Corridas eletrizantes e cheias de ação já viraram a cara de 2016. O GP da China não fugiu a regra e proporcionou muito drama e emoção, com o novo regulamento de pneus se mostrando efetivo novamente.
Diversos incidentes, inúmeras estratégias e um grid muito misturado em grande parte da prova ditaram o ritmo do domingo. Nico Rosberg venceu novamente, se juntando a Michael Schumacher, Sebastian Vettel e Alberto Ascari no seleto grupo de pilotos com seis vitórias consecutivas.
Rosberg lucra em uma estratégia alternativa
O vencedor da prova optou por uma estratégia bem diferente, a qual começou a ser executada ainda no sábado. Rosberg fechou o Q2 na 3ª posição com os pneus macios, se classificando sem sustos para a parte final do Quali. Como os pilotos que passam para o Q3 largam com os pneus utilizados na etapa anterior, o alemão chegou ao grid com o pneus amarelos no domingo.
A Mercedes já apresentava um bom ritmo com os macios durante os treinos livres, além disso, o traçado que proporciona um índice alto de degradação tornava os macios muito mais fortes que os super macios devido a velocidade e durabilidade. Se apoiando nos pneus amarelos, Rosberg parou apenas duas vezes durante o GP, permanecendo na pista durante o carro de segurança, trocando para outro set de macios e terminando a prova nos médios.
A estratégia funcionou perfeitamente e sua pilotagem equilibrada rendeu acachapantes 40 segundos de diferença para o 2º colocado no fim da prova, certamente aliviando a pressão da equipe durante o Gp e evitando desgastes de pneu extras para o alemão.
Médios usados com frequência
Após uma performance duvidosa no Bahrein, os pneus médios foram usados com muita frequência na China, graças a durabilidade do composto no circuito de Shanghai. Muitas equipes sofreram com alto desgastes durante os treinos livres, o que praticamente inutilizou os super macios nessas condições de pista.
Os macios e médios foram os viram mais ação no Domingo. Era esperado que os pneus amarelos fossem usados com mais frequência e a teoria se comprovou durante a prova, já que vimos muitos stints menores com este composto. Entretanto, os médios também receberam sua parcela de atenção perto do fim da corrida, alguns pilotos com Ericsson e Alonso, até usaram dois sets de pneus médios.
Três paradas foram a estratégia ideal
No total, 15 pilotos completaram três paradas no GP da China, sendo a estratégia mais utilizada devido ao alto índice de desgaste de pneus no circuito, abrindo o leque de opções para o uso de diferentes compostos. A estratégia mais comum foi largar com Super macios, partir para dois stints de macios e terminar a prova com médios.
Mesmo assim, diversas estratégias diferentes foram usadas. Rosberg conseguiu parar apenas duas vezes largando com os macios e permanecendo na pista durante o carro de segurança. Boa parte do pelotão parou durante o Safety Car logo após os incidentes da primeira volta, gerando um pitlane bem movimentado, ainda sim, alguns pilotos ficaram na pista e conseguiram fazer uma estratégia de apenas duas paradas funcionar.
Caos nas primeiras voltas gera mais paradas
Muitos pilotos foram forçados a fazer mais paradas que o planejado devido ao caos nas primeiras voltas do Gp. Já na longa primeira curva, Vettel e Kimi colidiram e o finlandês rodou em direção a RBR de Daniil Kvyat, causando um dano na asa dianteira da Ferrari. Raikkonen parou no fim da volta 1, assim como Grosjean e Felipe Nasr, ambos com problemas na asa dianteira.
Hamilton largou em ultimo, vítima de um problema no ERS durante o Quali, e foi atingido por Nasr na primeira curva, também perdendo a asa dianteira e sendo forçado a parar no fim da primeira volta. O britânico ainda parou duas vezes durante o carro de segurança para se livrar dos super macios. Nico Hulkenberg ainda foi punido e teve que pagar um drivethrough, comprometendo completamente sua corrida.
A mudança da regra de pneus, entregando três compostos por GP, colaborou para corridas eletrizantes no início dessa temporada. Pilotos batalhando fora de posição e com compostos diferentes. A maior parte do grid tem conseguido guardar pelo menos um set de cada pneu para o domingo, aumentando a variedade de estratégias e alternativas. Isso também aumenta a possibilidade de erros, como por exemplo a tentativa de apenas duas paradas da McLaren com Jenson Button, o britânico não conseguiu levar o seu útimo set de médios até o final e foi obrigado a parar novamente.
Corridas de recuperação muito efetivas
Após tantos incidentes e problemas na primeira volta, fomos presenteados com corridas de recuperação incríveis. Vettel caiu para oitavo devido ao incidente na primeira curva mas o ritmo intenso da Ferrari e uma estratégia de três paradas muito bem executada o colocando em um sólido segundo lugar.
Daniel Ricciardo sofreu um furo de pneu enquanto liderava a prova na volta 3. Sua 2ª posição no Quali provou que o RB12 tinha ritmo de prova e isso ficou ainda mais evidente enquanto o australiano fatiava rapidamente o pelotão. Também parando três vezes, foi agressivo durante praticamente toda a corrida, terminando em uma merecida 4ª colocação.
Kimi Raikkonen foi obrigado a parar na primeira volta para reparar sua danificada Ferrari e ainda aproveitou a ocasião para colocar os pneus amarelos. Um longo stint nos pneus médios ajudou o finlandês a superar pilotos mais lentos enquanto calçava o composto mais resistente, completando apenas três paradas, ao contrário de Hamilton.
Kimi e Lewis chegaram a correr juntos após as confusões da primeira volta. No entanto, o britânico parou 5 vezes, duas sob safety car, completando alguns stints menores com os pneus amarelos. O atual campeão optou por terminar a corrida com os médios mas o longo stint fez com que sua corrida de recuperação terminasse mais cedo. Hamilon cruzou a linha de chegada em 7º, duas posições atrás de Kimi.
Stints mais longos
- Médios: Perez – 28 Voltas
- Macios: Vettel – 21 Voltas
- Super Macios: Vettel – 13 Voltas
Mais paradas
- Grosjean e Hulkenberg – 4 (Incluindo drive-throughs)
Fonte
Formula Legend Brasil