O GP de Singapura foi o primeiro evento declarado ‘rico de calor’ e os pilotos tiveram que usar o colete de resfriamento. Embora ele não seja obrigatório nesta temporada, se tornará no próximo ano, mas a FIA está pronta para discutir com os pilotos as regras referentes a esse sistema para 2026.
O colete, pensado para o resfriamento do corpo dos pilotos, surgiu como uma ideia após o GP do Catar de 2023 – disputado em condições de calor elevadas que trouxe problemas para vários competidores, além da necessidade de atendimento médico ao final da prova.
Singapura, desde a sua estreia no calendário, se tornou uma corrida desafiadora para os competidores, pois a sensação dentro do cockpit é de estar em uma sauna, além disso, eles perdem cerca de 3 kg na corrida. Mas essa não é a única corrida exclusiva que os pilotos podem passar mal.
A FIA deseja que esse sistema seja usado no próximo ano, mesmo com alguns pilotos reclamando de os dispositivos serem desconfortáveis ou apresentarem problemas de funcionamento. No entanto, o órgão regulador do esporte não deixará de lado essa ideia, embora algumas equipes estejam atrasadas no desenvolvimento do sistema.
O portal The Race conversou com o diretor de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis sobre esse empasse e resistência de alguns pilotos de aderirem ao sistema.
“Eu entendo a preocupação e entendo que eles não estejam felizes com a sensação, mas devemos proteger o esporte contra uma situação em que, se o Catar acontecer novamente ou quem pode dizer que não estará três graus mais quente [ele não poderá correr].”
“O que não gostaríamos é de estar em uma situação em que essas coisas não funcionem direito e fossemos forçados a tomar medidas extremas, como cancelar uma corrida. Isso seria a pior coisa do mundo”, seguiu.
O GP de Singapura foi o primeiro que determinou o ‘risco de calor’, mas o piloto tinha a opção de usar ou não o colete. Aqueles competidores que não desejavam, tinham a opção de carregar um lastro no carro, para equilibrar a disputa com aqueles que estavam usando.
Tombazis declarou que a responsabilidade para que os atuais sistemas não estejam fornecendo um bom desempenho e isso estimule a visão contrária sobre a sua eficiência é das equipes, pois os times não se comprometeram para fazê-lo funcionar.
“Uma combinação tanto de lentidão de algumas equipes, quanto dos fabricantes de roupas em resolver o problema. Continuamos falando durante todas as reuniões do Comitê Consultivo Técnico: ‘Isso está acontecendo, vocês precisam estar preparados’. E houve bastante negligência por parte de algumas pessoas, não quero generalizar. Então quando chegou a hora, algumas vestimentas e coletes eram bem desconfortáveis. Eles tinham câmeras de ar em posição desconfortável ou coisa assim, e alguns pilotos não gostaram.”

Entre os pilotos que não gostaram da utilização obrigatória, está Max Verstappen: “Acho que isso precisa ser uma escolha do piloto. É claro que, da parte da FIA, eles sempre vão priorizar a segurança, mas aí podemos conversar sobre muitas coisas que podem ser melhoradas em termos de segurança, incluindo as entradas de boxes em certos lugares”, mencionou o tetracampeão mundial.
“Acho que isso tem um pouco mais de prioridade, do que um colete no carro, porque eu não gosto. Não gosto dos tubos que ficam no corpo, com os cintos que vão do seu lado.”
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A dupla da Ferrari também criticou o sistema, com o monegasco levantando a vertente dele ainda não estar aperfeiçoado.
“Não acho que o sistema esteja pronto para ser obrigatório por nenhuma equipe, porque pode ter suas desvantagens e pode realmente causar uma sensação pior no carro. Em alguns cenários em que o gelo acaba, não entra água fria no colete, mas entra a água quente, o que não é uma sensação agradável.”
“Não acho que isso deva ser imposto aos pilotos. Eles continuam dizendo que é uma questão de segurança, mas nenhum piloto morreu de superaquecimento na corrida, exceto por um incêndio naquela época. Está ficando ridículo agora; deveria ser nossa escolha.”
Por outro lado, alguns pilotos gostaram da novidade, George Russell fez o uso do sistema em corridas que não existia o risco de calor e carregou pesa extra, apenas para ter um pouco de conforto.
A FIA tem medo de que a situação do GP do Catar se repita, embora a corrida por lá não deva mais ser disputada em outubro, por conta das altas temperaturas. Mas de certa forma, com todas as mudanças climáticas enfrentadas ao longo do globo, é difícil cravar que as corridas vão acontecer, fora de ondas de calor.
Tombazis até considera que seja necessário realizar um ajuste para o que é declarado calor, pois nesse quesito ele acha que eles estão “um pouco conservadores demais no momento”. A guerra é para que o sistema seja desenvolvido e gere um conforto para todos.
É importante lembrar que em vários eventos, alguns pilotos ficaram até sem o uso do sistema de hidratação, pois era um peso maior no carro, mas mesmo sendo algo usado por muitos anos, algumas falhas ocorrem de tempos em tempos.
A FIA não quer forçar que os pilotos utilizem um sistema que desagrada os competidores, por isso abriu um espaço para que o assunto seja debatido mais uma vez.
“Estamos abertos à ideia de potencialmente torná-lo voluntário para o ano que vem, não obrigatório, mas queremos fazer isso depois de discutirmos com a GPDA [Associação de Pilotos de Grande Prêmio] mais alguns relatórios médicos e assim por diante”, acrescentou Tombazis.
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