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✍️ ENTREVISTA com Guilherme Peixoto

F4 EUA: Guilherme Peixoto concede entrevista ao Boletim do Paddock

Há talentosos pilotos brasileiros espalhados nos trópicos e no mundo. O paulista Guilherme Peixoto é um bom exemplo disto. O tricampeão brasileiro de Kart e campeão da Copa Brasil estreou este ano no automobilismo norte-americano e mostrou que não está para brincadeira. O piloto da Fórmula 4 Americana é o sexto colocado do campeonato e já contabiliza pódios (dois terceiros lugares) e uma pole position. Guilherme conversou com o BP sobre a transição do Kart para as categorias de Fórmula. A entrevista segue na íntegra. Além de Peixoto, a categoria conta com outros dois brasileiros: Francisco Porto (segundo colocado no campeonato) e Arthur Leist (quinto colocado no campeonato). As próximas e últimas etapas serão disputadas no Circuito das Américas, em Austin, nos dias 2 e 3 de Novembro. A capital texana também receberá o GP dos EUA do calendário da Fórmula 1, no dia 3 de Novembro.

B.P: Guilherme, quais são os desafios de um piloto que está saindo do kart e ingressando nas categorias de base maiores, como a Fórmula 4?

Acho que o maior desafio é se acostumar com o monoposto. Há uma grande diferença de um kart para um carro de Fórmula. Tem todo uma questão aerodinâmica, tem marchas, freios nas quatro rodas… E a corrida tem outra “pegada”, comparada com o kart. É uma corrida com menos ultrapassagens, você não consegue ser tão agressivo. Mas em geral são sempre desafios que um piloto gosta… eu particularmente gostei.

B.P: Como foi esse processo de escolha de uma nova categoria para avançar na carreira? Por que você escolheu a Fórmula 4 nos EUA?

No processo para escolhermos a primeira categorias analisamos dois tipos de carreira. A que se começava na Europa e a que se começava nos Estados Unidos. Optamos pelos EUA, pois lá você tem muitas oportunidades para se tornar um piloto profissional. A F4 EUA é um campeonato forte, onde tem muitos carros no grid (26) e que se encaixava muito no estilo inicial de carreira que queríamos.

B.P: Após esta temporada, quais são os seus planos? Seguirá na F4 ou está buscando outra categoria?

Nós estamos discutindo sobre o meu futuro ainda. Mas temos 2 categorias em mente. Uma seria a USF2000 que é a categoria de base do programa Road to Indy, que visa levar os pilotos para a Fórmula Indy, e a outra seria a F3 Britânica, que é uma super categoria e é muito respeitada mundialmente. Nós não pretendemos fazer mais um ano na F4.

B.P: Você pretende seguir nas categorias de fórmula durante toda a carreira ou há planos de explorar outros tipos de categoria?

Meu sonho inicial é tentar algo no monoposto. Tentar se profissionalizar em carros de Fórmula. Mas nos nunca descartaríamos o Turismo.

B.P: Há muitos pilotos brasileiros jovens espalhados pelo mundo… Temos você, o Pedro Piquet, na Fórmula 3, o Sérgio Sette Câmara, na Fórmula 2, o Arthur Leist, que também está na Fórmula 4, entre outros nomes… São pilotos que estão conseguindo resultados expressivos e lutam por vitórias e por boas colocações no campeonato… Não só lá fora, mas aqui dentro também temos grandes nomes, como Marcel Coletta, que conseguiu vencer na Porsche Império GT3 Cup, e Felipe Fraga, que já tem um título da Stock no currículo. Como você enxerga o futuro do nosso automobilismo, tanto aqui dentro como lá fora?

O automobilismo não é apenas um esporte, o automobilismo faz parte da nossa economia. É uma ferramenta de marketing. Pela situação que o nosso país se encontra economicamente hoje, infelizmente, afasta qualquer interesse de possíveis patrocinadores e principalmente das grandes marcas que vêem outros mercados, como o asiático, por exemplo, como uma melhor opção para investimento e divulgação, o que automaticamente os influencia em investir nos jovens talentos dos respectivos países. O talento do brasileiro é comprovado e admirado pelo mundo todo. Na minha opinião, eu imagino que quando o país voltar a crescer e atrair os olhos das grandes montadoras e marcas, nós veremos muitos outros brasileiros de volta ao topo do automobilismo mundial.

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