Oscar Piastri venceu o GP da Arábia Saudita, para encerrar a rodada tripla na liderança do campeonato. O piloto australiano faturou a sua terceira vitória na temporada 2025, em uma corrida que tinha a intenção de ser mais movimentada.
A Pirelli fez uma alteração para a etapa da Arábia Saudita deste ano, implementando o uso da gama macia de pneus para a etapa. A ideia da fornecedora de compostos era ampliar as estratégias das equipes e forçar uma corrida com duas paradas – algo que não tem acontecido neste ano.
No entanto, os treinos livres indicaram que a baixa degradação dos pneus, influenciaria diretamente nas estratégias, ainda viabilizando que a corrida fosse resolvida com apenas uma parada – marcando o uso dos pneus médios (C4) e duros (C3).
Mesmo a passagem pelo pit-lane do Circuito de Jeddah Corniche acontecendo em uma movimentação rápida, por não ser tão longo, as equipes têm muita resistência em fazer uma segunda parada por conta dos erros.
A vitória foi basicamente determinada no início da prova; logo depois da largada, Max Verstappen cortou a curva 2, quando estava em duelo direto com Oscar Piastri. Os comissários analisariam a questão e mesmo os protestos de Verstappen no rádio não impediram o piloto de receber uma punição de cinco segundos.
A punição gerou várias discussões no pós-corrida, sobre se Piastri tinha ou não deixado espaço suficiente para o adversário fazer a curva. Além de levar em consideração as várias disputas que já aconteceram com o neerlandês e não geraram nenhuma punição. Também foi discutido o fato que essa punição por ganhar vantagem duradoura agora é de 10 segundos, mas foi atenuada pelos comissários, por se tratar da primeira volta da corrida.
Enfim, a aplicação da penalidade mudou o curso da corrida. Verstappen precisou cumprir a punição na sua parada – a troca obrigatória de pneus aconteceu na volta 21. Para Piastri, a McLaren optou por parar no giro 19 e instalar os pneus duros, o australiano aproveitou a passagem de Verstappen pelos boxes, para se posicionar à frente.
A corrida do australiano e do neerlandês foi muito afetada pela turbulência – e principalmente a geração de ar sujo. Ambos não conseguiram progredir na corrida e isso acabou afetando todos os duelos que tentaram se desenvolver ao longo da prova.
Em pista, Piastri não tinha como manter a proximidade de Verstappen e tentar a ultrapassagem, além disso, o undercut sem a punição parecia algo bem mais difícil de acontecer, por conta do ritmo de ambos os competidores.
O asfalto em Jeddah não é abrasivo, mas o desgaste dos pneus neste circuito acontece em decorrência do superaquecimento dos compostos. A pista quente dificulta o gerenciamento dos pneus, principalmente para os pilotos que estão no trânsito ou em alguma perseguição.
Foi então no momento da troca obrigatória de pneus, que aconteceu a inversão de posições, mas Max também não conseguiu se aproximar e ultrapassar Piastri, sofrendo por estar atrás do piloto da McLaren.
Neste momento da troca de pneus, também vale lembrar que tivemos outros dois líderes na corrida – Charles Leclerc que estava permanecendo mais tempo em pista com os pneus médios para tentar ganhar a posição de George Russell quando fizesse a sua troca obrigatória de pneus; além de Lando Norris que largou com outra estratégia, pela classificação ruim que tinha feito no sábado por conta da batida no Q3.
Piastri ficou atrás do companheiro de equipe por algumas voltas, recuperando a liderança apenas na volta 34, quando Norris se lançou aos boxes. Isso também foi significativo para o ritmo dos pilotos que estavam atrás.
Em termos estratégicos, as nove voltas de diferença que Leclerc conseguiu colocar em Russell antes da sua troca de pneus, possibilitou que o monegasco conseguisse avançar e buscar a ultrapassagem faturando terceira posição. O piloto britânico ainda ficou vulnerável e também perdeu a posição para Norris.
Quanto ao britânico da McLaren, a corrida não foi nada fácil para ele, o fato de começar a corrida da 10ª posição, significou que o competidor precisava fazer algumas ultrapassagens para avançar no grid. Yuki Tsunoda e Pierre Gasly foram tirados da sua frente por conta da batida protagonizada pelos pilotos na primeira volta da corrida.
Pelo restante da prova, Norris, precisou batalhar diretamente com outros pilotos, como foi o caso da disputa com Lewis Hamilton, onde o competidor perdeu um certo tempo por conta da ativação do DRS – permitindo que o piloto da Ferrari conseguisse recuperar a posição no início da volta seguinte.
Norris não conseguiu chegar em Charles Leclerc para desafiar o pódio do monegasco e precisou se contentar com a quarta posição.
A dificuldade enfrentada pela dupla da Mercedes, não foi suficiente para permitir a ultrapassagem por Hamilton em Kimi Antonelli e por consequência em Russell.
Na largada, Norris, Lance Stroll, Isack Hadjar e Nico Hülkenberg foram os únicos pilotos que optaram por iniciar a corrida com os pneus duros, enquanto os outros 16 pilotos largaram com os médios. Os pneus macios não foram usados em nenhum momento da prova, mesmo para os pilotos que fizeram essa substituição no início da corrida.
A presença do Safety Car na pista, logo após a primeira volta, fez com que Jack Doohan, Esteban Ocon e Gabriel Bortoleto fossem aos boxes para substituir os pneus médios, pelos pneus duros e concluir a parada obrigatória. A questão é: todos esses pilotos, com exceção de Bortoleto, contavam com um pneu adicional para uma segunda troca de pneus, enquanto o brasileiro precisaria usar os macios se retornasse aos boxes.
Bortoleto ficou completamente vendido na pista, sem ritmo algum e terminou a corrida na última posição. O piloto da Sauber acabou superado por Doohan que fez a segunda troca de pneus, usando outro jogo de pneus duros para encerrar a prova – a ultrapassagem aconteceu no último giro.
Veremos como as próximas corridas vão se desenhar, principalmente com relação à questão dos pneus – que mostram uma duração melhor, embora o superaquecimento seja uma questão para alguns eventos ao longo de 2025.
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