Neste último fim de semana a Fórmula 1 esteve em Mônaco para a disputa da 70ª edição da corrida em Monte Carlo. Um traçado icônico, amado por uns, odiado por outros.
Charles Leclerc conquistou a sua primeira vitória em Mônaco, depois de um fim de semana “perfeito”. O piloto da casa mostrou segurança desde o primeiro treino livre, liderou duas sessões antes de conquistar a pole. E como era esperado, McLaren e Ferrari travaram o duelo da 8ª etapa.
Como mencionamos em nosso texto de preview e no texto de pneus, as estratégias das equipes para a corria, são muito pautadas por uma bandeira vermelha ou Safety Car. É quase certo que algo acontecerá em Mônaco, em decorrência do traçado estreito, a dificuldade para ultrapassar e pilotos que vão ganhando mais confiança e acabam se envolvendo em incidentes.
O asfalto em Mônaco é pouco abrasivo, os pneus não contam com um desgaste elevado dada as características da pista. Geralmente a estratégia usada para concluir a prova é baseada em apenas uma parada.
Fazer o pit-stop neste traçado não é tão simples, além de ser uma parada demorada, a área do pit é bem estreita e dependendo do momento que os pilotos vão aos boxes, se torna um caos para as equipes devolverem o carro ao traçado.
Porém, desta vez, a lambança aconteceu apenas no início da corrida. Alguns metros depois da largada o regime de bandeira vermelha foi instaurado e os carros que não estavam envolvidos no incidente principal retornaram aos boxes.
Sergio Pérez que não tinha realizado uma boa classificação, começou a prova integrando a parte mais crítica do grid. O mexicano se quer conseguiu avançar ao Q2, então se submeteu a começar a corrida ao lado de pilotos que querem aproveitar toda e qualquer oportunidade. O encontro se deu com a dupla da Haas – os dois carros foram desclassificados por usar uma abertura de DRS além da permitida.
A largada aconteceu, Pérez e Magnussen e dada a proporção da colisão, que deixou o carro do mexicano em frangalhos, precisaram paralisar a prova para limpar o traçado. Inicialmente parecia que a bandeira vermelha tinha entrado por conta do incidente entre Oscar Piastri e Carlos Sainz, que fez o espanhol perder o controle do carro e ficar parado em uma área de escape, no entanto, a transmissão mostrou logo depois o entrevero que tinha acontecido.
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Mais adiante, antes da entrada do túnel, Esteban Ocon e Pierre Gasly também se encontraram, quando o piloto do carro #31 atacou o companheiro de equipe, tentando buscar um espaço que não existia para superar Gasly. O resultado foi o carro de Ocon ser catapultado e ao bater com tudo no asfalto, ficou impossibilitado de continuar participando do evento.
O GP de Mônaco começou da forma mais agitada possível, mas os times precisavam definir o que seria do restante da prova. Nove dos vinte pilotos optaram por começar a corrida com os pneus médios, enquanto o restante do pelotão apostou nos pneus duros.
Lembrando que a Pirelli escalou para a prova em Mônaco a gama mais macia de pneus, para oferecer mais aderência aos carros neste circuito, além de levar em conta que a degradação dos pneus não é elevada.
Desta forma, os times aproveitaram o regime de bandeira amarela para concluir a parada obrigatória, quem estava com os pneus médios instalou os pneus duros, enquanto aqueles que estavam com os pneus duros, apostaram nos médios.
Sem saber o que seria do restante da corrida, apostaram que seria possível concluir a prova sem fazer uma nova troca de pneus. Existia quase um pacto, uma segunda troca só acontecera em uma nova neutralização da prova, ou se basicamente todo o grid resolver apostar em mais performance.
Não aconteceu, a corrida seguiu tranquila até o final. O grid se dividiu entre o pelotão principal, com Charles Leclerc, Oscar Piastri, Carlos Sainz e Lando Norris, imprimindo um ritmo que era deles, enquanto uma parcela de pilotos ficou represada atrás de George Russell.
Gradualmente os pilotos foram reduzindo o ritmo para que os compostos resistissem até o final da corrida. Os duelos por posição sessaram, já que para ao menos dez pilotos, alguns pontos estavam garantidos.
Apenas Lewis Hamilton e Max Verstappen arriscaram uma segunda parada. A Mercedes proporcionou a troca de pneus ao seu piloto, pois o inglês tinha distância suficiente para substituir os compostos e retornar à frente de Yuki Tsunoda. A parada foi na tentativa de dar uma oportunidade para Hamilton buscar o holandês. Mas a escolha não foi bem-sucedida.
Verstappen, por outro lado, teve um certo fôlego para perseguir Russell por algumas voltas, mas notando que a ultrapassagem não aconteceria, recuou e precisou se contentar com o sexto lugar – melhor resultado da Red Bull neste fim de semana.
Os pneus resistiram por mais de 70 voltas, pois a pista não cobrou muito dos pilotos. Algumas equipes como foi o caso de McLaren e Racing Bulls, prepararam os pneus nos treinos livres, “cozinhando” a goma após uma volta rápida, para ter um pneu mais resistente. No entanto, a dupla da Ferrari completou a corrida com pneus duros novos e funcionou do mesmo jeito.
Leclerc foi instruído a diminuir o ritmo no final da prova para evitar um erro e comprometer a sua corrida, já que tinha chances de converter a pole em vitória.
A corrida “monótona” em Mônaco foi boa para a Ferrari, já que o time não precisou lidar com o Safety Car, arriscando perder a liderança para uma McLaren, que imprimiu um ritmo forte desde o começo do fim de semana e por um detalhe não faturou a pole.
Lance Stroll que brigava por pontos, danificou o seu jogo de pneus na volta 50 e com os pit-stops extras prejudicou a sua corrida. O canadense usou todos os pneus disponíveis para o evento, assim como Zhou Guanyu.
Logan Sargeant foi o único que não cumpriu a parada obrigatória na bandeira vermelha, permanecendo com o mesmo jogo de pneus duros que usava na largada, quando uma certa distância foi estabelecida entre os adversários, a Williams realizou a troca obrigatória no carro do piloto norte-americano, porém, Sargeant não tinha chance de pontos.