A 108ª edição das 500 Milhas de Indianápolis entra para a história como uma das mais emocionantes. A corrida deste ano teve tudo o que um fã de automobilismo deseja: muitas ultrapassagens, acidentes, disputas intensas e um final apoteótico. Pato O’Ward bem que tentou, mas Josef Newgarden conseguiu uma ultrapassagem arrojada e conquistou, pela segunda vez consecutiva, a prova mais importante da Fórmula Indy e uma das joias, a Tríplice Coroa do automobilismo.
A prova deste ano foi bem amarrada em relação às bandeiras amarelas na primeira metade da prova e permitiu a divisão dos pilotos em duas estratégias que se combinaram em um grande duelo nas voltas finais.
As confusões começam antes da largada, com uma chuva forte que caiu em Indianápolis antes da corrida, adiando o início do cerimonial e a largada acontecendo quatro horas após o horário programado.
Já na pista, antes da largada, o primeiro a ter problemas foi Callum Ilott, que precisou trocar o volante por problemas. E se não bastante, já houve acidente na primeira curva da corrida. Tom Blomqvist tocou seu carro na grama e rodou, levando junto Marcus Ericsson. Ao mesmo tempo, Pietro Fittipaldi foi tocado por Ilott e também acertou o muro. O brasileiro abandonou assim como o inglês e o sueco.
Ainda na primeira metade da prova, os motores Honda passaram a ser motivo de preocupação com três quebras em sequência. Primeiro, com Marcus Armstrong (da Ganassi), depois com Katherine Legge (Dale Coyne) e, por fim, com Felix Rosenqvist (Meyer-Shank).
Ainda em torno das 100 primeiras voltas, outros acidentes rolaram. Primeiro com Linus Lundqvist, depois a rodada de Colton Herta, jogando fora a chance de um bom resultado do piloto da Andretti, e depois de Marco Andretti.
A corrida seguiu com a estratégia variada de paradas, com o grupo formado por Conor Daly, Sting Ray Robb e Christian Lundgaard seguindo uma tática diferente da sequência e paradas e conseguiam ser competitivos com os líderes.
A segunda metade da prova ainda teve mais duas bandeiras amarelas, uma numa rodada de Ryan Hunter-Reay, após ser espremido por Scott Dixon, e depois com a batida de Will Power, já com cerca de 50 voltas do fim.
Assim, outros pilotos partiram para estratégia alternativa, como Scott Dixon e Pato O’Ward, que conseguiram capitalizar no penúltimo stint e se posicionaram entre os líderes no momento decisivo.
Na última parada nos boxes, a corrida ficou estabelecida com Dixon e O’Ward disputando contra Alexander Rossi e Josef Newgarden a liderança. O neozelandês acabou atrapalhado pelo retardatário Agustin Canapino e perdeu o momento.
Rossi e Pato se revezaram na posição de melhor piloto da McLaren, com o mexicano prevalecendo faltando cinco voltas para o fim, se tornando o desafiante no duelo pela vitória contra Newgarden.
O piloto da Penske manteve assumiu a ponta faltando três voltas e se manteve à frente até a abertura do último giro. Na reta dos boxes, O’Ward assumiu a liderança e se posicionou em condições de vitória.
O mexicano chegou a fazer o zigue-zague na reta oposta para tirar o vácuo do rival. No entanto, Newgarden preparou o bote certeiro e tomou a liderança com uma manobra ousada por fora.
Ao final, o grande contraste da prova. Enquanto Newgarden celebrava a sua segunda vitória consecutiva, repetindo a comemoração com a galera, Pato estava desolado ao sair do seu carro, vendo mais uma oportunidade de vitória na Indy 500 sair dos seus dedos.
A vitória de Newgarden é histórica por vários fatores. O piloto da Penske é o sexto a conquistar duas vitórias seguidas na prova (O último a fazer foi Hélio Castroneves em 2001 e 2002).
A conquista também é uma redenção após as punições no começo do campeonato por conta do escândalo do Push to Pass, que custou a perda da vitória em St. Petesburg. Newgarden dedicou a sua vitória à equipe pelo trabalho bem feito no mês de maio e pela dedicação em conseguir o resultado.
Tetracampeão da Indy 500, Hélio Castroneves até teve um ritmo competitivo e chegou a andar entre os 10 primeiros, mas problemas na última parada de boxes fez o brasileiro cair no grid para a 20ª posição, sendo o único da Meyer-Shank a terminar a prova.
Na tentativa do Double Duty, Kyle Larson sofreu com a chuva e, tendo que escolher qual corrida disputar, o piloto regular da NASCAR optou pela Indy 500 e completou a distância da prova. Apesar das dificuldades iniciais, Larson teve um bom desempenho e chegou a liderar por quatro voltas entre ciclos de paradas, mas acabou prejudicado por um drive through por excesso de velocidade nos boxes e acabou ficando para o fim do pelotão. O piloto da McLaren acabou na 18ª colocação.
Com o fim das 500 Milhas de Indianápolis neste ano, a Fórmula Indy volta a focar no seu campeonato regular. A próxima corrida é no próximo domingo, no circuito de rua no centro de Detroit.