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Sauber tem um novo dono, mas isso não é necessariamente bom

O que vinha sendo especulado há muito tempo finalmente aconteceu, a lenda Peter Sauber não é mais dono do Sauber F1 Team. Nesta quarta, 20, foi anunciado que as ações detidas por Peter e pela  chefe de equipe, Monisha Kaltenborn, passam agora para as mãos de uma empresa suíça de investimentos chamada Longbow Finance. Era sabido que a equipe tinha, enquanto nas mãos da, agora, antiga administração  problemas financeiros mais do que sérios, inclusive com o surgimento de conversas sobre esta nem ter capacidade de terminar toda a temporada 2016. Um novo dono, ciente de tais dificuldades e mesmo assim disposto a comprar a equipe e tentar colocá-la adiante tende a ser algo positivo, e no geral realmente é, mas existem alguns pontos que não podemos deixar de observar.

As coisas não vão mudar da água para o vinho: O fã de Fórmula 1 como um todo é um ser extremamente imediatista, então todos tendem agora a olhar para a Sauber não mais como a equipe natimorta, mas sim como a equipe que tem tudo para voltar a crescer. Primeiro muita calma, e segundo mais calma ainda. Os novos donos vêm para, primeiro de tudo, livrar a equipe de suas mazelas. A equipe não deixa de ter problemas financeiros, estruturais, etc, da noite para o dia. Como tudo na Fórmula 1, é projeto a ser trabalhado e onde os resultados, se eles realmente vierem a acontecer, tendem a demorar.

Grupo de investidores: A Fórmula 1 sempre teve empresas/grupos de investimentos envolvidas com compras de equipes, é verdade, assim como é verdade que esse tipo de pessoal só esta lá para lucrar. Lucrar com a Fórmula 1 parece loucura, mas alguns acham que é possível. O último exemplo foi o da Geni, que assumiu a então equipe Lotus – que esse ano foi comprada pela Renault – mas esse talvez não seja um bom exemplo, visto que a empresa só teve prejuízos e mais prejuízos. Outro exemplo recente é o da Manor, que após praticamente acabar de vez no final de 2014, retornou em 2015 com novo dono que, como os resultados vistos nessa temporada 2016 mostram, vem conseguindo bons acordos e melhorando o desempenho da equipe como um todo. É impossível prever o que pode acontecer nesse caso da Sauber, mas fica a dúvida se só a destinação por fazer dinheiro ao invés de estar realmente interessado pelo esporte como um todo é suficiente.

Monisha Kaltenborn: Primeira mulher a liderar uma equipe na Fórmula 1, Kaltenborn continuará a frente da equipe suíça mesmo com os novos donos chegando a bordo. A continuação da indiana foi algo rapidamente contestado assim que este acordo foi anunciado, no entanto, precisamos pensar sobre. Vejo muitas críticas a Monisha, e talvez ela mereça, afinal, esteve a frente da equipe em sua pior fase. Mas, será que fica tudo na conta dela? Até quando ela tinha o poder de ditar todas as regras dentro da organização? Pode ser que nunca tenhamos essas respostas. Uma coisa fica clara, Monisha antes tinha participações na equipe, agora ela passa a ser, pelo menos até onde a equipe informou, apenas mais uma funcionária, e naturalmente se não apresentar o que se espera pode ser afastada da organização.

Os pontos são muitos, mas sempre são respondidos com resultados, ou a falta deles, então é necessário dar tempo ao tempo para se tomar reais conclusões sobre se a venda da Sauber foi realmente benéfica.

 

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Rubens Gomes Passos Netto

Editor chefe do Boletim do Paddock, me interessei por automobilismo cedo e ao criar este site meu compromisso foi abordar diversas categorias, resgatando a visão nerd que tanto gosto. Como amante de podcasts e audiolivros, passei a comandar o BPCast desde 2017, dando uma visão diferente e não ficando na superfície dos acontecimentos no mundo da velocidade. Nas horas vagas gosto de assistir a filmes e séries de ação, ficção científica e comédia. Atuando como advogado, também gosto de fazer análises e me aprofundar na parte técnica.

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