Muito se fala sobre o apoio as pilotas, Aurélia Nobels disputará a Fórmula 4 Brasil, ela é a única mulher dentre os 16 pilotos inscritos. Antes da lista ser confirmada, existia a expectativa de que Julia Ayub e Antonella Bassani também competissem na categoria.
Nobels nasceu nos Estados Unidos, é filha de país belgas, mas está no Brasil desde os três anos de idade. Aos dez anos ela iniciou a sua trajetória no kartismo, participando da escolinha do ex-piloto de Stock Car, Tuka Rocha – infelizmente o piloto faleceu em 2019 em um acidente de avião.
Agora aos quinze anos disputará a Fórmula 4 Brasil, um reflexo depois de ser incentivada pelos pais e inspirada por outras mulheres que também competiram ou estão no automobilismo.
“Estou muito feliz e orgulhosa por representar as mulheres na Fórmula 4. Ainda somos poucas no automobilismo. Não tenho medo de nada”, disse Aurélia.
Vemos que cada vez é mais necessário apoiar as mulheres no automobilismo, para que mais mulheres estejam na base, mas que também consigam vagas em grandes categorias. O incentivo começa logo na formação, dando mais oportunidade para que as mulheres, estimulando a participação delas nestes esportes. Muitas relatam que falta apoio em casa, algo diferente do que foi encontrado por Aurélia.
Nestes anos competindo no Kart, ela disputou as principais competições no Brasil, ela também foi a única mulher no grid do Mundial da classe OK Júnior em 2020. No ano passado competindo em Portugal, fez o circuito europeu para ganhar mais experiência. “Foi uma experiência incrível, muito difícil, mas aprendi bastante”, salienta a pilota. Por meio do Draft, Aurélia faz parte da equipe TMG Racing.
O automobilismo ainda é visto como um ambiente masculino, então é uma batalha ainda mais difícil para as mulheres conseguirem o seu espaço, entretanto, iniciativas como a da W Series, FIA Girls on Track, assim como a cobrança pela diversidade também são importantes para mudar o cenário do automobilismo.
“É um esporte no qual é muito difícil competir com os meninos. Existe o machismo e também o fato de que alguns deles não aceitam perder para uma mulher”, observa Aurélia uma situação que é recorrente no automobilismo.
Esperamos que Aurélia não seja a única competidora da Fórmula 4 e que nos próximos anos mais mulheres possam competir na categoria, mas ganhar também mais espaço no automobilismo.
“Nunca pensei que um dia chegaria aqui em uma categoria de fórmula. No começo, no kart, era só uma brincadeira, não imaginei que seguiria uma carreira. Neste ano, minha maior meta é aprender muito, a cada etapa, e depois seguir buscando meus objetivos dentro do automobilismo”, disse Aurélia.
“Estou muito animada por poder integrar a TMG e por ter a chance de trabalhar com o Thiago Meneghel (chefe da equipe). Já fizemos um treino, com um carro da antiga Fórmula 3. Também tenho intensificado a preparação física e tenho trabalhado muito com o simulador. Estou ansiosa para esse desafio que está por vir”, seguiu Aurélia.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!