Na última terça-feira (04) a Red Bull definiu o seu futuro, apostando na renovação do contrato de Sergio Pérez por mais duas temporadas. O mexicano seguirá ao lado de Max Verstappen, dupla formada em 2021.
O que parecia ser uma aposta temporária, garantiu para Pérez ao menos seis anos representando a Red Bull. O mexicano foi anunciado pela equipe taurina em 2020, para substituir Alexander Albon.
A Red Bull sempre foi uma referência de equipe que contribuiu para a formação de vários pilotos do grid, no entanto, precisou recorrer à Pérez em um momento que estavam perdendo certa confiança em seu programa de desenvolvimento. Sem contar que no ano passado, a equipe optou por romper o contrato com vários jovens pilotos, reduzindo o número de apostas para o futuro.
O que já era esperado aconteceu, Yuki Tsunoda que vem fazendo um excelente trabalho na Racing Bulls, não ganhou um voto de confiança do time para guiar ao lado de Verstappen, pois a equipe não sente que o piloto japonês está preparado para essa responsabilidade.
Nem mesmo Liam Lawson, que fez um bom trabalho substituindo Daniel Ricciardo em cinco etapas no ano passado, foi uma aposta para estar ao lado do piloto holandês. Lawson chamou a atenção, mas talvez precise ser mais preparado para aguentar a participação na equipe principal, onde as responsabilidades são bem mais elevadas. No entanto, a própria equipe paga por não ter escalado Lawson para 2024, insistindo na recuperação de Ricciardo.
Acreditava-se que Daniel Ricciardo seria a aposta da RBR, depois de voltar para a categoria substituindo Nyck de Vries, mas o australiano não tem empolgado em suas performances e em várias etapas foi superado por Tsunoda. Portanto, ficou um tanto complicado designá-lo para o assento ao lado de Verstappen.
De qualquer forma, a escolha por Pérez é um tanto curiosa, pois mesmo com o mexicano participando de alguns pódios, com o carro que conta, não costuma entregar o mesmo que Verstappen. Neste ano, em que Carlos Sainz, Charles Leclerc e Lando Norris conseguiram subir ao lugar mais alto do pódio, Pérez participou apenas de quatro pódios, não obtendo uma vitória em nenhum deles.
Pérez tentou desafiar Verstappen, mas por não conseguir manter uma consistência, não foi capaz de sustentar uma disputa pelo título, tentando animar um pouco as coisas enquanto a Red Bull tinha pleno controle do Campeonato.
A queda de desempenho de Pérez já neste início de temporada, não justificava a renovação do contrato, principalmente após o acidente em Mônaco. A batida entre Pérez e Kevin Magnussen que acabou afetando Nico Hülkenberg, poderia ser evitada se o piloto da Red Bull ao menos tivesse feito uma classificação melhor, mas ficou preso ainda no Q1.
Embora a Red Bull lidere o campeonato de 2024, Pérez deixou de ser o vice-campeão, para ocupar a quinta posição no campeonato de pilotos, sendo superado justamente pelos outros competidores que já faturaram uma vitória neste ano.
Mesmo com vários pormenores, a Red Bull optou por apostar que Pérez irá se recuperar nas próximas corridas e pode trazer pontos valiosos para a equipe. Além disso, o competidor não é visto como uma ameaça para Verstappen, mesmo que volte a entregar bons resultados.
Em uma Red Bull que já defenestrou vários competidores, a opção do time chama a atenção. No entanto, mesmo com Pérez conseguindo a renovação do contrato por dois anos, acredita-se que o contrato conte com cláusulas de desempenho que poderiam ser acionadas ao final da próxima temporada.
As equipes estão avaliando o cenário do mercado de pilotos, levando em consideração 2026, quando os novos regulamentos da categoria serão implementados. A ideia é realmente estabelecer acordos para 2025 e 2026, pois é preciso definir o conceito do novo equipamento e ter uma ideia do competidor que assumirá o equipamento neste novo período de mudanças. A Red Bull acertou para 2022, mas não contará mais com Adrian Newey para dar um norte.
As escolhas do time austríaco para o próximo ano podem impactar diretamente no Campeonato, pois se a Ferrari e a McLaren passarem a participar dos pódios com regularidade, vão tirar pontos importantes, mas antes de tudo, poderemos ver uma batalha mais intensa pelo Mundial de Construtores. Talvez a escolha da RBR contribua para apimentar as coisas, mas acaba por afetar a equipe que valorizou muito nos últimos anos os títulos faturados como construtores.