Boletim EstratégicoFórmula 1

Boletim Estratégico: GP da Austrália de 2016

FLSR

Após um longo e tenebroso inverno, o grid finalmente voltou as pistas, e mesmo em meio a novas regras e sistemas de classificação polêmicos, a primeira etapa da temporada não poderia ter sido melhor. Três compostos de pneu enviados a Melbourne, confusão na largada e até uma bandeira vermelha foram fatores essenciais para um GP tão movimentado.

Aproveitando o começo da temporada, o Formula Legend também decidiu estrear, trazendo pela primeira vez o boletim estratégico em português para o deleite do público brasileiro.

Vettel perde a liderança após erro estratégico

Graças a uma largada espetacular, Vettel conseguiu pular para a liderança e manteve uma vantagem confortável no primeiro terço da prova. O alemão usou Super-softs nos primeiros dois stints, parando pela primeira vez na volta 12. No entanto, a bandeira vermelha causada por Fernando Alonso e Esteban Gutierrez prejudicou ainda mais a escolha estratégica da Scuderia.

Por conta da paralisação, as chances de vitória do tetracampeão foram destruídas, uma vez que a Ferrari optou por utilizar um longo terceiro stint de super macios antes de trocar para macios no último trecho do GP. Em contrapartida, a escolha de dois stints de médios feita pela Mercedes se mostrou eficiente já que tanto Roserg, quanto Hamilton pularam Vettel nos pits.

A escolha estratégica equivocada custou caro. O ritmo de corrida de Sebastian Vettel com os macios na parte final da corrida era ótimo, mas não bom o suficiente para encarar as Mercedes. O erro na penúltima curva perto do fim do GP também colaborou para a 3ª posição com gosto amargo do alemão.

Ricciardo também perde tempo por conta dos pneus

A corrida do australiano foi excepcional, largando em oitavo e terminando em 4º, mesmo com um carro ainda limitado em relação ao pelotão dianteiro, impressionando a torcida Aussie com muitas ultrapassagens e um ritmo forte. No entanto, uma escolha estratégica equivocada pode ter tirado a possibilidade de subir ao pódio em casa.

Ricciardo largou com super macios, e assim como Vettel, parou novamente antes da bandeira vermelha, mas ao contrário do alemão, voltou com pneus macios após a paralisação e chegou a estar na vice-liderança antes da sua última parada, dessa vez para super macios, no trecho final da prova.

Mesmo com o composto mais rápido, a passagem extra pelos boxes impossibilitou um aproveitamento melhor da ótima posição de pista após o acidente de Fernando Alonso. Ainda sim, voltar com os pneus médios não seria uma garantia de pódio já que o ritmo de corrida de Mercedes e Ferrari era claramente superior. De qualquer forma, o 4º lugar foi um ótimo resultado para o australiano.

Haas se aproveita da bandeira vermelha

O retorno dos americanos ao grid foi brilhante, garantindo 8 pontos já na primeira etapa da temporada graças ao 6º lugar de Romain Grosjean, a primeira equipe estreante a pontuar em sua primeira corrida desde o 6º lugar de Mika Salo com a saudosa Toyota em 2002. Além de uma pilotagem espetacular pelo francês, a Haas fez escolhas estratégicas perfeitas, uma vez que Grosjean sequer fez um pit-stop convencional durante a corrida.

Grosjean largou com os macios e partiu para um stint longo antes do acidente na volta 19. Voltando a pista com os médios, manteve um ritmo de corrida consistente durante as 39 voltas finais, se defendendo bem de Nico Hulkenberg e Valtteri Bottas enquanto escalava o grid graças ao pit-stop de outros pilotos.

Magnussen se recupera do começo desastroso

O tão esperado retorno de Kevin Magnussen ao grid começou com o pé esquerdo, já na curva 2 o dinamarquês sofreu um furo de pneu e perdeu muito tempo se arrastando até os pits enquanto jogava faíscas para todo lado.

Mesmo largando com super-softs, a parada prematura forçou uma mudança para os médios, além de colocá-lo uma volta atrás. No entanto, a paralisação o posicionou na mesma volta dos líderes novamente, ressuscitando sua corrida e o trazendo de volta para briga.

Kevin voltou com pneus médios e cumpriu um stint de incríveis 41 voltas, brigando por posições e escalando gradualmente o pelotão até a 12ª posição, uma atrás de seu companheiro de equipe, o estreante Jolyon Palmer. Grande parte da atenção na Reanult foi dada ao resultado convincente do britânico, mas a corrida de recuperação de Kevin Magnussen também merece destaque.

Novas regras colocam fogo na corrida

A nova regra de pneus contribuiu com a variedade tão grande de estratégias utilizadas no GP. Desde não completar um pit-stop sequer até largar com super macios e partir para stints longos com os médios, ou até mesmo dividir o trecho final da prova com dois super macios. Os três compostos enviados para Melbourne foram usados de diversas maneiras diferentes.

Essa mesma regra de pneus limitou as opções no treino de classificação e contribuiu para o desastre de sábado. Ainda sim, devido a essa mudança devemos ver muitas estratégias distintas durante a temporada, o que, assim como vimos na Austrália, proporciona ainda mais emoção durante a corrida.

Stints mais longos

  • Médio: Magnussen, Hamilton – 41 voltas
  • Macios: Ricciardo – 24 voltas
  • Super Macios: Vettel – 17 Voltas

Mais paradas

Magnussen, Ericsson, Button, Sainz, Verstappen, Wehrlein, Vettel, Ricciardo – 3 Paradas

(Incluindo drivethroughs)

Jack LeslieTexto Original

Formula Legend Brasil

Boletim Estratégico Austrália 2
Fonte: @pirellisport
Boletim Estratégico Austrália 1
Fonte: @pirellisport
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