Sergio Pérez venceu o GP de Singapura, o mexicano avançou para a liderança depois que o seu carro respondeu um pouco melhor na largada. O piloto emplacou mais uma vitória para a Red Bull, mas conquista colabora um pouco mais para a sua disputa particular com Charles Leclerc, pois agora apenas dois pontos separam os competidores.
Na largada, a pista estava úmida, forçando os pilotos a começar a prova com os pneus intermediários (faixa verde). Do lado par que Pérez largou, o seu carro tracionou melhor, assim como de Carlos Sainz. O mexicano tomou a liderança, enquanto o espanhol encontrou uma brecha para disputar com Lewis Hamilton a terceira posição e concluir a ultrapassagem no piloto inglês.
A conquista de Sergio Pérez demorou um pouco para ser efetivada, pois o piloto cruzou a linha de chegada, ainda sendo investigado por um incidente com o Safety Car. Pérez foi penalizado apenas com cinco segundos, por não ter ficado dentro da margem de distância de dez carros para o Safety Car. O mexicano tentou se justificar informando que por conta das condições de pista entre as voltas nove e dez, não conseguiu se manter dentro da margem esperada. O piloto também recebeu uma reprimenda da FIA pelo mesmo motivo.
O Safety Car marcou presença em mais uma prova em Singapura, o primeiro período aconteceu ainda no início da prova, com apenas sete, voltas, mas ninguém estava interessado em realizar a troca de pneus, pois a pista continuava quase da mesma forma que foi encontrada no pós-largada. O virtual Safety Car também se fez presente, principalmente em momentos de incidentes menores.
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Cerca de 35 voltas foram realizadas usando os pneus intermediários, pois a pista não secava. Quando a prova começou, a chuva não caia mais no Circuito de Marina Bay, porém, o asfalto não secou completamente. A umidade acaba dificultando a secagem da pista, ainda que as temperaturas estivessem altas.
Os times e pilotos tiveram uma certa dificuldade para identificar o melhor momento para abandonar o uso dos pneus intermediários e usar os pneus de pista seca. Próximo do giro 20, alguns pilotos ainda lutavam para controlar os seus carros na pista, mesmo usando os pneus intermediários.
Como George Russell não estava disputando pontos na pista e encontrava muita dificuldade para escalar o pelotão, o inglês foi chamado aos boxes para instalar os pneus médios, sendo o primeiro competidor na pista a apostar no uso dos slicks. A decisão não se mostrou muito boa, o seu carro balançava muito, Russell precisou evitar o encontro com o muro, os pneus não tinham aderência principalmente por conta do traçado ainda úmido. Foi apenas na volta 34/35, cerca de quinze giros depois que Russell usou os pneus médios pela primeira vez na prova, outras equipes instalaram os compostos de pista seca.
O Safety Car provocado pelo abandono de Yuki Tsunoda mudou um pouco o direcionamento final da corrida, principalmente com a instalação dos pneus de pista seca. A parte ruim, é que mesmo com alguns pilotos como Lewis Hamilton e Max Verstappen arriscando ultrapassagens, fora do trilho o traçado não estava adequado para pisar com os pneus de pista seca e no arriscar, gerando assim a perda de posições.
A McLaren com Lando Norris e Daniel Ricciardo, soube aproveitar o Safety Car que ocorreu no momento em que as paradas estavam começando para ganhar posições na pista e obter pontos cruciais, principalmente em um fim de semana que a dupla da Alpine não completou a prova.
Max Verstappen não conseguiu faturar o título em Singapura, o piloto que começou a corrida da oitava posição estava escalando o grid de largada não muito rápido, por conta do circuito travado de Singapura que não possibilita muitas ultrapassagens. Quando a corrida foi reestabelecida após o último período de Safety Car, Max Verstappen atacou Lando Norris, mas fritou os pneus, passou reto e precisou realizar mais uma parada para concluir a prova.
O início da corrida foi adiado por uma hora, por conta da chuva que caiu um pouco antes da direção de prova começar os procedimentos para o início da prova. Optaram por atrasar o começo do evento, para evitar um período de bandeira vermelha e incidentes maiores na largada.
Os Pneus da Rodada
Intermediários (faixa verde): foram os compostos que ditaram o começo da prova, por conta da pista molhada. Conforme a corrida foi evoluindo e um trilho seco era formado na pista, acreditava-se que rapidamente eles seriam substituídos pelos pneus de pista seca, porém, o momento adequado foi de estendendo.
Largando com os pneus intermediários, os pilotos trabalharam aquela goma, tanto o seu aquecimento como a durabilidade. Ainda quando George Russell abandonou os seus pneus intermediários na volta 21, para usar os médios, a pista provou que ainda não era o momento adequado para fazer o uso desses pneus. O traçado estava escorregadio e por si só, é bem traiçoeiro.
Os times também se questionaram sobre a possibilidade de realizar uma parada e ainda usar os pneus intermediários, mas os compostos da largada ainda trabalhavam bem. Neste momento também existe uma questão crucial, aquele pneu que está no carro, foi trabalhado, sofreu a ação da temperatura quando a pista estava encharcada e também passou pelo aquecimento, por conta do traçado que foi secando. A borracha vai se degradando, mas é como se estivesse ‘curada’. Se os times optassem pela substituição desses pneus, para instalar outro jogo de intermediários, ele teria mais borracha e os sucos para a drenagem da água mais intactos, mas não encontraria um traçado molhado como no começo para fazer a drenagem da água, podendo levar esse composto ao superaquecimento e uma degradação mais acentuada do que aquele que estava no carro.
Quase como Hamilton no GP de Turquia de 2020, a ‘melhor alternativa’ era praticamente trabalhar com os pneus intermediários que estavam instalados e estavam praticamente se transformando em slick.
Além disso, vale ressaltar que o pit-lane em Singapura gera a perda de cerca de 28 segundos, desta forma, fazer uma parada sem necessidade é quase um atestado para comprometer o seu resultado.
For those wondering which inters and wets each driver has available: here's a graphic explaining who has what #SingaporeGP #Fit4F1 🌧 pic.twitter.com/ePlzFMXPb5
— Pirelli Motorsport (@pirellisport) October 2, 2022
Médios (faixa amarela): mesmo sendo compostos que levam um pouco mais de tempo para aquecer, no momento que eles foram instalados nos carros, a pista estava em melhores condições. Alguns pilotos brigaram com os seus carros, como foi o caso de Tsunoda que durou poucas voltas no traçado depois de fazer a sua troca de pneus.
Os compostos médios foram eficientes para a parte final da prova, principalmente para Sergio Pérez que venceu a prova. Os compostos médios foram os mais utilizados na fase final da prova, por apresentar uma boa durabilidade.
A dupla da Aston Martin usou os intermediários para ganhar terreno e usaram os pneus médios para assegurar as suas posições e desempenho.
Estes eram os pneus de chuva disponíveis para cada um dos pilotos. Vale lembrar que no TL3 realizado no sábado, os pilotos enfrentaram uma pista molhada, assim como no início da classificação e tiveram que trabalhar com os compostos destinados para a chuva.
Macios (faixa vermelha): os pneus macios costumam ser bons aliados das equipes em Singapura, porém desta vez apenas cinco pilotos usaram os pneus macios na prova. A McLaren realizou uma estratégia diferente entre Norris e Ricciardo, o carro do inglês rendeu bem com os médios, enquanto a McLaren instalou os pneus macios para fornecer mais aderência para Ricciardo e não deixar o australiano ficar brigando com o carro em um momento em que a equipe buscava descontar pontos da Alpine.
Os compostos macios também deram confiança para Verstappen fazer as últimas ultrapassagens necessárias para retornar ao top-10 depois da tentativa frustrada de ganhar a posição de Norris depois da relargada, sem ter trabalhado o aquecimento dos pneus. Verstappen usou os seus pneus macios para concluir a ultrapassagem em Sebastian Vettel na última volta da prova e encerrar o GP de Singapura na sétima posição.
Os pneus duros não foram usados durante a corrida em Singapura, pois não forneceriam aderência, além de tornar a fase de aquecimento dos compostos ainda mais difícil.