Mattia Binotto optou por deixar o cargo de chefe de equipe da Ferrari ao final de dezembro. O time italiano já trabalha para substituir o suíço. O anúncio foi realizado pela Ferrari nesta terça-feira (29), após um período em que os rumores já apontavam a saída de Binotto.
Antes da final em Abu Dhabi, quando os rumores se tornaram ainda mais intensos, a Ferrari fez um comunicado, informando que Binotto não estava deixando o time.
A Ferrari começou a temporada vencendo, com desempenho e material para ser campeão, mas após uma sequência de problemas com confiabilidade, problemas no desenvolvimento do carro e diversos erros estratégicos, combinados à erros dos pilotos, causou a perda do título.
Apesar de emplacar algumas poles ao longo do ano, a Ferrari ainda perdeu pódios importantes e chegou em Abu Dhabi com o risco de perder o segundo lugar no Campeonato para a Mercedes. Até mesmo o time alemão com tamanha dificuldade em seu projeto, obteve uma vitória após as férias de verão.
Binotto deixará a equipe após 28 de contribuição. O suíço ingressou no time como engenheiro de motores em 1995 e só assumiu a função de chefe de equipe para a temporada 2019, substituindo Maurízio Arrivabene, abrangendo o departamento de gestão esportiva.
A Ferrari passou por um processo de reestruturação, após a morte de Sergio Marchionne em 2018, combinada com a saída de Arrivabene. Binotto foi promovido ao cargo de chefe de equipe da Ferrari, se dividindo entre trabalhos na fábrica e nas pistas.
“Gostaria de agradecer a Mattia por suas grandes contribuições ao longo de 28 anos com a Ferrari e, particularmente, por levar a equipe de volta a uma posição de competitividade. Como resultado, estamos em uma posição forte para renovar nosso desafio, acima de tudo para nossos incríveis fãs ao redor do mundo, para ganhar o próximo campeonato. Todos aqui na Scuderia e na comunidade da Ferrari, desejam a Mattia tudo de bom para o futuro”, disse o CEO da Ferrari, Benedetto Vigna.
O anúncio era esperado para essa terça-feira, Binotto escolheu deixar a equipe, pois não sentia que John Elkann, presidente da Ferrari, depositava confiança em seu trabalho. Elkann já tinha salientado que a equipe precisava melhorar como um todo, incluindo o chefe de equipe.
Aos poucos, Binotto não passava a confiança necessária para ocupar o cargo de chefe de equipe e a má gestão dos erros, tornava evidente que essa função não poderia continuar em suas mãos.
A mídia está ventilando a possibilidade de Frédéric Vasseur, atual chefe de equipe na Alfa Romeo ocupar a função na Ferrari. Porém, Laurent Mekies, que ocupa o cargo de diretor esportivo na Ferrari, também é cotado para a função, por ser da casa e ter trabalhado ao lado de Binotto.
“Com o pesar que isso acarreta, decidi concluir minha colaboração com a Ferrari. Saio de uma empresa que adoro, da qual faço parte há 28 anos, com a serenidade e convicção de que tenho feito todos os esforços para atingir os objetivos traçados. Deixo uma equipe unida e em crescimento. Uma equipe forte e pronta para atingir os objetivos, aos quais desejo uma grande felicidade para o futuro. Acho que é certo dar este passo neste momento tão difícil quanto esta decisão foi para mim. Gostaria de agradecer as pessoas da gestão esportiva que partilharam como este percurso, feito de dificuldades, mas também de muita satisfação”, afirma Binotto.
Em 2026, a Fórmula 1 se prepara para a mudança dos motores, Binotto poderia facilmente ocupar o cargo de engenheiro em outro time, sendo uma peça importante para alavancar a equipe por conta da sua experiência e dos anos com a Ferrari.
O time italiano está trabalhando para determinar quem será o seu novo chefe de equipe, algo deve ser anunciado no início do próximo ano. Binotto permanece ocupando o cargo até 31 de dezembro de 2022.