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Estratégia funciona e Lewis Hamilton recupera a liderança para vencer o GP da Inglaterra

Usando os pneus macios no final da corrida, Hamilton supera Norris e fatura 9ª vitória em casa

Neste último fim de semana a Fórmula 1 encerrou a rodada tripla iniciada na Espanha, a categoria passou pela Áustria e seguiu para a Inglaterra. Lewis Hamilton faturou a sua 104ª vitória da carreira, em uma prova marcada pela chuva, assim como pelas estratégias.

A pista de Silverstone já tem um asfalto bem abrasivo e pelas forças exercida nos pneus, a gama dura de é utilizada neste traçado. A instabilidade climática da região precisa ser levada em consideração durante todo o fim de semana, os pneus intermediários participaram do evento.

A ameaça de chuva pairou durante todo a sexta-feira, mas a chuva atingiu os competidores no sábado e no domingo. Com a classificação iniciando com uma pista molhada, Sergio Pérez perdeu o controle do carro e foi parar na brita, o competidor acabou eliminado mais uma vez no Q1. A sessão seguiu e os três britânicos cravaram as três primeiras posições, George Russell e Lewis Hamilton na primeira fila, com Lando Norris e Max Verstappen na sequência.

Com o início da corrida, a preferência das equipes foi utilizar os pneus médios na largada: essa foi a escolha de 17 pilotos no grid, com exceção de Esteban Ocon e Zhou Guanyu que optaram pelos pneus macios, enquanto Sergio Pérez usava os pneus duros, como estava começando do final do pelotão.

O primeiro trecho da corrida foi pouco movimentado, a expectativa era que a corrida começaria já com a chuva presente, no entanto, os times precisaram lidar com a ameaça, informando aos seus competidores em quanto tempo ela atingiria o circuito.

  • Os pneus médios se tornaram uma boa opção para o começo da corrida, já que foi possível alongar a permanência em pista.
  • Estes mesmos compostos apresentaram um bom rendimento quando a pista começou a ficar molhada, fornecendo mais aderência e confiança para os pilotos permanecerem em pista.
  • Vimos os competidores lidando com a pista úmida, por volta do giro 16, mas o traçado não estava muito molhado para requerer a utilização dos pneus intermediários.
  • A expectativa era desse início mais caótico, precisando da atenção dos competidores.
  • Combinado ao uso dos pneus intermediários, a estratégia vencedora da prova contou com duas paradas.
  • Os pneus macios foram os mais populares para o encerramento da corrida, fornecendo mais aderência em uma pista que estava fria, mas Piastri, Stroll, Alonso, Albon, Ocon e Pérez usaram os pneus médios. Apenas Verstappen e Sainz arriscaram no uso dos compostos duros, mas o espanhol foi levado a parar mais uma vez no final da corrida para buscar o ponto da volta rápida.
  • Com Hamilton o uso dos pneus macios funcionou, Verstappen superou Norris, mas não conseguiu chegar no inglês, pois faltavam poucas provas para terminar a corrida.

Hamilton no início da prova liderou a corrida por duas voltas, superando Russell que deslizava nas curvas. No entanto, o vencedor da corrida foi superado pela performance da McLaren que parecia bem mais estável nas condições adversas quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair no traçado. Foi apenas na segunda rodada de troca de pneus, que a Mercedes foi bem ágil e combinado ao erro da McLaren, retornou para a ponta. Os pneus macios funcionaram par Hamilton, que conseguiu manter Verstappen longe dele.

Estratégias de pneus adotada para o GP da Inglaterra – Foto: reprodução Pirelli

No momento que a pista começou a ficar molhada, a dupla da McLaren ganhou força no traçado e superou a dupla da Mercedes que escorregava pelo traçado. Norris passou a liderar a corrida na volta 20, com Oscar Piastri logo atrás. Russell e Hamilton tinham perdido performance e Max Verstappen não fazia se quer parte o duelo.

Ferrari adiciona mais um erro

Charles Leclerc se classificou apenas em décimo primeiro, mas o monegasco fez uma excelente largada saltando para o oitavo lugar. Nas voltas que se seguiram, o competidor teve um pouco mais de dificuldade para ultrapassar Lance Stroll, mas chegou ao sétimo lugar na volta 13.

Quando a pista começou a molhar e os carros da Mercedes se perderam pelo traçado, a Ferrari dividiu as estratégias de Leclerc e Sainz e parou o monegasco, na expectativa de surpreender o restante do grid e avançar com o piloto. A escolha prejudicou Leclerc, que caiu para o final do pelotão e ficou limitado a performance dos pneus intermediários, rodando muito mais lento que o restante do pelotão.

Quando a chuva de fato começou a cair lá pela 26ª volta, Leclerc precisou parar uma segunda vez, pois os seus compostos já tinham degradado e não ofereciam mais aderência. Leclerc perdeu todas as chances de faturar alguns pontos na etapa e ajudar a Ferrari no Mundial de Construtores. Se tivessem seguido o mesmo que fizeram com Carlos Sainz, o monegasco poderia terminar a prova entre os dez primeiros.

Escolhas da McLaren

Ao longo da corrida ficou marcado o pit-stop duplo da Mercedes, mas a ‘falta de confiança’ da McLaren em fazer o mesmo com Lando Norris e Oscar Piastri. Na primeira mudança dos pneus slick para os pneus intermediários, a McLaren escolheu permanecer com o australiano por uma volta adicional nos boxes.

Piastri perdeu terreno no grid, mas a escolha se mostrou mais acertada. A McLaren não é a equipe mais genial nos boxes. Na situação de pista molhada, a ação no pit ficou movimentada.

Além de segurar o australiano atrás de Norris se tivesse optado pela troca dupla, ao soltar Piastri eles estavam sujeitos a uma liberação insegura, pois aqueles que estão na fast-line tem prioridade para sair dos boxes. A chance de uma punição era muito maior do que o benefício de parar os dois pilotos juntos.

Na segunda mudança de pneus, a McLaren optou por parar Piastri primeiro e isso fez o piloto recuperar algumas posições perdidas com a primeira troca.

Foi Lando Norris que esperou mais em pista, no entanto, isso custou a sua liderança. Na volta 39, quando o inglês parou, a área dos boxes estava bem molhada, ele escorregou, não conseguindo parar nas linhas que demarcam a posição dos carros e dos mecânicos. A troca de pneus superou o esperado e Lewis Hamilton assumiu a liderança quando Norris era devolvido para a pista.

Pneus disponíveis para cada um dos pilotos no GP da Inglaterra – Foto: reprodução Pirelli

Aqui a McLaren cometeu um erro, o time marcou Hamilton, mas esqueceu que Verstappen também era um adversário. Instalaram os pneus macios em Norris, assim como Hamilton, mas o piloto da McLaren degradou os compostos na tentativa de reduzir a diferença de mais de 2 segundos para o adversário.

Norris tinha um segundo pneu médio, o composto costuma render melhor em seu carro no final da corrida, quando o equipamento está mais leve. No entanto, optaram por um pneu macio usado e deixam Norris desprotegido. Quando o piloto foi aos boxes já se sabia que Hamilton estava com os compostos de faixa vermelha, enquanto a Red Bull tinha optado pelos pneus duros para Verstappen.

Funcionou para o holandês, Verstappen superou Norris e obteve o segundo lugar. A McLaren que era o carro mais rápido em pista, perdeu aquela performance do começo da prova.

Red Bull genial na estratégia

Para o último trecho da corrida, Hamilton e Verstappen mergulharam juntos para os boxes. Verstappen contou com os pneus duros para encerrar a corrida, a escolha de Hannah Schmitz foi levar em consideração que no início da prova o holandês estava deslizando muito nas curvas e isso contribuiu para acentuar o desgaste dos pneus.

Como Verstappen ficou limitado a performance dos compostos no início da prova, a engenheira e estrategista da Red Bull optou por um pneu mais robusto, permitindo que o holandês atacasse os adversários. A escolha permitiu que Norris fosse superado, rendendo o segundo lugar de uma corrida que o holandês acreditava que a quinta ou sexta posição era o máximo que conseguiriam.

Performance de cada um dos pneus disponível no GP da Inglaterra – Foto: reprodução Pirelli

Mais uma vez vimos a performance de Verstappen casando muito bem com a estratégia definida no pit-wall. Além disso, é importante dizer que nos últimos eventos a Red Bull tem elogiado essa sinergia entre os engenheiros do pit-wall e o feedback preciso de Verstappen, desta forma eles estão conseguindo fazer o desempenho deles obter bons resultados.

A corrida de Pérez não foi eficiente, mesmo após todas as escolhas da equipe. Porém, o mexicano assim como Leclerc acabou usando um conjunto de pneus de chuva adicional, esperando uma chuva que não chegou da forma esperada.

Nico Hülkenberg fatura o 6° lugar

Em um encontro com Lance Stroll no início da prova, Hülk despencou no pelotão. No entanto, depois de toda a movimentação permitida pela chuva, conseguiu retornar ao sexto lugar, faturando mais uma porção de pontos para a equipe.

A corrida não foi fácil para o alemão, pois também lidou com o carro escorregando pelo traçado, além do degaste elevado dos compostos. No entanto, foi bem positivo para a Haas, o rendimento, especialmente em uma prova que o carro estava com um novo pacote de atualizações.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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