O atual presidente da FIA, segue o caminho para se manter no cargo por mais um mandato, pois os outros candidatos estão inviabilizados de montar a sua chapa, para participar das eleições de 2025. Tim Mayer, por sua vez, retirou a candidatura e expressou o descontamento com as regras da eleição.
O norte-americano surgiu como oposição, sendo o primeiro que apresentou a sua candidatura para as eleições da FIA, do dia 12 de dezembro no Uzbequistão. No entanto, Mayer não conseguiu o apoio necessário para formalizar a sua candidatura.
Embora existisse três candidatos que desejavam concorrer à presidência, tanto Mayer como Laura Villars e Virginie Philipott ficaram na mesma situação – já que não será possível atender a principal regra para a formação da sua chapa eleitoral.
Para concorrer, cada candidato precisa montar uma lista presidencial composta por 10 membros: a formação de cada chapa deve seguir critérios rígidos estabelecidos pela FIA. Ela precisa incluir um presidente, um presidente do senado, um vice-presidente para mobilidade e turismo, um vice-presidente desportivo, além de sete vice-presidentes para o esporte.
Esses sete representantes devem ser escolhidos entre os candidatos aprovados para o Conselho Mundial do Esporte a Motor (WMSC), respeitando a distribuição geográfica exigida pela federação: dois da Europa e um de cada uma das seguintes regiões — América do Sul, América do Norte, Ásia-Pacífico, Oriente Médio e Norte da África, e África.
LEIA MAIS: Ben Sulayem perto de renovar mandato após manobra política na FIA
A concorrência foi barrada, já que alguns locais, como a América do Sul, contam com apenas um representante (no caso, Fabiana Ecclestone) que faz parte da chapa do atual presidente – eles esses nomes não podem se repetir na lista de outro candidato. Além disso, em algumas outras regiões, os indicados são apoiadores de Sulayem, inviabilizando que os outros candidatos consiga esse apoio para compor as suas listas.
A lista divulgada pela FIA com todos os 29 candidatos elegíveis para integrar o WMSC foi apresentada, sem a possibilidade de incluir outros membros, para que os outros candidatos possam formar as suas listas.
Mayer disse que a eleição presidencial da FIA “não era mais um processo democrático”.
“Quando as eleições são decididas antes da votação, isso não é democracia — é teatro. E quando os clubes membros não têm escolha real, eles se tornam espectadores, não participantes.”
Mayer questionou o critério que limita a presença de apenas um candidato sul-americano e dois africanos na lista do Conselho Mundial, além de criticar a redução do número de membros elegíveis, que caiu de 40 em 2021 para 29 neste ano.
Segundo ele, Ben Sulayem estaria exercendo um “poder sem limites”.
“Não existe nenhuma transparência neste processo. Isso não surgiu da noite para o dia — já acontece há mais de duas décadas. Mohammed não é o primeiro a tentar restringir o voto, mas chegamos a um ponto em que praticamente só uma pessoa pode participar da eleição”, afirmou Mayer.
Nota de um porta-voz da FIA sobre as eleições:
A eleição presidencial da FIA é um processo estruturado e democrático, para garantir justiça e integridade em todas as etapas.
Os requisitos para as eleições da FIA de 2025, incluindo os prazos e os critérios de elegibilidade para a Lista Presidencial e os Conselhos Mundiais, estão definidos nos Estatutos e Regulamentos Internos da FIA, disponíveis publicamente no site da organização. Informações detalhadas sobre essas eleições também estão disponíveis em uma página dedicada no site da FIA desde 13 de junho de 2025 e comunicadas a todos os membros da FIA.
Os requisitos relacionados à representação regional dos Vice-Presidentes do Esporte e à sua seleção pelo Conselho Mundial do Automobilismo para a elaboração de uma Lista Presidencial não são novos. Esses critérios se aplicavam a eleições anteriores.
Como era de se esperar, a preparação de uma candidatura para uma Lista Presidencial ou para os Conselhos Mundiais exige a execução de certas etapas. Os candidatos em potencial tiveram que preparar suas candidaturas desde a publicação das informações detalhadas em 13 de junho.
Relatório
O relatório encomendado pela equipe de Tim Mayer considera que as práticas de governança da FIA estão em linha com as de outras federações, particularmente aquelas “que fizeram progressos na formalização de estruturas de governança”. O processo de benchmarking descrito no relatório não considera a FIA atrasada. Isso reflete o fato de que a FIA tomou diversas medidas para fortalecer suas políticas de governança corporativa.
A FIA não foi contatada para confirmar nenhuma das declarações ou suposições feitas sobre seus processos, políticas e administração no relatório.
Conheça nossa página na Amazon com produtos de automobilismo!
O Boletim do Paddock é um projeto totalmente independente. É por isso que precisamos do seu apoio para continuar com as nossas publicações em todas as mídias que estamos presentes!
Conheça a nossa campanha de financiamento coletivo do Apoia.se, você pode começar a contribuir com apenas R$ 1, ajude o projeto. Faça a diferença para podermos manter as nossas publicações. Conheça também programa de membros no nosso canal do Youtube.
Descubra mais sobre Boletim do Paddock
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.