Após o encerramento da classificação, a Aston Martin entrou com um protesto contra a Ferrari, por Carlos Sainz ter participado do restante da classificação normalmente, depois de provocar uma bandeira vermelha no Q2. O pedido do time britânico foi negado e Sainz permanece com a sétima posição para a largada.
A Aston Martin alegou que Sainz havia ferido o artigo 39.6 do regulamento esportivo, que menciona que os pilotos. O artigo menciona que “qualquer piloto cujo o carro pare na pista durante a classificação ou classificação sprint, não será permitido participar de mais nenhuma sessão nessa atividade”.
Como Carlos Sainz bateu no Q2 e ficou momentaneamente parado na pista, provocando a interrupção da sessão classificatória, a Aston Martin entende que Sainz não deveria ter participado do restante da classificação, em decorrência deste período que ele ficou parado no traçado – que durou pouco mais de um minuto.
Pelo lado da FIA, Sainz perdeu o controle do carro na curva 16 e ficou realmente parado na reta principal, mas cerca de um minuto depois da batida, o espanhol conseguiu reiniciar o carro, deixando aquela área sem precisar de nenhuma assistência. A direção de prova permitiu que Sainz com o carro nº55 tivesse sua participação liberada para o restante da classificação e o piloto avançou ao Q3.
And Carlos is back on track 👏
He has one chance to set a time and get through to Q3#F1 #ChineseGP pic.twitter.com/nwcqzwlNP7
— Formula 1 (@F1) April 20, 2024
Como o protesto da Aston Martin gerou interesse em outras equipes, alguns times participaram da audiência.
Embora o artigo mencione o carro “parar” na pista, não é exatamente essa leitura que a FIA tem do artigo e em outros diversos momentos em sessões classificatórias, pilotos que bateram, mas conseguiram com pelos seus meios levar o carro aos boxes, participaram normalmente do restante da sessão.
Os times por sua vez, já tentaram chegar em um acordo sobre o que seria considerado um carro parado em pista, qual o tempo máximo para o competidor sair da situação do acidente e regressar ao traçado, mas não conseguiram entrar em um acordo.
“Na opinião da FIA, o que é crucial, era que o carro não recebesse qualquer assistência externa para reiniciar (por exemplo, dos comissários).”
🚩 RED FLAG 🚩
Sainz dips a toe into the gravel at the final corner and goes spinning off into the barriers on the other side 😮
Carlos is okay 👍#F1 #ChineseGP pic.twitter.com/U7mP93iWlF
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A Aston Martin compreendeu que situações semelhantes aconteceram no passado, mas achou o período de 1m17 segundos muito longo para que o carro retornasse ao traçado e configurava como parado. No entanto, nesta audiência “consideraram que era melhor deixar este critério para o Controle de Corrida”, que toma a decisão do que seria um período longo parado no traçado.
O time britânico também tentou por um outro meio, alegando que no sistema de mensagem utilizado, tinha alertado que o carro estava “parado” e seria conclusivo para o Artigo 39.6. No entanto, o Controle de Corrida alegou que essa é uma linguagem padrão usada pelo sistema, “portanto, não transmite o que a Aston Martin estava sugerindo”.
Na reunião discutiram uma possível alteração para o artigo 39.6, deixando ele mais claro e adicionando “assistência externa”, assim o competidor realmente não poderia retornar para a atividade. A alteração já tinha sido discutida no GP da Bélgica de 2023, mas naquela ocasião também ficou entendido que a abordagem do Controle de Corrida era consistente.
O protesto da Aston Martin foi rejeitado, mesmo com o time alegando que o artigo 39.6 foi violado. Além disso, várias situações foram observadas ao longo das últimas corridas e os pilotos foram liberados para participar da atividade normalmente, independente do tempo que levaram para colocar o equipamento em operação.
Em outras oportunidades, Fernando Alonso alegou que o melhor a se fazer era gerar uma punição para o piloto que interrompesse uma sessão classificatória, mas a discussão ficou apenas do âmbito da conversa e nunca foi para a frente.