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ANÁLISE – E o fim do grid? Como será as disputas na temporada 2021

Comparando o fim da temporada passada com os resultados de pré-temporada, ainda é complicado bater o martelo sobre a real posição das equipes no campeonato de construtores, a briga por não ser a última equipe pode se intensificar.

De um lado temos a Haas, a quinta colocada em número de voltas, os pilotos completaram 394 giros no Bahrein, mesmo após perder parte da manhã da sexta-feira quando apresentou um problema hidráulico. O time ajudou a adquirir quilometragem tanto para a confiabilidade do motor Ferrari, como para os seus pilotos completarem voltas no circuito e se familiarizarem com o equipamento utilizado pela equipe.

A Haas terá uma temporada interessante, o time optou por não utilizar os tokens de desenvolvimento, então teoricamente tem um pouco de desvantagem para as suas rivais, mas eles ainda estão em um trabalho de desenvolvimento após as atualizações necessárias para se adequar ao regulamento de 2021, além de mudanças aerodinâmicas pontuais.

A nova unidade de potência pode trazer um respiro para o time, retomando parte da potência perdida no ano passado que acabou embolando Alfa Romeo e Williams nas disputas. Eles sabem que este ano será difícil e estão ligados a um ano de transição pois já estão focados no projeto de 2022.

Por isso a dupla Mick Schumacher e Nikita Mazepin tem um desafio pela frente, eles devem batalhar por espaço principalmente com a Williams, mas possivelmente com a Alfa Romeo por mais uma temporada, no entanto, os adversários contam com pilotos mais experientes que a Haas.

Nikita Mazepin e Mick Schumacher (Photo by Sam Bloxham / LAT Images)

A Williams manteve a dupla da 2020 para 2021, George Russell já provou o seu talento principalmente em classificação, mas também demonstra agressividade nas corridas. Nicholas Latifi levou um pouco de tempo para se adaptar ao time, mas é esperado que este ano o resultado dele seja um pouco melhor mesmo contando com um forte adversário que é o seu companheiro de equipe.

Saltando para a Alfa Romeo eles permaneceram com Kimi Raikkonen que vai disputar a sua 19ª temporada, enquanto Antonio Giovinazzi vai trabalhar pelo terceiro ano com o time na pista.

Conquistar vitórias na Fórmula 2, e até mesmo o título como Mick Schumacher obteve, acaba trazendo experiências, mas eles ainda vão passar por um período de adaptação com o carro. A vantagem é que a Haas não vai apresentar atualizações constantes, o que dá tempo para os pilotos analisarem e compreenderem o que precisa ser melhorado, até para ter uma performance superior a obtida pela Williams.

A disputa nas atualizações

George Russell (GBR) Williams Racing FW43B – Foto: Williams

Alfa Romeo e Haas estão se beneficiando da atualização do motor, mas a Williams também vai trabalhar com uma unidade de potência atualizada já que a Mercedes optou por fazer mudanças para o motor de 2021, tornando-o ainda mais potente.

A Haas segurou a Williams no final do campeonato, além disso os rivais não conquistaram nenhum ponto, mas neste ano as coisas podem ser diferentes.

A Williams mudou a sua distribuição de dinheiro dentro do time após a Dorilton Capital assumir o comando. Para a atualização do carro, eles utilizaram um token para desenvolvimento, o FW43 – carro de 2020 – tinha apresentado um desempenho melhor, mesmo sem eles conquistarem pontos, portanto eles apostam que o FW43B terá capacidade para enfrentar os rivais. Mesmo com o orçamento curto, precisando já pensar em 2022, a Williams deve aperfeiçoar o carro para tentar conquistar uma posição melhor no campeonato e ter um prêmio em dinheiro melhor para o próximo ano.

Desta forma a Haas pode sim ser ultrapassada pelos rivais no campeonato, já que a combinação pilotos mais experientes + unidade de potência + atualizações podem fornecer a segurança necessária para a Williams avançar. O carro da Haas deve encontrar uma performance melhor no início do ano por conta das atualizações, mas será exatamente o momento em que os pilotos vão aprender, e a oportunidade de conquistar pontos neste começo pode comprometer todo o campeonato da equipe.

Na pré-temporada a Williams dividiu os três dias de atividade entre o seu piloto de testes e a dupla titular, juntos eles completaram 373 giros ficando próximos da Haas em quilometragem e não apresentaram quebras, aproveitando os testes para cumprir o cronograma estipulado.

LEIA MAIS: Como cada equipe usou os tokens de desenvolvimento da temporada 2021?

Do meu ponto de vista, acredito que a Williams deva superar a Haas nos construtores já que a sua vantagem deve permanecer por mais tempo e não será desperdiçada com pilotos que ainda precisam apreender.

A Alfa Romeo a vejo como um caso diferente, o rendimento do time foi um dos que mais melhorou em 2020, e eles gastaram seus dois tokens de atualização na parte frontal do carro. Com o motor Ferrari foi o time que apresentou o melhor desempenho durante a pré-temporada, completando 422 voltas e pode até mesmo se ver em uma posição onde talvez se afaste um pouco de Haas e Williams, deixa a batalha pelas duas últimas posições entre eles.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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