A contratação de Daniel Ricciardo foi uma das mais desejadas pela McLaren, desde a apresentação do carro que ocorreu no início do ano era possível notar o quão bem recebido o australiano estava sendo.
No entanto, com a temporada em andamento, as coisas ficaram um pouco estranhas, principalmente quando o piloto demorou para se acertar ao time. Pediu tempo, as corridas foram passando até chegar a metade da temporada, mas o progresso não aparecia. Lando Norris foi o responsável por adquirir a maior parte dos pontos que a McLaren tinha até o GP da Hungria, antes das férias da Fórmula 1.
Os fãs da McLaren são fervorosos, não é atoa que usam a hastag #FansLikeNoOther (fãs como nem um outro – em tradução livre) nas suas redes. Enquanto alguns fãs já tinham pedido a paciência principalmente quando a Ferrari encostou na equipe no Campeonato de Construtores, a McLaren mostrou que estava pensando no futuro da equipe. O contrato de longa duração com Ricciardo, mas também com Norris, reafirmava a aposta em um projeto futuro.
Ricciardo encontrou muitas dificuldades ao guiar esse carro, na primeira metade da temporada o australiano sempre falava sobre a dificuldade para encontrar o ponto de freada – algo que não dava muita confiança para ele ir além.
A McLaren conquistou nesta temporada três pódios com Lando Norris antes do GP da Itália, mas a equipe estava esperando uma vitória e soube aproveitar a ocasião em Monza para vencer. Desta vez Ricciardo foi responsável pela vitória, fez uma boa ultrapassagem depois da largada e conseguiu imprimir ritmo para cruzar a linha de chegada na primeira posição, algo que lavou a alma dele e ajudou a recuperar a fé dos fãs.
“É simplesmente avassalador… mas no fundo eu nunca perdi a fé ou a crença e acho que precisava dar um passo atrás e é aí que eu acho que tirar uma folga em agosto ajudou, e eu realmente acho que ajudou neste fim de semana, a chegar a esta posição,” disse Ricciardo.
Ao longo dos últimos meses, o piloto que não estava se encontrando na McLaren, realizou avaliações da sua volta, tentou estudar minuciosamente as suas falhas para melhorar. Conquistou alguns pontos neste caminho, mas os resultados ficavam distantes daqueles obtidos por Norris.
“Parece, não sei qual é a palavra… é reconfortante para mim. Eu acredito em mim, obviamente. Acho que todo mundo chega neste ponto no esporte. Certamente fui desafiado este ano e você sabe que o esporte é complicado.”
Obviamente o seu maior adversário é o companheiro de equipe, é com quem o time pode comparar diretamente o seu desempenho.
“Não é tão preto e branco, eu acho, e às vezes você tem dificuldade para encontrar algumas respostas, mas acho que você tem que ficar fiel ao curso e você pode facilmente se perder também. Eu acho que, no fundo, eu teria momentos de frustração ou momentos para abaixar a minha cabeça, mas eu meio que fiz questão de nunca deixar isso durar.”
O esporte como um todo é duro, a Fórmula 1 se mostra complicada, principalmente quando alguns poucos resultados podem determinar o curso da sua história no esporte. Ricciardo já está disputando a sua 11ª temporada na categoria e devido as circunstâncias do esporte, mas também as mudanças de equipe, o piloto ainda não pode brigar por um título. É claro que nesses anos ele terminou na terceira posição em 2014 e repetiu o feito em 2016.
“Por alguns momentos você deixa de amar o esporte, mas na verdade, a clareza que você obtém depois faz você perceber o quanto você o ama e o quanto o deseja. Acho que isso é o mais, a maior coisa neste fim de semana, que eu sabia que teria a chance de lutar por um pódio e sim, o desejo brilhou e quando chegar a esse ponto e aquele nível, eu voltarei para o comando”, disse ele.
Certamente a vitória vai dar um gás a mais para Ricciardo no restante da temporada, principalmente para a conquista de bons resultados. O australiano tem pela frente oito etapas para mostrar o que aprendeu e aplicar, enquanto já começa a pensar no próximo ano.
Para a McLaren a vitória, mas a dobradinha em Monza significa muito, principalmente quando eles não achavam que esse resultado seria conquistado tão rapidamente.
“Significa tudo. Definitivamente, tento não fazer, ou determinar, a felicidade da minha vida em torno do esporte porque já se passaram três anos e meio desde que ganhei, então ficaria muito infeliz na maior parte do tempo se apenas baseasse minha felicidade em vencer corridas.”
A McLaren atualmente não pode depender apenas de um piloto, o equilíbrio entre eles determina a sua terceira posição no Campeonato de Construtores, mas também o progresso do time podendo mirar nas equipes maiores.
Ricciardo não desaprendeu a guiar, mas passou por uma fase complicada. Algo que alguns pilotos também acabam vivenciando neste meio, mas não é sempre eles tem uma segunda chance como ele está tendo. A experiência do australiano e sua determinação podem fazer diferença nos próximos anos, certamente a McLaren, mas também os fãs renovaram a esperança no piloto e em seu time.
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