A Fórmula 1 anunciou nesta sexta-feira (18) uma nova categoria exclusivamente feminina, a F1 Academy. O intuito é auxiliar as mulheres no automobilismo, para que elas possam progredir para as outras categorias de base, participando da Fórmula 3, Fórmula 2 até chegar na Fórmula 1.
O anúncio é realizado pouco tempo depois da W Series começou a enfrentar problemas financeiros. A temporada 2022 da categoria não pode ser encerrada, pois se tornou inviável participar das etapas dos Estados Unidos e México com a Fórmula 1.
Agora a F1 realiza o anúncio de uma nova categoria feminina que contará com cinco equipes, cada uma delas terá três carros, para formar um grid com 15 pilotas. As equipes serão geridas por times que estão presentes na Fórmula 2 e Fórmula 3.
O formato da categoria contará com três corridas em cada um dos sete eventos programados, totalizando 21 provas. A F1 Academy contará com 15 dias de testes oficiais, as datas serão divulgadas nos próximos dias.
O carro utilizado pelas pilotas será um chassi Tatuus T421, com motores turbo de 165 cavalos de potência fornecidos pela Autotécnica. Os pneus são da Pirelli, parceira global da Fórmula 1 e das suas categorias de base. O campeonato será equivalente a uma categoria de Fórmula 4.
Nota-se a necessidade de aumentar a diversidade no automobilismo e já existe uma cobrança para que a Fórmula 1 tenha uma mulher nos próximos anos. Porém todo o processo na base é lento e geralmente não existe vaga para todos na F1.
A categoria será administrada por Bruno Michel, o mesmo que cuida da Fórmula 2 e Fórmula 3. A Fórmula 1 será responsável pelo orçamento de € 150.000 por temporada de cada carro por temporada, mas as pilotas também terão o mesmo custo para cobrir, sendo “uma fração dos custos normais em uma série comparável”. As equipes ficam responsáveis pelo restante do orçamento.
Introducing F1 Academy
A new all-female driver category which aims to develop and prepare young female drivers#F1Academy pic.twitter.com/45xUjprcjt
— Formula 1 (@F1) November 18, 2022
O objetivo é aumentar a oportunidade para que jovens pilotas possam alcançar o mais alto nível do automobilismo, fornecendo mais uma opção para aquelas competidoras que passaram pelo kart e querem seguir carreira.
A Fórmula 1 avalia que da forma como o automobilismo está sendo gerenciado, as mulheres não tiveram as mesmas oportunidades que os homens e quando as idades são comparadas, elas não contam com a mesma experiência.
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A F1 Academy é uma alternativa para oferecer as mulheres mais tempo de pista e testes. Também é a oportunidade de trabalhar com equipes profissionais que estão atuando neste mercado, aumentando a chance das jovens pilotas de chegar à categoria principal.
“Todos devem ter a oportunidade de seguir seus sonhos e alcançar seu potencial, e a Fórmula 1 quer garantir que estamos fazendo todo o possível para criar mais diversidade e rotas para este esporte incrível”, disse o presidente e CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali.
“É por isso que tenho o prazer de anunciar a F1 Academy, que dará às jovens pilotas a melhor chance de alcançar suas ambições por meio de um programa abrangente que apoie suas carreiras e lhes dê tudo o que precisam para passar para a F3 e, para a F2 e depois o auge da Fórmula 1. Quanto mais oportunidades houver, melhor e isso foi projetado para fornecer outro caminho para o sucesso das pilotas”, afirma Domenicali.
A nova categoria da Fórmula 1, não é vista como uma plataforma para rivalizar com a W Series, mas ser mais uma alternativa para incentivar as mulheres no automobilismo. Porém, gera uma controvérsia, pois a W Series está enfrentando problemas financeiros e não conta com ajuda da FIA ou Fórmula 1 para se manter.
Alguns testes foram realizados com pilotas, com o intuito de preparar as categorias de base para a chegada das mulheres. Mas o grande problema está principalmente na falta de patrocínio e incentivo para que as mulheres se desenvolvam no esporte.
“Estou muito animado para lançar esta nova categoria”, disse Bruno Michel. “A diversidade é extremamente importante no automobilismo e, com a F1 Academy, provaremos que as mulheres têm tudo para competir em alto nível. Estou absolutamente convencido de que se as jovens tiverem a mesma experiência que qualquer outro piloto, elas poderão abrir caminho com sucesso na escalada.”
“Nosso objetivo é ver pilotas no grid da F3 nos próximos dois a três anos, e que elas lutem rapidamente por pontos e pódios. O objetivo é aumentar o grid no futuro próximo, porque esperamos que esta categoria inspire mais jovens a competir no automobilismo ao mais alto nível.”