A Sauber já no Grande Prêmio do Japão do 2016 sabia que colocaria o carro de 2017 na pista com a unidade motriz do ano anterior fornecida pela Ferrari. Um motor com 32 tokens de atualização, ao contrário da utilizada pela própria Ferrari e pela Haas nesta temporada, onde as equipes tinham o conhecimento sobre o desenvolvimento gradual ao longo do ano e com isso conseguiram melhorar o desempenho somado ao desenvolvimento da própria aerodinâmica do carro.
A equipe Suíça até poderia ter adquirido o motor novo, mas Monisha Kaltenborn, que era diretora da Sauber ainda naquela época optou com o grupo a começar o desenvolvimento do carro de 2017, ainda em junho de 2016, a ideia era ter um carro que eles soubessem perfeitamente como todos os equipamentos ficariam encaixados e ter tempo para trabalhar no aperfeiçoamento do mesmo.
A opção ou imposição dentro da equipe, colocou a Sauber antes da temporada começar como última força do grid, mesmo que Jörg Zander diretor técnico da equipe tenha afirmado no começo do ano que estavam dando preferência ao motor que já tinham nas mãos e a sua confiabilidade a se arriscar ao mar de inovações incertas, que as outras equipes do grid estavam optando.
No entanto, no final da temporada passada a Sauber, que já estava mal das pernas, se viu sem muitas possibilidades. Peter Sauber deixou a equipe depois da que a Longbow Finance assumiu as rédeas da equipe e vários boatos começaram a circular em relação ao favorecimento de Marcus Ericsson dentro da equipe suíça, já que os donos tinham ligação direta com o piloto. Felipe Nasr saiu da Sauber mesmo com o 1 ponto que o brasileiro conseguiu naquele Grande Prêmio do Brasil embaixo da chuva torrencial de 2016. Ponto que fez arrecadar um total de 40 milhões para o time.
A temporada de 2017 começou do pior jeito que a Sauber podia imaginar: Marcus Ericsson não terminou a primeira prova e Antonio Giovinazzi, piloto de testes da Ferrari foi chamado para ficar no lugar de Pascal Wehrlein já que o piloto recém-contratado havia lesionado a coluna e não tinha como guiar o carro. O Italiano concluiu a primeira prova, na décima segunda posição.
Na prova seguinte, foi a vez de Giovinazzi bater o carro ainda no início da prova e Marcus Ericsson concluir a corrida em décimo quinto. Os primeiros pontos foram conquistados por Pascal Wehlein na quinta corrida do ano, com um oitavo lugar e os últimos ainda em Baku na oitava corrida do ano, rendendo 5 pontos para a Sauber e os mesmos conquistados apenas pelo alemão.
Ao final de 2017 a Sauber pode não ter sofrido com a perda de posições no grid relativa a troca de peças feitas na unidade motriz, mas ficou estagnada por não ter chances de se aperfeiçoar ou receber mais atualizações ao logo da temporada, ficando atrelada apenas aos avanços aerodinâmicos. Foi caindo de desempenho e brigando por espaço na pista com aqueles que se não conseguiam se adaptar muito bem a algumas pistas do calendário. Ganhou algumas posições na largada em decorrência das equipes que faziam as suas trocas nos motores, pois a sua permanência no Q1, passou a ser certa.
lll Pascal Wehrlein Vs. Marcus Ericsson
Pascal Wehrlein e mesmo Marcus Ericsson acabaram não completando algumas provas, mas o alemão teve um melhor desempenho em relação ao sueco e não é somente pelos pontos que ele acabou conquistando, mas também a matemática de ter terminado 11 provas a frente do seu companheiro de equipe, contra apenas 6 vezes de Ericsson e muitas delas seguidas de perto por Wehrlein.
No começo do ano eu acreditava que Pascal terminaria a temporada melhor que Ericsson, por ser uma aposta da Mercedes. Uma pena não ter tido o carro que merecia para demostrar o seu talento, ao contrário de Ericsson que parece se esforçar para entregar mais do mesmo, por dar a impressão de estar confortável na vaga.
O alemão entregou mais que o seu companheiro de equipe e mesmo assim é o que está mais cotado a deixar a Sauber. A grande verdade é que a equipe ainda não confirmou quem vai guiar os seus carros, pois está vivendo um dilema, a Ferrari quer a Sauber para torná-la sua subsidiaria e ter o direito de trabalhar no desenvolvimento do carro e fornecer o seu motor para a próxima temporada, no entanto, como parte do acordo, a equipe italiana quer colocar Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi. Já a Sauber ”quer” abrir mão de Pascal Wehrlein, para que Leclerc assuma o carro da equipe, mas parece irredutível em relação a Ericsson.
Ps.: Após a publicação dessa matéria, que a equipe anunciou passaria a se Alfa Romeo Sauber F1 Team e que a dupla de pilotos para 2018 seria o então campeão da Fórmula 2 Charles Leclerc e que o Marcus Ericsson seria mantido na equipe.
lll Pascal Wehrlein na Williams
Se Wehrlein deixar a Sauber como as cartas na mesa estão indicando, o alemão pode ficar fora da próxima temporada, já que a única vaga disponível agora está nas mãos da Williams, no entanto o maior impedimento pode ser a grande patrocinadora da equipe inglesa, a Martini, precisa de um representante mais velho por causa da marca que segue a legislação diferente imposta por cada país, Pascal tem 23 anos e a equipe precisaria de alguém com mais de 25 anos.
A influência da Mercedes poderia ajudar na sua contratação, pois a equipe alemã é a atual fornecedora de motores da Williams e foi um fator chave para trazer Valtteri Bottas para Mercedes após a aposentadoria de Nico Rosberg das pistas. Com esta possibilidade o piloto teria uma ficha a mais: além de estar em atividade, ao contrário dos adversários pela vaga como Robert Kubica que fez alguns testes esporádicos ao longo do ano e Paul di Resta que este treinando mais no simulador da Williams e pegou o carro em corrida este ano apenas uma vez.