A Fórmula E realizou duas provas em Nova Iorque neste último fim de semana, a categoria está se dirigindo para o final da temporada 2021/22. Lucas Di Grassi conseguiu um pódio no sábado, durante a 11ª primeira etapa, mas a sua corrida no domingo foi completamente diferente.
Di Grassi realizou uma boa classificação no sábado, começando a prova entre os três primeiros colocados. A corrida do brasileiro foi forte, Di Grassi saltou para o segundo lugar logo na largada e passou a atacar Nick Cassidy buscando a vitória, enquanto também precisava realizar a defesa da posição.
A prova terminou de forma caótica por conta da chuva que caiu no traçado. Os pilotos estavam alertando as suas equipes e a direção de prova que a corrida precisava ser interrompida, pois estava se tornando impossível controlar os carros. Por fim, vimos tanto o líder da prova (Nick Cassidy), como Di Grassi e outros pilotos se envolvendo em um acidente.
A direção de prova tentou reestabelecer a prova depois de acionar a bandeira vermelha, mas notou que levaria muito tempo para remontar as barreiras de contenção, fora que a chuva voltou a cair no traçado do Brooklyn. Restavam cerca de sete minutos para o encerramento da prova, mas declararam o seu encerramento.
Todas as categorias tentam encontrar formas para encerrar as suas provas em bandeira verde, mesmo após um período de paralisação. A Fórmula E mesmo estabeleceu recursos para até mesmo ter mais ação em pista, depois de um período de Safety Car ou bandeira amarela.
No rádio, Di Grassi também foi um dos pilotos a alertar o seu time a situação da pista. A categoria elétrica usa um pneu que pode ser trabalhado tanto em pista seca, como em pista molhada, mas nas últimas corridas que tivemos o piso molhado, os compostos usados pela categoria não desempenharam a eficiência esperada. Em Nova Iorque eles estavam bem degradados quando a pista começou a molhar, as ranhuras que são usadas para fazer a drenagem da água, aparentavam um certo comprometimento.
“Foi a batida mais forte da minha carreira na F-E, a desaceleração passou facilmente dos 15G. Felizmente, ninguém se machucou mais seriamente. Eu estou todo dolorido, certamente com algum hematoma, e o nosso carro ficou em pedaços. Não havia condições de corrida na pista com tanta água empoçada”, definiu o piloto da Rokit Venturi.
A Envision foi uma equipe que sofreu as consequências por conta do acidente. Nick Cassidy tinha plenas condições de vencer no domingo, mas após a batida, o piloto ficou com o carro danificado e o time precisou substituir a bateria e o radiador. Os comissários aplicaram uma punição com a perda de 30 posições no grid de largada, o neozelandês ainda precisou cumprir um drive through durante a prova.
“Eu estou muito orgulho da equipe por construir um novo carro para Nick Cassidy ao longo da noite e por sermos tão competitivos. Nick garantiu mais uma pole-position, e estou muito frustrado pela punição que ele recebeu por trocar a bateria e o radiador”, disse Sylvain Filippi.
“Essas peças foram danificadas por outros carros que acertaram ele, quando Nick já estava fora da pista por causa da chuva torrencial que pegou os líderes de surpresa. Não acho que seja certo você ser penalizado quando não é o responsável pela situação”, seguiu o chefe de equipe da Envision.
Após o acidente os pilotos ficaram furiosos com a direção de prova que tentou seguir com a corrida em uma situação em que a pista não permitia mais a condução. No domingo a categoria voltou a se envolver em uma polêmica, pois os comissários já tinham conhecimento da punição que deveria ser aplicada para Cassidy, mas deixaram a classificação seguir sem nenhuma notificação.
Cassidy conquistou a segunda pole no domingo, mas pouco tempo depois a punição foi aplicada, determinando que o piloto da Envision deveria começar a prova do último lugar. Antonio Felix da Costa então teve o direito de começar a corrida da primeira posição.
Lucas Di Grassi também enfrentou uma corrida complicada no domingo, o piloto teve suas duas voltas rápidas deletadas na classificação. O brasileiro ficou menos tempo do que deveria nos boxes, antes de retornar para a pista. Di Grassi começou a corrida do final do pelotão e foi escalando o pelotão. Próximo do final da prova estava no 11º lugar, até se envolver em um incidente com Jean-Éric Vegne e Oliver Askew. O piloto da Venturi não terminou a prova.
Com o resultado da prova, Di Grassi ocupa a sétima posição do campeonato de pilotos, contando com 84 pontos. Stoffel Vandoorne é o líder com 155 pontos, acompanhado por Edoardo Mortara que somou 144 pontos, contra 139 de Mitch Evans. Após a rodada desastrosa de Jean-Éric Vergne o piloto que era vice-líder do campeonato, caiu para o quarto lugar, contando apenas com os seus 128 pontos.