma longa bandeira vermelha antes da prova principal, limitando o impacto da corrida curta no contexto geral do evento.

Com a ‘quebra’ do evento, agora as equipes conseguem mudar as configurações depois da Sprint e buscar um ritmo melhor para o domingo. No último campeonato foi muito válido esse trabalho, pois era normalmente onde a Red Bull conseguia resultados melhores, já que podia mudar o seu acerto de corrida e deixar o carro mais nas mãos de Verstappen.

Não é à toa que o neerlandês é o piloto que mais se desta nas provas Sprint. Desde que o formato foi adotado na temporada de 2021, foram disputadas 18 prova e 10 delas contaram com a vitória de Max.

Formato Sprint em 2025

Sexta-feira:
🔹 TL1 com 60 minutos – única sessão de treinos do fim de semana, reduzindo o tempo de preparação. Em um fim de semana convencional, são disponibilizados três treinos livres com duração de 60 minutos cada.
🔹 Classificação curta no final do dia, definindo o grid de largada para a Sprint.

Sábado:
🔹 Corrida Sprint de 100 km logo pela manhã. Existe a obrigatoriedade de usar os pneus médios no SQ1 e SQ2, enquanto os pneus macios precisam ser trabalhados no SQ1. A sessão classificatória também é mais curta e dinâmica.
🔹 Após a Sprint, as equipes podem ajustar os carros antes da segunda classificação.
🔹 Nova classificação no fim do dia, definindo o grid de largada para a corrida principal.

Domingo:
🔹 Apenas a corrida principal.

Com essas mudanças, o formato Sprint promete manter a ação intensa ao longo do fim de semana, mas também adiciona novos desafios estratégicos para equipes e pilotos.

Horários do GP da China de Fórmula 1 – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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