A Fórmula E chegou ao Circuito Ricardo Torno em Valência, para a realização dos testes coletivos. A atividade foi iniciada nesta terça-feira (13) e as equipes vão dar prosseguimento as avaliações dos seus equipamentos até sexta-feira (16).
A sessão foi dividida entre a atividade matinal e a vespertina que serão realizadas entre os dias 13, 14 e 16. Maximilian Guenther foi o líder do primeiro dia de treinos, com a Maserati ele anotou 1m26s096 pela manhã e voltou a ocupar a ponta na sessão da tarde, quando obteve 1m26s221.
Antes dos testes coletivos as equipes realizaram algumas avaliações dos seus equipamentos, tentando se preparar para a sessão em Valência. A atividade está sendo realizada em um circuito permanente conhecido pelas equipes não apenas por realizar testes de pré-temporada, mas também pela Fórmula E já ter corrido nele.
No entanto, a categoria elétrica tem como DNA as corridas de rua, no entanto, não é possível viabilizar os testes em traçados de rua conhecidos pela Fórmula E, sem atrapalhar o fluxo de uma cidade. Em Valência a Fórmula E tenta se aproveitar de uma longa reta, das características do asfalto e da combinação de curvas para que os times possam fazer as suas avaliações do sistema de recuperação de energia, mas é muito difícil dizer se os dados obtidos neste traçado vão se repetir ao longo da temporada.
A Fórmula E é uma categoria bem competitiva, raramente os poles e vencedores se repetem muitas vezes ao longo do ano, mas aqueles que se derem melhor em Valência, podem não ser os mesmos que vão contar com um bom desempenho no ePrix do México. Fica claro que para a Fórmula E e as equipes, os tempos de volta rápida não são os mais importantes, eles tem outras verificações para fazer nestes dias.
Ao longo das próximas sessões as equipes estão focadas principalmente na confiabilidade, isso vai auxiliar os times a evitar problemas ao longo das dezesseis etapas. Os carros Gen3 são mais rápidos e mais leves, mais adequados aos circuitos que fazem parte do calendário da categoria.
Durante os testes de desenvolvimento, todos os times tiveram problemas com as baterias, principalmente com a questão relacionada ao carregamento rápido. Os times têm um desafio no início da temporada, pois é algo que eles vão realizar testes e desenvolvimento com a competição em andamento.
As equipes estão atentas não apenas as baterias, mas o trabalho realizado pelo powertrain e o comportamento dos novos pneus fornecidos pela Hankook.
Durante esses dias de atividade, as equipes ainda precisam trabalhar com a simulação de corrida e o ritmo de classificação, testes que são necessários para que a FIA e a Fórmula E verifiquem os seus softwares, procedimentos, o sistema de cronometragem e outros processos que só acontecem durante as corridas. Enquanto para as equipes a sessão é importante para adaptar os seus pilotos ao novo equipamento e também trabalhar nessas verificações mais minuciosas dos seus equipamentos.
Está também é a oportunidade para a equipe trabalhar com os seus novos pilotos e realizar os últimos ajustes antes da etapa do México ser disputada.
Terça-Feira de testes
O primeiro dia de testes foi voltado para a coleta de dados, a verificação do sistema de regeneração e frenagem. O objetivo não eram as voltas rápidas e por conta da chuva que fez parte do primeiro dia de atividades, é possível que essa marca seja reduzida nos próximos dias se as equipes encontrarem a pista seca e uma sessão com temperaturas mais altas.
Guenther foi o líder do primeiro dia de atividades, após registrar os melhores tempos na parte da manhã e repetiu o feito a tarde. O piloto mostrou uma boa performance com a Maserati. No ano passado o melhor tempo estabelecido em Valência foi o obtido por Eduardo Mortara, após o piloto registrar 1m25s763 com o Gen2.
O dia foi marcado por uma grande movimentação nos boxes por conta da chuva. Mesmo realizando algumas verificações no circuito e liberando os pilotos para realizar as suas voltas pelo traçado, os times estavam alertas para evitar batidas desnecessárias e problemas maiores.
Jake Hughes que guiará pela McLaren na Fórmula E, se mostrou confortável com o carro, o piloto foi o segundo colocado na primeira atividade do dia e perdeu a liderança da tabela de tempos pois Guenther obteve uma marca melhor. Hughes será companheiro de René Rast durante a 9ª temporada do campeonato elétrico. Durante a sessão vespertina, Hughes ocupou a décima oitava posição, seguido de Rast que foi o décimo nono colocado.
Pela manhã duas bandeiras vermelhas interromperam o curso da sessão. A primeira aconteceu por Nick Cassidy com a Envision ter ficado parado na curva 6 após o seu carro apresentar um problema. A sessão foi retomada e o sol começou a ganhar espaço entre as nuvens carregadas de chuva. A segunda paralisação ocorreu 30 minutos antes do encerramento da sessão, pois Mitch Evans rodou na saída da curva 5 e ficou preso na brita, o trator precisou entrar no traçado para realizar a remoção do carro.
Próximo do final do encerramento do primeiro treino, os tempos passaram a melhorar e Guenther saltou para a ponta.
Where did your favourite driver place in the first Gen3 testing session? pic.twitter.com/kWkHdoI4FV
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) December 13, 2022
Os pilotos e equipes se encaminharam para a pausa do almoço, antes de retornar para a pista. Quando o traçado foi liberado mais uma vez, rapidamente Guenther apareceu registrando 1m26s852, um pouco mais lento que o tempo que tinha obtido pela manhã.
Mortara com a Maserati provocou uma bandeira amarela momentânea por ter ultrapassado os limites da curva 10 quando perdeu o carro, mas rapidamente a sessão voltou para a bandeira verde.
A tarde também contou com alguns picos de muita ação na pista, mas a calmaria também foi observada enquanto os times realizavam pausas para coletar os dados.
A bandeira vermelha também foi agitada na sessão vespertina pois Hughes com a McLaren perdeu o carro entre as curvas 5 e 6, parecido com o que aconteceu com Evans. Quando a atividade foi retomada e restava cerca de uma hora para o final da sessão, Fenestraz rodou com a Nissan na curva 8, mas conseguiu retornar ao traçado sem causar danos para a atividade.
O brasileiro Sergio Sette Câmara é um destaque, principalmente no primeiro setor do circuito, onde estabelecia as melhores marcas. O brasileiro também fazia o possível para se manter nas primeiras posições. Porém, com a atividade se aproximando do final, Câmara foi forçado a ficar parado com o carro da NIO entre as curvas 5 e 6, pois escapou da pista e ficou preso na brita e provocou uma bandeira vermelha.
A chuva voltou a cair pelo traçado, impedindo que os pilotos melhorassem suas marcas, desta forma o piloto da Maserati encerrou a sessão no primeiro lugar. Pascal Wehrlein foi o segundo colocado, acompanhado por Antonio Felix da Costa com os carros da Porsche. Mortara apareceu na quarta posição com o segundo carro da Maserati, enquanto a dupla da DS Penske formada por Stoffel Vandoorne e Jean-Éric Vergne foram os seis primeiros colocados, demonstrando um bom equilíbrio entre os companheiros de equipe.
Para Norman Nato da Nissan, as três horas de atividade foram bem difíceis, com o piloto lidando com alguns problemas em seu carro. O piloto da Envision Racing, Sebastien Buemi, também terminou a sessão no final do grid, depois de não conseguir marcar um tempo durante a sessão
No segundo dia de testes os times vão se dedicar a simulação de corrida.
All the timings from Session 2 today at testing ⚡️ pic.twitter.com/nP1nY3bQUZ
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) December 13, 2022