Carlos Sainz Sênior fez um pronunciamento em suas redes sociais nesta quarta-feira (25) informando que não se candidatará às eleições presidenciais da FIA como era o esperado. O bicampeão de rally e quatro vezes vencedor do Dakar, era visto com uma boa indicação para fazer oposição a candidatura do presidente Mohammed Ben Sulayem.
A decisão, segundo Sainz, está relacionada aos seus compromissos esportivos — especialmente com o projeto da Ford no Rally Dakar, competição na qual ele buscará a quinta vitória em sua carreira em 2026. Apesar de abrir mão da candidatura neste momento, o espanhol ressaltou que continua atento ao cenário da FIA e acredita que mudanças importantes são necessárias dentro da entidade que rege o automobilismo mundial.
“Oi pessoa, esta mensagem é para confirmar publicamente que finalmente decido não concorrer à presidência da FIA nas eleições desse ano”, iniciou Carlos Sainz.
“Trabalhei arduamente nos últimos meses para compreender profundamente a situação da FIA e as exigências e complexidades inerentes a um projeto tão importante. Após uma reflexão profunda, cheguei à conclusão de que as circunstâncias atuais não são ideias para fundamentar a minha candidatura. Além disso, percebi que concorrer à Presidência comprometeria consideravelmente a minha preparação para o Dakar e não pretendo enfraquecer o meu compromisso com a Ford e a minha equipe. Essas preocupações levaram-me, portanto, a ser realista e a desistir, por enquanto, do meu projeto junto à FIA.”
“Apesar de ter me afastado desta corrida, minha paixão por servir e liderar no mundo do automobilismo não mudou, ainda acredito que a organização precisa de mudanças importantes, que continuo genuinamente esperançoso de que serão abordadas nos próximos anos. Tanto as corridas quanto a mobilidade têm sido minha vida e acompanharei de perto os desenvolvimentos futuros com grande interesse. Sempre apoiarei meu esporte e tentarei contribuir de todas as maneiras significativas para melhorar a mobilidade dos usuários das estradas em todo o mundo.”
“Por fim, quero agradecer sinceramente a todos pelas mensagens de apoio, incentivo e conselhos que recebi nas últimas semanas. Elas reforçaram minha confiança para continuar lutando pelos meus objetivos presentes e futuros, e sou verdadeiramente grata. Obrigado.”
— Carlos Sainz (@CSainz_oficial) June 25, 2025
Nos bastidores, o nome de Sainz vinha ganhando força entre diferentes figuras do esporte a motor — de pilotos a chefes de equipe — que viam no veterano uma liderança mais equilibrada e aberta ao diálogo. A ideia de uma candidatura ganhou ainda mais fôlego após uma série de polêmicas envolvendo o atual presidente Mohammed Ben Sulayem.
Sulayem ganhou as eleições realizadas no final de 2021. Desde então, sua presidência foi marcada por críticas sobre a falta de transparência, disputas internas e um clima de desconfiança. Em abril de 2025, por exemplo, o então vice-presidente de esportes da FIA, Robert Reid, renunciou ao cargo alegando que não poderia seguir “com boa-fé”. Além disso, uma carta aberta do representante britânico David Richards acusou Sulayem de concentrar ainda mais poder e restringir o diálogo dentro da organização.
Mesmo diante da desistência de Sainz, a expectativa em torno das próximas eleições na FIA permanece alta. Ben Sulayem já indicou que tentará um segundo mandato, apesar das pressões internas e externas que vêm se acumulando desde o início de sua administração.
Por ora, Carlos Sainz Sênior segue com foco total no Rally Dakar, mas não está descartada uma futura participação no processo eleitoral da FIA. Seu nome, que une prestígio esportivo e credibilidade internacional, pode voltar ao centro das discussões em breve — principalmente se as tensões internas da entidade persistirem.
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