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Fórmula 1 revela o regulamento de 2021, com teto orçamentário e regras para tornar a categoria mais competitiva

Após meses de discussões a fio, a Fórmula 1 divulgou o regulamento de 2021, visando a melhora da categoria, bem como a sua competitividade. As regras são um divisor de águas, mas ainda vão estar em desenvolvimento como sempre foi visto pela F1, marcando o início de uma nova jornada.

Ele ainda não esta fechado, pois discussões entre FIA e F1 vão continuar nos próximos meses, principalmente quanto aos detalhes, que devem passar por um refinamento e tem como objetivo minar as brechas.

O que muda?

Com o novo desenho do carro, os pilotos vão conseguir andar mais próximos, tornando o ambiente da corrida mais justo e melhorando a condição para que todos os times possam travar disputas mais diretas – com o efeito solo, isso significa que haverá uma redução na pressão aerodinâmica e aumento do peso mínimo dos carros – é possível andar mais próximo do rival e concluir a ultrapassagem. É importante lembrar que a diferença não será notada imediatamente, vai levar cerca de dois anos para que todas as adaptações e os benefícios sejam notados.

O fundamento básico do regulamento não deve mudar, mas o Regulamento Técnico sim, por conta das equipes que vão estar desenvolvendo as suas ideias e os problemas nesta parte precisaram ser supridas, principalmente para evitar brechas.

Em definição pela própria categoria – os carros ficaram mais ‘’sexy’’ – preservando a beleza que também é algo importante na F1, as asas dianteiras foram simplificadas, como a suspensão e a asa traseira se tornaram maiores, assim como os chassis. As entrada de ar do motor, entrada de ar lateral e dutos dos freios, foram todos redesenhado.

Pensando em pilotos mais altos, como foi pensado a pouco tempo no peso desses pilotos, as dimensões do cockpit vão aumentar, para evitar que estes pilotos sofram. Pensando também em possíveis acidentes as dimensões laterais foram aumentadas para preservar o piloto em caso de impactos laterias. A asa dianteira também foi trabalhada para não se soltar inteira em casos de colisão.

A simplificação da suspensão e a proibição da suspensão hidráulica são uma realidade, bem como a separação da estrutura da suspensão e suas carenagens. Restrições cinemáticas para resolver a área mal regulamentada fora das rodas.

– Avaliar legalidade de carros via projetos em computador – Adoção de sistema de coordenadas (X, Y, Z) no regulamento – Uso de equipamentos de scaneamento para comparação com projetos.

Para 2021 existe uma preocupação com o conteúdo de combustível para 20%, mas para 2022 e os próximos anos o compromisso é aumentar ainda mais essa taxa e será definida com os fornecedores e fabricantes de combustível.

“Uma das iniciativas mais importantes que abordaremos à medida que avançamos é o impacto ambiental do nosso esporte. Já temos o mecanismo mais eficiente do mundo e, nas próximas semanas, lançaremos planos para reduzir e, finalmente eliminar o impacto ambiental de nossos esportes e negócios. Sempre estivemos na vanguarda da indústria automobilística e acreditamos que também podemos desempenhar um papel de liderança nessa questão crítica. ” – apontou Chase Carey, Presidente e CEO da Fórmula 1.

O impacto financeiro é algo que será feito de forma gradual e este é o que vai levar mais tempo, mas o limite orçamentário chama a atenção, ele fica na casa dos US$ 175 milhões e vale para os custos na pista, mas exclui os custos de marketing, salários dos pilotos e principais membros das equipes.

A ideia não é tornar todos os carro iguais, apesar deles se parecerem muito quando a pintura não estiver presente, por isso em algumas partes foi possível manter a liberdade e deixar com que as equipes possam dar o seu toque, mantendo as suas identidades.

 

A utilização do DRS permanece nas regras, mas ele está sendo revisto e como deve ser implementado no futuro, mas é algo a ser levando em consideração.

Pneus

Os pneus passam a ser o de 18 polegadas, mais baixo ajudando a simplificar a aerodinâmica e com isso eles contribuem para a estética do carro. Os pneus com a goma maior que são usados nesta temporada, permitem uma boa permanência na pista no entanto as equipes com um orçamento maior são capazes de gerar mais dados sobre eles e entendem de melhor forma como se comportam com a aerodinâmica do carro e com isso podem apresentar soluções mais rápidas, levando vantagem em cima dos outros times. A Renault foi vista usando este pneu nos testes realizados em Paul Ricard.

As mantas térmicas permaneceram em 2021 e 2022, mas com algumas restrições.

Unidade de potência

Inicialmente era algo a ser modificado, bem como o número de componentes padronizados, no entanto os fabricantes de motores brecaram está ideia pois eles investiram muito para o seu desenvolvimento desde a era híbrida o que tornou ele muito eficiente, mas é também o mais caro e complexo. O PU tem um número limitado em seis trocas, até que o piloto sofra penalização pela mudança.

DNA da Fórmula 1

Basicamente as equipes são o DNA da categoria e o desejo é que elas sejam autônomas e se superem por sua própria capacidade de competição. Mas alguns componestes utilizados são extremamente caros e com isso  partes do carro foram classificadas em diferentes categorias.

Alguns dos componentes vão se tornar padronizados e podem ser negociados entre as equipes em termos comerciais, compatíveis com o teto orçamentário. Bombas de padrão de alta pressão, tubulação, medidor de vazão e amortecedor, entram na categoria de padronização. O número de pastilhas de freio utilizadas também entra nesse limite de substituição.

Não existe uma restrição sobre a quantidade de peças ou equipes que podem receber, mas as peças vão ser apenas aqueles que se enquadram na categoria de Componentes Transferíveis ou Componentes de Design Prescritos.

O túnel de vento deve passar a ser menos usados se baseando na simulação de CFD (Computational Fluid Dynamics), pois também ajuda na redução de custos no desenvolvimento aerodinâmico e deve-se focar no que é obtido na pista.

“Nós respeitamos profundamente o DNA da Fórmula 1, que é uma combinação de grandes competições esportivas, pilotos talentosos e corajosos, equipes dedicadas e tecnologia de ponta. O objetivo sempre foi melhorar a competição e a ação na pista e, ao mesmo tempo, tornar o esporte um negócio mais saudável e atraente para todos” – complementou Chase Carey.

Final de semana

Com o calendário apertado e afim de ajudar as equipes, o final de semana vai ser reduzido, a conferência com a imprensa que é realizada na quinta-feira, passa para a sexta-feira, antes da primeira e segunda sessão de treinos livres, livrando os times de chegar mais cedo para cumprir todo o cronograma.

Desde o início das atividades tera uma ‘’especificação de referência’’, com os carros passando por uma inspeção inicial e carroceria. Os radiadores vão ser congelados. As peças de desenvolvimento devem ser utilizadas no TL1 e TL2, mas não podem estar presente no carro no momento em que o TL3 começa, pois ele deve voltas as configurações iniciais. Este método é para evitar que peças sejam criadas sem a necessidade.

As sessões de treinos livres inicialmente vão permanecer com os 90 minutos, mas eles estão pensando na redução desse tempo, enquanto o TL3 permanece com uma hora.

Em pelo menos duas sessões de treinos livres durante o ano, pilotos da nova geração que tenham completados duas corridas pela categoria ou menos, devem participar dos treinos livres, para estimular a nova geração.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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