O GP de Mônaco contou com vitória de Lando Norris, em uma corrida que não foi nada fácil, pois o piloto precisou resistir aos ataques de Charles Leclerc, assim como a estratégia ousada da Red Bull. A sorte estava do lado da McLaren, fazendo o britânico conquistar a sua segunda vitória do ano.
Para a prova desse ano, a classificação novamente foi um passo muito importante para determinar quem cruzaria a linha de chegada na liderança e a McLaren fez a lição de casa no sábado. Norris duelou com Leclerc desde o início da prova, o monegasco tentou atacar na primeira curva, mas o britânico resistiu. Em boa parte da prova, a tática da Ferrari foi pressionar o competidor da McLaren e a luta foi até o final.
As equipes foram para o GP de Mônaco com a necessidade de fazer duas paradas, a escolha foi para movimentar um pouco da corrida. Mas de certo modo, a corrida se manteve travada, pois o pelotão intermediário dificultou as coisas, acentuando ainda mais o trânsito.
A McLaren escolheu fazer o feijão com arroz nas estratégias e não arriscar. Norris parou na volta 19, para instalar o jogo de pneus duros e fez a segunda troca no carro #4 no giro 50. Com Oscar Piastri, a McLaren parou o competidor na volta 20 e no giro 48 – fazendo a mesma combinação: médio – duro – duro.
A Ferrari fez o possível para ganhar a posição de Norris, optando pelos pneus médios para o trecho final da corrida de Leclerc. Mas o monegasco ficou preso atrás do DRS, enquanto Piastri foi instruído para se aproximar e dificultar a corrida de Leclerc – para que o piloto monegasco ficasse mais concentrado em se defender, do que atacar Norris.

Com essas trocas de pneus realizadas por McLaren e Ferrari, Max Verstappen contava com uma tática diferente. O neerlandês largou com os pneus duros, dessa forma ele permaneceu até a volta 28 com esses compostos. Verstappen foi da volta 28 até a 77 com os pneus médios, esperando a ação do Safety Car ou uma bandeira vermelha. O piloto até forçou a aproximação de Norris, mas não deteve o adversário.
A liderança da corrida trocou de mão na volta 50, quando Norris recorreu aos boxes para cumprir a segunda parada obrigatória. Na visão da Red Bull, era melhor partir para o tudo ou nada, já que a quarta posição estava garantida, pois Lewis Hamilton não era uma ameaça para a corrida do neerlandês. Mesmo com os pneus bem degradados, Verstappen resistiu até onde deu e a sua segunda parada obrigatória aconteceu apenas no penúltimo giro.
Com a determinação de duas paradas, a Fórmula 1 esperava uma corrida mais movimentada, trocas de posição e um agito para Mônaco. No entanto, a maior parte do pelotão ficou presa em um trenzinho sem conseguir ultrapassar. Mesmo os líderes, precisaram lidar com os retardatários e precisaram levar isso em consideração nas suas estratégias, para evitar cair no pior tráfego.
No meio desse grid a estratégia foi diferente, tanto a Racing Bulls, como a Williams usaram a tática de segurar os seus adversários. O trabalho começou com Liam Lawson que ocupava o nono lugar e optou por andar um pouco mais lento, para que Isack Hadjar fizesse as suas duas trocas de pneus sem ser incomodado pelos pilotos da Williams ou Mercedes.
Conforme a escolha, a Racing Bulls conseguiu garantir a sexta posição com Hadjar e Lawson também terminou no top-10, logo atrás de Esteban Ocon em sétimo.
O neozelandês fez o mesmo, por conta de uma ajudinha de Carlos Sainz, que bloqueou o pelotão para Alexander Albon fazer as suas trocas obrigatórias de pneus. Lawson fez suas paradas na volta 31 e 40, enquanto Albon parou no giro 32 e junto com o piloto da Racing Bulls na volta 40.
O fato de a Williams notar que essa escolha também era boa para mantê-los no top-10, ajudou o time de Grove bloquear a ação da Mercedes. O jogo de equipe deixou George Russell furioso. O britânico então fez uma ultrapassagem ilegal, cortando a Nouvelle Chicane para faturar a posição e Albon, onde o competidor não tinha nenhuma intenção de fazer uma manobra de devolução.
Rapidamente os comissários analisaram o caso e puniram o piloto da Mercedes, com um Drive Through, mas ainda saiu barato para Russell.
– Antes do evento, o diretor de prova conversou com os comissários que essa situação realmente poderia acontecer na prova em Mônaco. As corridas no Principado já são bem difíceis por conta do tráfego e essa estratégia das equipes, poderia deixar alguns competidores impacientes.
Os comissários foram instruídos para analisar cuidadosamente saídas de pista na curva 10, evitando que competidores realizassem esse tipo de ultrapassagem para superar carros mais lentos. No documento da punição de Russell eles disseram: “Essa comunicação também deixou claro que uma penalidade de 10 segundos prevista pelo regulamento pode ser insuficiente para essa infração deliberada e que a penalidade aplicada pode ser maior que 10 segundos”.
Por conta da infração deliberada, onde Russell assumiu o risco de ser punido, o piloto realmente tomou uma punição considerada mais dura.
Voltando para a corrida… A tática da Williams tirou a Mercedes dos eixos. O time alemão imaginava que seria possível colocar os carros no top-10, depois de uma batida de Andrea Kimi Antonelli no final do Q1 e do problema enfrentado por George Russell no Q2. Mas as escolhas de times que estavam à frente, comprometeram os seus resultados.
A Mercedes optou por fazer as duas paradas de George Russell e Kimi Antonelli, apenas no final. Em um momento da corrida, era quase como se a equipe tivesse esquecido da obrigatoriedade das duas paradas. A equipe alemã, achava que seria possível usar a tática da Racing Bulls e Williams, para garantir paradas livres, mas como os adversários pensaram o mesmo, a tática deles de se ajudar no GP, não colaborou. Um regime de bandeira vermelha ou o Safety Car poderia mudar o rumo de suas corridas.
Fernando Alonso também foi um piloto que ficou bem descontente com o jogo de equipe dos adversários – mas o espanhol não teve a chance de terminar a corrida, pois novamente o carro apresentou problemas.
Na Sauber, Gabriel Bortoleto tentou uma manobra ousada para cima de Andrea Kimi Antonelli, o brasileiro até ganhou a posição, mas antes da entrada do túnel – por falta de espaço para fazer a curva – bateu na barreira de proteção e precisou fazer a primeira parada, para reparar o carro.
A corrida de Bortoleto não estava perdida, como o meio do pelotão tinha reduzido o ritmo era possível recuperar a sua corrida. No entanto, a escolha do momento das paradas, tanto de Gabriel como de Nico Hülkenberg, não foram boas, justamente por não ser uma pista fácil de ultrapassar e pelo bloqueio realizado pela Williams.

O chefe de equipe da Sauber explicou: “Com Nico, trocamos para o composto duro na volta 12, quando Liam [Lawson] fechou o pelotão, e novamente para os macios na volta 44, quando Alex [Albon] fez o mesmo. Em um circuito onde as ultrapassagens são notoriamente difíceis, esta foi uma corrida em que a estratégia, em última análise, ditou o resultado – e algumas equipes estavam em posição de aproveitar o máximo o funcionamento do regulamente esportivo adaptado. Foi um daqueles dias em que a Racing Bulls, a Williams e a Mercedes estavam claramente fazendo o jogo de equipe, o que oficialmente tornou as coisas mais difíceis para nós”.
A corrida foi realmente pautada nessa escolha que determinava o “uso de três jogos de pneus”, onde a maioria do grid trabalhou apenas com os pneus médios e duros. Portanto, para Bortoleto foi necessário fazer uma terceira parada para concluir a prova, mas o competidor voltou ao jogo de pneus médios usados na sua largada.
Pela dinâmica do fim de semana e até mesmo, alguns momentos da classificação que os pilotos usaram os pneus médios – o composto C6 e o mais macio do fim de semana, entrou em ação em algumas estratégias.
Pilotos como Max Verstappen, Yuki Tsunoda, Isack Hadjar e Liam Lawson, Nico Hülkenberg e Gabriel Bortoleto precisavam contar com os pneus macios em suas combinações, pois contavam com apenas um jogo de pneus macios e duro, cada.
Foi interessante, de modo geral, tentar algo diferente para a corrida de Mônaco, mas ainda falta alguma coisa. Talvez para o próximo ano, obrigar a utilização de todos os pneus, possa dar uma apimentada nas coisas.
Após a largada, vários pilotos conseguiram preservar as suas posições, conforme a corrida avançou, alguns pilotos tiveram a liberdade de acelerar, como aconteceu com o pelotão da frente que deu 1 volta em Hadjar (sexto colocado) e duas a partir de Albon (nono colocado).
Talvez para a corrida do próximo ano, também seja necessário pensar nessa questão do delta, para impedir essa quebra do pelotão intermediário. Mas são coisas para se pensar até o próximo evento no Principado.
A ação do Safety Car foi aguardada, assim como uma bandeira vermelha, mas dessa vez esse recurso não entrou para a conta das equipes, embora a Red Bull esperasse muito por ela – o mesmo na Mercedes.

Yuki Tsunoda também não conseguiu progredir, apesar de parar na primeira volta e fazer 72 voltas com os pneus duros, o piloto parou no giro 73 para instalar os pneus médios, saindo da décima segunda posição, para décimo sétimo. Enquanto em termos de pneus macios, Nico Hülkenberg deu vida aos compostos por 32 voltas.
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