A Federação Internacional de Automobilismo, presidida por Mohammed Ben Sulayem expressou aversão a quantidade de palavrões ditas pelos pilotos ao longo das sessões que formam o fim de semana da F1. Max Verstappen se torna o primeiro piloto a ser punido com as novas diretrizes que serão seguidas nas provas, já que o uso de linguagem imprópria não será tolerado.
Sulayem acredita que os pilotos precisam ser exemplos e realizar uma comunicação mais limpa com os seus engenheiros. O presidente da FIA solicitou que os rádios que vão ao ar na transmissão contenham menos palavrões dos competidores.
Apesar dos palavrões serem censurados, tanto em áudio como na transcrição, Ben Sulayem afirma que esse é um problema e ainda comentou que os pilotos não são “rappers”.
“Temos que diferenciar o nosso esporte, o automobilismo, da música rap”, comentou o presidente da FIA ao Motorsport.com.
“Não somos rappers, você sabe. Eles dizem a palavra com ‘F’ [palavrão em inglês] quantas vezes por minuto? Não fazemos parte disso. Eles são eles e nós somos [nós].
O presidente ainda relata que entende o lado dos pilotos, pois já correu de rali anteriormente.
“Eu sei, eu era piloto. No calor do momento, quando você acha que está chateado porque outro piloto veio até você e te empurrou. Quando eu dirigia na poeira [e algo assim acontecia], eu ficava chateado. Mas também, temos que ter cuidado com a nossa conduta. Precisamos ser pessoas responsáveis. E agora com a tecnologia, tudo está indo ao vivo e tudo vai ser gravado. No final do dia, temos que estudar isso para ver: minimizamos o que está sendo dito publicamente?”
“Porque imagine que você está sentado com seus filhos assistindo à corrida e então alguém está dizendo toda essa linguagem suja. Quero dizer, o que seus filhos ou netos diriam? O que você ensinaria a eles se esse fosse seu esporte?”
Consequências
Nesta sexta-feira (20) em Singapura tivemos o primeiro piloto punido por uso de “linguagem inapropriada” durante a coletiva de imprensa.
Max Verstappen foi chamado pelos comissários, junto de um representante da equipe e depois uma punição foi aplicada ao holandês. O piloto precisará prestar serviço comunitário pelo uso do palavrão.
Em documento publicado no intervalo entre o TL1 e TL2 do GP de Singapura, os comissários disseram:
“É política da FIA garantir que a linguagem usadas em sua plataforma pública, como coletivas de imprensa, atenda aos padrões geralmente aceitos para todos os públicos e transmissões. Em particular, isso é verdade para declarações feitas por participantes do Campeonato Mundial e, portanto, são modelos dentro e fora do esporte. Isso está claro nos regulamentos da FIA e foi reforçado por meio de casos anteriores apresentados aos Comissários na Fórmula 1, em particular em Las Vegas em 2023. Os Comissários revisaram a transcrição da Coletiva de Imprensa de Pilotos da FIA na quinta-feira em Singapura e Max Verstappen, piloto do carro #1, usou uma linguagem para descrever seu carro no evento no Azerbaijão que é geralmente considerada “grosseira, rude” ou pode “causar ofensa” e não é considerada adequada para transmissão. Isso é “Má Conduta”, conforme definido no Art 20 do Código Esportivo Internacional, e é uma violação do Art 12.2.1.k.”
“Os comissários observaram que a linguagem não era direcionada a ninguém ou a nenhum grupo.”
“Quando convocado pelos comissários, o piloto explicou que a palavra usada é comum na fala, como ele aprendeu, o inglês não sendo sua língua nativa. Embora os comissários aceitem que isso pode ser verdade, é importante que os modelos aprendam a ser conscientes ao falar em fóruns públicos, em particular quando não estiver sob nenhuma pressão específica.”
“Verstappen se desculpou por seu comportamento.”
“Os comissários observam que multas significativas foram aplicadas por linguagem ofensiva ou direcionada a grupos específicos. Este não é o caso aqui. Mas, como este tópico já foi levantado antes e é bem conhecido pelos competidores, os comissários determinaram ordenar uma penalidade maior do que a anterior e que Verstappen seja “obrigado a realizar algum trabalho de interesse público” (Art. 12.4.1.d do Código Esportivo Internacional), em coordenação com o Secretário Geral do Esporte da FIA.”
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