Nesta quarta-feira (31) foi confirmado que a Fórmula 1 rejeitou a entrada da Andretti Global no grid da categoria, apesar da aprovação da FIA. O anúncio foi realizado por meio de um extenso comunicado à imprensa tentando justificar todos os pontos que levaram a está tomada de decisão.
Desde a confirmação da FIA no ano passado, a entrada da Andretti no grid da categoria estava sendo discutida. O time foi o único que cumpriu todos os requisitos para poder participar da F1, mas a continuação das negociações foi para o âmbito comercial.
No entanto, as equipes que atualmente compõe o grid da Fórmula 1, não estavam satisfeitos com a ideia de adicionar uma nova equipe. A tarefa conflitava diretamente com os direitos comerciais e um grid que não está afim desta expansão.
Neste processo ligado às dez equipes do grid, a Andretti precisava provar o seu valor para a categoria, demonstrando o quanto acrescentaria a competição, para que os times pudessem ponderar as vantagens e desvantagens, traçando um risco potencial. Infelizmente, segundo as equipes, a Andretti não comprovou que seria um time competitivo e eles não acreditam que a entrada deve ser permitida – ao menos para os campeonatos de 2025 e 2026.
“Levamos em consideração a ampla gama de maneiras pelas quais o valor poderia ser fornecido, incluindo valor para os torcedores, o prestígio e o valor de reputação do esporte, o equilíbrio competitivo do Campeonato e os objetivos de sustentabilidade do esporte”, informou a Fórmula 1.
“Nossa avaliação não envolveu qualquer consulta às atuais equipes de F1. No entanto, ao considerar os melhores interesse do Campeonato, levamos em conta o impacto da entrada de uma 11ª equipe em todos os âmbitos comerciais no Campeonato.”
“Nosso processo de avaliação estabeleceu que a presença de uma 11ª equipe não agregaria, por si só valor ao campeonato”, seguiu.
“Qualquer 11ª equipe deverá demonstrar que sua participação e envolvimento traria benefícios ao Campeonato. A forma mais significativa pela qual um novo participante agregaria valor é sendo competitivo, em particular competindo por pódios e vitória em corridas. Isto aumentaria materialmente o envolvimento dos fãs e também aumentaria o valor do Campeonato aos olhos das principais partes interessadas e fontes de receitas, como emissoras e promotores de corrida”, afirmou a F1 através do comunicado.
Para entrar na competição nos próximos dois anos, a Andretti precisaria contar com uma unidade de potência de alguma das fornecedoras atuais do grid. A F1 acredita que o fornecimento obrigatório de uma unidade de potência, não é o caminho certo para um time que deseja entrar na categoria e “nas últimas décadas não teve sucesso” e ressalta “ter um fornecimento de PU GM (unidade de potência da General Motors) anexado ao pedido desde o início teria aumentado a sua credibilidade.
A General Motors declarou o seu apoio à Andretti em 2023 por meio de um registro realizado para entrar na F1 como fornecedora de motores e com isso equipar os carros da equipe norte-americana.
A Andretti demonstrou que estava muito interessada na categoria, formando uma base para operações, contratando cerca de 120 pessoas para trabalhar com o time, além de já ter realizado testes no túnel de vento com um carro em escala de 60%. A equipe norte-americana estava se preparando para este ano desenvolver um carro do tamanho exigido pela competição, para dar início ao processo de preparação dos dispositivos necessários para equipar o carro, além de pode explorar a preparação de outras peças.
No comunicado a categoria ainda ressalta que 2025 será o último ano do atual ciclo da categoria, enquanto em 2026 começa uma nova era regulatória, com a chegada dos novos motores. Desta forma a Andretti precisaria construir um carro de 2025 para ser equipado com as atuais unidades de potência e reformular todo o projeto para 2026, se adequando a um novo conceito de motores. O fornecedor de motores seria uma mero tapa buracos, até o time conseguir um novo motor para equipar o seus equipamentos “o que a longo prazo, um fornecedor obrigatório de PU consideraria um risco para a sua propriedade intelectual e know-how.”
LEIA MAIS: Contratando funcionários e com apoio da GM, Andretti prepara terreno para entrada na Fórmula 1
A F1 foi enfática que a Andretti não agregaria valor a categoria e “nossa pesquisa indica que a F1 traria valor à marca Andretti, e não o contrário.”
Caso a Andretti ainda queira participar do campeonato em 2028 ou outra equipe se prontifique a entrar na F1, a categoria se prontifica a olhar de uma forma diferente ao pedido, caso o time continue com o apoio da GM.
“Olharíamos de forma diferente para um pedido de uma equipe no Campeonato de 2028 com uma unidade de potência GM, seja como uma equipe de operação da GM ou uma equipe cliente da GM, projetando internamente todos os componentes permitidos.”
“Neste caso, haveria fatores adicionais a serem considerados em relação ao valor que o candidato traria para o Campeonato, em particular no que diz respeito à contratação de um novo OEM de prestígio para o esporte como fornecedor de uma unidade de potência”.