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Etapa de abertura da Fórmula E em Santiago é adiada 

A Fórmula E divulgou na tarde desta terça-feira (22) que a rodada dupla marcada para os dias 16 e 17 de janeiro em Santiago foi adiada. A decisão foi tomada em conjunto com as autoridades da capital chilena por causa das restrições de viagem do Reino Unido para outros países.

Uma variação do vírus da COVID-19 foi recentemente descoberta no Reino Unido, fato que levou uma série de países a suspenderem voos que envolvem a Inglaterra e seus vizinhos. Ontem o Chile decretou que ninguém vindo do Reino Unido pode desembarcar no país pelos próximos 14 dias.

O decreto levou ao cancelamento de todos os voos diretos entre os dois países e nenhum não-residente do Chile pode entrar no país caso tenha estado no Reino Unido nas últimas duas semanas.

Cerca de 40 países já implementaram restrições similares em relação ao país europeu.

De acordo com o site The-Race, a alta cúpula da categoria, incluindo o co-fundador e CEO adjunto, Alberto Longo, manteve longas discussões com ministros do governo chileno para tentar encontrar uma maneira de manter o evento.

O The-Race revelou também que obteve uma cópia do comunicado oficial que foi enviado às equipes e parceiros da Fórmula E nesta terça-feira.

Alberto Longo, CEO da Fórmula E, no ePrix de Santiago. Foto: divulgação Fórmula E

De acordo com a publicação, o comunicado diz que “O Chile fechou temporariamente suas fronteiras com o Reino Unido. Como tal, em consulta com o município de Santiago, concordamos em adiar o E-Prix de Santiago.

“Ele não mais ocorrerá como uma rodada dupla nos dias 16 e 17 de janeiro. Em vez disso, estamos trabalhando com a cidade para finalizar as datas em que as corridas serão realizadas mais tarde, no primeiro trimestre”.

“Comunicaremos oficialmente estas novas datas como parte de nossa atualização do calendário de janeiro, quando também confirmaremos o segundo conjunto de corridas de 2020/21”.

O Reino Unido é sede de grande parte do paddock da Fórmula E, incluindo a maioria do pessoal de seis das 12 equipes.

Acredita-se que nas discussões entre a Fórmula E e funcionários do governo chileno tenha sido cogitada a possibilidade de acesso especial ao país para a realização do evento seguindo protocolos rigorosos de detecção da COVID-19.

Os trabalhos no Parque O’Higgins tiveram início esta semana e a estrutura do circuito estava programada para ser montada no dia 26 de dezembro. Ainda assim, a Fórmula E foi forçada a tomar a decisão de adiar o evento.

Dependendo do que acontecer nas próximas semanas, a rodada dupla em Diriyah, na Arábia Saudita, programada para a última semana de fevereiro, pode dar início à sétima temporada da Fórmula E, agora como campeonato mundial.

Contudo o The-Race também afirma que a Fórmula E já está em contato com os organizadores sauditas para ver se o país possui condições de sediar corridas.

A categoria deve ficar de olho no Rally Dakar, que acontecerá na Arábia Saudita e pode ser adiado também.

Max Guenther, vencedor do ePrix de Santiago em 2020

A princípio, o calendário 2020/21 seria apresentado no final de janeiro, mas é provável que haja mais adiamentos devido toda a situação enfrentada pelo mundo.

O adiamento do início da 7ª temporada pode trazer problemas para a Fórmula E. O começo de 2020/21 havia cuidadosamente planejado pela categoria com a adoção do sistema de fases para reconfigurar o calendário inicial do próximo ano.

Assim, o ePrix de Santiago virou uma rodada dupla e os eventos da Cidade do México e Sanya, em fevereiro e março, foram adiados para possíveis datas no final da temporada.

Com os novos acontecimentos, fica inviável para BMW, Audi, Venturi, Nissan, Porsche, Mercedes, o próprio pessoal da Fórmula e da FIA, todos sediados no Reino Unido, conseguirem desembarcar no Chile diretamente ou através de outros países que atuariam como “pontes aéreas”.

O adiamento do início da temporada está, obviamente, fora do controle da Fórmula E, mas pode resultar em mais incertezas para os fabricantes e parceiros do campeonato num momento em que muitos deles estão tomando decisões de longo prazo para permanecer na categoria.

Será mais um ano complicado para todos, inclusive para a Fórmula E, que, assim como o restante do mundo, precisará de muita capacidade de adaptação para se adequar a mais um ano de restrições em diversos sentidos. 

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